28 de junho de 2017

Wraps AIP, Paleo

Ando sempre a pensar em como aliar os apetites que tenho e a alimentação que faço. Se há coisa que detesto, é rotinas seja onde for, mas na cozinha então odeio...


A filha hoje pediu wraps. Fiz-lhe a vontade, mas eu não podia comer a mesma massa. Ora se me apetecia também um wrap, eu tinha que os fazer. E assim foi. Peguei na receita que tinha das crakers, e adaptei-a de modo a que ficassem minimamente moldáveis depois de frios. E saiu isto:

INGREDIENTES:

100 g de polvilho doce
120 g de farinha de mandioca
1 colher de chá de flor de sal
60 g de azeite extra-virgem
220 g de água quente
Temperos a gosto (usei só sal e alho em pó)

PREPARAÇÃO:

Colocar as farinhas e os temperos no copo da Bimby e programar 5 segs/ vel.4.
Juntar o azeite e a água quente e programar 2 min/ vel. espiga.


Depois de pronta, estica-se a massa com o rolo da massa, sobre um tapete de silicone com marcas (eu precisei disto para me orientar a esticar a massa em forma de círculo).


Esticar bem a massa e recortar as pontas com um cortador de forma a deixar um circulo apresentável.
Deu para 4 wraps.
Colocar uma frigideira larga anti-aderente ao lume.
Quando a frigideira estiver quente, colocar a massa a cozinhar, sem gordura.
Deixar cozinhar dos 2 lados.



Conforme os vamos cozinhando, convém tapar com uma folha de alumínio, para que não sequem.



Depois de prontos, rechear a gosto. Eu recheei com o que tinha (canónigos, azeitonas, carne bolonhesa, pepino) e enrolei em forma de wrap.


Os restantes, separei com papel vegetal, meti-os num saco de congelação e congelei para uso futuro.


Espero que gostem!

27 de junho de 2017

Gelatina de kombucha

Se há coisa da qual estou fã, é da minha kombucha. Além de sentir que me faz muito bem, sobretudo  a nível do trânsito intestinal, adoro o sabor. A de morango ou frutos vermelhos então, é a loucura 😆.



Então se pudermos aliar o benefícios dos probióticos, à gulodice de uma sobremesa, é a cereja no topo do bolo.

E esta é tão fácil de fazer!

INGREDIENTES:

700 ml de kombucha de segunda fermentação com sabor a gosto
2 saquetas de gelatina neutra em pó
50 ml de água a ferver



PREPARAÇÃO:


Deitar a gelatina em pó numa taça e adicionar a água acabada de ferver.
Mexer sempre até dissolver a gelatina.
Juntar aos poucos a kombucha, mexendo sempre.
Depois da kombucha estar toda misturada com a gelatina, colocar em taças e levar ao frio de um dia para o outro.



Bom apetite!

Caseína

38% da matéria sólida do leite é composta de proteína. E dessa proteína, 80% é composta por caseína e o restante pelo soro de leite.  A diferença entre soro e caseína reside na forma como são digeridos e como reagem no nosso corpo. A proteína do soro é digerida e absorvida rapidamente pela corrente sanguínea, o que provoca um rápido aumento da insulina. Este processo estimula o IGF-1 (factor de crescimento da insulina), presente na criação e proliferação de novas células cancerígenas. 


Como a caseína é digerida de forma muito lenta, as substâncias naturais de tipo morfina na caseína conhecidas como casomorfinas, actuam como opiáceos no corpo, à medida que entram na corrente sanguínea. Poucos minutos depois de ingerir um alimento à base de leite, a caseína leva à produção de casomorfinas, que se ligam aos receptores de opiáceos no cérebro e causam dependência aos produtos lácteos (daí o motivo pelo qual se torna muito difícil deixar de os ingerir). As casomorfinas desencadeiam uma resposta tão viciante que foram comparadas com heroína em termos de força para causar dependências alimentares e distúrbios do humor.


Os sintomas comuns de sensibilidade láctea devido à caseína são: produção excessiva de muco, problemas respiratórios e problemas digestivos como obstipação, flatulência, inchaço, diarreia., mas também problemas de pele como acne, erupções cutâneas e vermelhidão ou irritação, fadiga e insónia. Também intensifica o chamado "brain fog" e aumenta a intensidade de estados de depressão.


Os sintomas começam a revelar-se logo na infância. Crianças alimentadas a leite e produtos lácteos, desenvolvem com muito mais facilidade, doenças do foro respiratório e começam desde cedo a ser tratadas com antibióticos. O uso recorrente de antibióticos, leva a uma irritação mais significativa do intestino levando à inflamação. Se a isto juntarmos uma sensibilidade ou intolerância a lacticínios, criam-se as condições ideais para levar a uma maior permeabilidade intestinal. O intestino permeável permite que as proteínas lácteas passem no sangue e sistema linfático, o que ativa o sistema imunológico.


Para uma pessoa saudável, sem intolerância ou alergia a produtos lácteos, sem doenças auto-imunes e sem outras condições em que um intestino permeável possa ser um potencial contribuidor, os produtos lácteos podem ser perfeitamente consumidos e até benéficos (especialmente produtos lácteos fermentados e com mais elevado teor de gordura). Mas para os restantes, faz mais sentido eliminar este tipo de produtos pelo período mínimo de 1 mês, e voltar a reintroduzi-los, com intuito de determinar se provoca ou não alguma sintomatologia.

Pataniscas de bacalhau com abóbora


Sim, uma pessoa em protocolo também sente desejos, vontades. Apesar do palato mudar bastante quando aderimos à dieta paleo, a vontade de consumir doces quase desaparece, mas fica "aquela" vontade de qualquer coisa...ou então é mesmo de mim 😆!


Hoje apetecia-me bacalhau, e na impossibilidade de comer bacalhau cozido com grão e ovo cozido (oh céus!), e tendo feito bacalhau à brás versão AIP (receita aqui), decidi-me pelas pataniscas...

Mas há sempre aquele impasse dos ingredientes, por isso a improvisação impunha-se.

Fiz assim...


INGREDIENTES:

200 g de abóbora descascada e cortada aos cubos

Eu gosto desta abóbora. Segundo os meus profundos conhecimentos sobre legumes (atentem aqui ao sarcasmo!), esta é a abóbora manteiga, que eu chamo de abóbora de garrafa, e que é a única abóbora que adoro e consumo.



Bacalhau cozido e desfiado (a minha posta deu 100g de bacalhau desfiado)


1 cebola pequena
Salsa fresca a gosto
1 dente de alho
1 colher de sopa de farinha de mandioca
1 colher de sopa de polvilho azedo (também dá para fazer com polvilho doce, mas não queria abrir um pacote!)
Sal q.b.

PREPARAÇÃO:

Cozi a abóbora com água e sal a gosto.
Cozi o bacalhau, limpei-o de peles e espinhas e desfiei-o. Guardei a água de cozer.
Na Bimby, piquei a salsa, a cebola e o alho e reservei.
Coloquei a abóbora e reduzi a puré.
Juntei a salsa e cebola picados, o bacalhau desfiado e as farinhas.
Como ficou um pouco espesso, juntei um pouco de água de cozer o bacalhau.
A textura da massa deve ficar um pouco líquida e cremosa de forma a espalhar bem ao fritar.
Rectifiquei os temperos.


Aqueci uma frigideira anti-aderente com um pouco de azeite e fui colocando colheradas da massa.



Deixei cozinhar de um lado e do outro e deixei escorrer a gordura em papel absorvente.

Deixei arrefecer e já está!




 A receita dá para uma refeição para duas pessoas!

23 de junho de 2017

Não sou eu, és tu!


Carta aberta às pessoas saudáveis

Sou portadora de algumas doenças crónicas, auto-imunes, degenerativas e também invisíveis. Já deves ter ouvido falar de Fibromialgia. Pois bem, essa é uma das minhas amigas invisíveis e é precisamente essa que me traz aqui. De certo que, se já ouviste falar desta doença, que pode ser altamente incapacitante, rapidamente fizeste juízos de valor. É uma doença que não se vê, não se diagnostica, não se mede, mas sente-se e muito. E se não acreditas em mim, o problema não sou eu, és tu!



Imagina não te sentires bem, mas não sabes explicar porquê, nem onde te dói, nem o que sentes, nem quando sentes ou porque sentes, só sabes que algo não está bem. Imagina que queres ir ao médico explicar isto e não tens palavras para descrever o teu estado de espírito. Imagina que no meio das tuas tentativas de explicação ao médico, aquele que é suposto zelar pela tua saúde e pelo teu bem-estar, olha para ti e diz: "Isso é da sua cabeça!" Consegues sequer imaginar como me sinto? Consegues sentir a dimensão da minha desilusão e desespero? Se não consegues, o problema não sou eu, és tu!

Claro que depois disto, o que mais desejas é chegar a casa e seres abraçada por quem te acompanha no dia a dia, seja marido, mulher, filhos, não importa. Só que não. Em vez do calor de um abraço, de um beijo, de um carinho, encontras uma frieza no acolhimento, uma distância na empatia, um desrespeito total pelo que sentes. A preocupação em casa, continua a ser o que é o jantar, quando é o jantar, ou se a roupa está passada a ferro. Consegues imaginar que sinto que não tenho valor para ninguém e que sou uma mera executante das tarefas rotineiras? Se não consegues, o problema não sou eu, és tu!

Imagina sentir 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem parar, sem descanso, dores constantes que te impossibilitam de levar uma vida normal sem pensar se vais conseguir executar esta ou aquela tarefa, sem que se repercuta mais tarde no teu corpo. Imagina como seria levantares-te cansado e deitares-te extenuado. Imagina estares desejoso de acabar o dia porque já não aguentas mais, mas sabendo que o dia seguinte vai ser e-x-a-c-t-a-m-e-n-t-e igual. Imagina estares tão exausto que não consegues conciliar o sono. Imagina que vês as horas a passar e não tens posição na cama. Imagina levantares-te no dia seguinte e ouvires um: "Acordaste mal disposta!" Imagina-te preso a um "time loop" em que este cenário se repete por dias indeterminados. Consegues imaginar um pouco como me sinto? Consegues sentir ao menos um pouco de como me sinto enclausurada no meu corpo? Se não o consegues, o problema não sou eu, és tu!

Agora pensa como seria a tua vida se, de repente acordasses com uma gripe descomunal e que mesmo assim, terias que desempenhar todas a tarefas que esperam de ti: trabalho, casa, filhos, amigos, vida social, etc...Imagina-te preso a este cenário se repete por dias indeterminados. E se ainda achas pouco, imagina que além da gripe, sentes um ardor na pele, nos músculos, nas articulações, como se tivesses adormecido ao sol do meio dia. Sentes também uma comichão e um formigueiro inexplicável por todo o corpo, que te leva quase à insanidade, porque sentes, mas não vês nada. Consegues colocar-te um pouco no meu lugar? Um pouquinho apenas? Se não o consegues, lamento, mas não sou eu, és tu!

Imagina agora, que estás em qualquer lado a falar com alguém, e de repente te esqueces da palavra seguinte que vais utilizar no teu discurso, ou sequer do que estavas a falar, ou pior, esqueces o nome da pessoa que está à tua frente. Imagina ires ao multibanco e estás a marcar o código e de repente, te falham os 2 últimos números e por mais que queiras, não te consegues lembrar. Imagina que, em casa, trocas os lugares às coisas sem dares conta, e ficas doido à procura delas e encontras, por exemplo a tesoura no frigorífico, ou a sopa na dispensa. Imaginas como me sinto, quando me apercebo que não me reconheço como pessoa? Consegues imaginar como me sinto inútil quando ainda por cima, gozas com a situação? Se não consegues, não sou eu, és tu!

Se pensas que era "só" isto, enganas-te. Imagina que vais na rua e encontras uma pessoa amiga, que depois de lhe explicares tudo pelo que tens passado, olha para ti e diz: "mas tens tão bom ar?" Apercebes-te em fracções de segundos, que não acredita em ti, que no fundo, no fundo, julga estares a mentir. E pensas que, se as pessoas que vivem contigo e partilham os mesmos espaços que tu, não acreditam em ti e não te respeitam, não admira que quem está do lado de fora, ainda menos acredita. Imaginas agora que me sinto ainda mais sozinha, isolada, incompreendida mas sobretudo, desrespeitada. 

Imagina tu que, depois de meses a fio, incapaz de funcionar como ser humano, quando tudo está a desmoronar-se à tua volta e tens que decidir entre passar os teus últimos dias com alguma qualidade de vida, a que tens pleno direito ou a continuar a morrer aos bocadinhos, vais a uma junta médica, com esperança de que, finalmente possas ter um reconhecimento e confirmação por quem tem obrigação de o fazer, e te dizem que não estás doente e que tens obrigação de continuar a definhar mais um pouco dia a dia, todos os dias. Consegues agora colocar-te um pouco no meu lugar? Consegues perceber o meu sentimento de asfixia permanente provocado pela incompreensão constante e desrespeito por mim? Se não consegues, o problema não sou eu, és tu!

Muito, mas muito mais haveria por dizer, mas porque eu consigo colocar-me no teu lugar, não te quero sobrecarregar com tanta informação. Mas se com isto tudo pensas que, sou eu que me vou adaptar aos outros, que me vou anular de modo a que os outros me aceitem, ah acredita que o problema não sou eu, és mesmo tu!

Todos os doentes, independentemente das patologias, merecem ser respeitados e não é porque a doença não se vê, não se apalpa, não se diagnostica, que não sejam dignos disso mesmo. Não preciso que tenhas pena de mim, o que eu preciso é que acredites em mim. E até que consigas fazer isso, não sou eu que tenho que mudar, és tu!

20 de junho de 2017

Gelatina de morango

Dias de calor pedem coisinhas frescas! Hoje saiu uma gelatina de morango. E nada mais fácil de fazer...

INGREDIENTES:

200 g de morangos
150 g de água
1 saqueta de gelatina neutra em pó
4 folhas de menta

PREPARAÇÃO:

Lavar e cortar os morangos.
Da água necessária, retira-se um pouco e aquece-se para derreter a gelatina em pó.
Depois da gelatina desfeita, junta-se o resto da água.
Num copo misturador, coloca-se a água, os morangos, a gelatina e as folhas de menta e tritura-se tudo até ficar uma mistura homogénea.
Eu coloquei tudo na Bimby e programei 30 segs /vel.5.
Verti a mistura para umas tacinhas e levei ao frio.


Eu cá sou suspeita, mas achei mesmo bom 😏





19 de junho de 2017

Caldo de ossos (bone broth)

Confesso que, até ter enveredado pelo protocolo auto-imune, nunca me tinha debruçado bem sobre as propriedades e indicações do caldo de ossos (bone broth em inglês). Sopa de carne com legumes vários, já tinha feito (sobretudo no tempo frio), mas era mesmo com carninha. Só de ossos, já tinha ouvido falar, mas achava que era qualquer coisa típica de outras culturas...só que não!

Desde que aderi ao protocolo, e ainda mais agora depois de me ter sido diagnosticada mais uma auto-imune, tenho-me concentrado bastante neste tipo de alimentação, pois reconheço que dela depende a remissão e estabilização dos meus sintomas e por arrasto, a minha qualidade de vida.

Mas antes de deixar a receita, deixo as indicações e benefícios do caldo de ossos e de que forma interage beneficamente no nosso organismo:

- O caldo de ossos é um suplemento altamente nutritivo,  rico em magnésio, cálcio e fósforo.
- Rico em aminoácidos glicina e prolina, que não estão tão presentes na carne. Contém mais de  19 aminoácidos de fácil absorção que são importantes para pessoas com doença auto-imune que têm dificuldade em digerir e / ou assimilar proteínas e, consequentemente, sofrem de uma deficiência protéica.
- Rico em colagénio, uma proteína estrutural principal necessária para o tecido conjuntivo saudável. O corpo requer colagénio para uma melhor articulação, pele e intestino, três locais onde o colagénio é mais abundante.
- O caldo de osso também contém gelatina, que é uma proteína altamente eficaz na cura do intestino e, portanto, acalma o sistema imunológico.
- É rico em minerais necessários para saúde ideal, magnésio, potássio, fósforo e algum cálcio.
- O caldo de osso é uma fonte rica de glucosamina e condroitina, que são conhecidos por ajudar a manter as articulações saudáveis (importante para quem sofre com artrite reumatóide).
- A glicina, um dos aminoácidos mais importantes, também está presente no caldo de ossos. A glicina é necessária para gerar glutationa, o principal antioxidante do corpo que muitas vezes é deficiente naqueles com doença auto-imune. A glicina também é necessária para a regulação adequada do açúcar no sangue, digestão e crescimento e regeneração muscular.
- O caldo de osso também contém arginina, outro aminoácido importante. A arginina ajuda a manter a função renal adequada (importante para quem sofre de lúpus), cicatrização de feridas e saúde cardíaca.
- É uma fonte rica de l-glutamina, outro aminoácido deficiente em pessoas com doenças auto-imunes. A L-glutamina é necessária para a saúde intestinal, para prevenir e curar problemas relacionados com a digestão e intestino permeável, situação frequente em doentes com lúpus e outras condições auto-imunes.

Por ser um alimento nutricionalmente tão rico, é muito recomendado em situações de auto-imunidade, pelas seguintes razões:
- Repõe deficiências ao nivel dos nutrientes.
- Regenera e cura situações de intestino permeável.
- Diminui a resposta inflamatória do organismo e reforça o sistema imunitário.
- Ajuda na desintoxicação hepática.
- Melhora de forma significativa a lubrificação articular.
- Melhora a qualidade do sono.




Bom e depois disto tudo, vamos ao cerne da questão...a receita:

INGREDIENTES:

1 kg de ossos de qualquer animal, ou osso com carne, eu comprei osso buco com uma grande parte de tutano (aqui é essencial que seja de carne de qualidade, bio e de preferência de criação extensiva)
3 litros de água
Sal a gosto
Alho
Cebola
Salsa e coentros
Cenoura
Alho francês

PREPARAÇÃO:

Se os ossos forem de carne já cozinhada, pode saltar este passo.
Caso contrário, gosto de assar primeiro a carne no forno, cerca de 1h para que fique com sabor mais apurado.
Depois de assada, coloca-se a carne na panela (ou na panela de pressão, mas eu não tenho), juntamente com a água e os legumes cortados.

Deixe levantar fervura, retirando as gorduras mais escuras à superfície da água e quando vir que já não sai mais, baixa o lume e deixa entre 8 a 24h em lume muito baixo. Se tiver panela de pressão, entre 2 a 3 horas serão suficientes. Convém no entanto ir verificando o nivel da água.

Deixe arrefecer e coe.


Como não o vou consumir todo nos próximos dias, sem correr o risco de se deteriorar, congelei em formas de silicone. Tem uma durabilidade aproximada entre 5 a 7 dias, sem perder qualidades.


Coloquei-as num saco e com data marcada. Quando estiver congelado, é só virar a forma, bater, e já está dentro do saco.




Para mim é óptimo para o fim de tarde, quando se instala um ratinho mas ainda não me apetece jantar. Ou para complementar o pequeno-almoço.

Fontes:
http://www.phoenixhelix.com/2013/02/18/healing-foods-bone-broth/
http://reversingautoimmunity.com/bone-broth-benefits/

Cookies de coco AIP, paleo (sem ovo, sem lacticínios, sem oleaginosas)


Andava há tanto tempo a querer umas bolachinhas que pudesse trincar de vez em quando. Já tinha tentado várias receitas, supostamente AIP, mas acabo sempre por deitar fora porque nunca fica capaz. Mais uma vez, tive que ir tentando e juntando e desta vez, correu bem.


Não ficam estaladiças, mas para quem tem tantas limitações de ingredientes, acho que ficaram muito bem. De sabor pelo menos, estão óptimas!

Usei os seguintes INGREDIENTES:

5 tâmaras (sem aditivos)
100 g de farinha de coco (receita aqui)
150 g de leite de coco (receita aqui)
100 g de óleo de coco
20 g de polvilho doce
1/2 ccafé de canela bio de Ceilão
1/2 ccafé de gengibre em pó bio

PREPARAÇÃO:

Para quem tem Bimby, basta juntar todos os ingredientes no copo e programar 30 segs/ vel 6.

Para quem não tem Bimby, pode fazer noutro processador, ou o copo misturador, desde que fique uma massa homogénea.

A massa fica com esta consistência.



Liga-se o forno a 180º.

Retira-se a massa e formam-se pequena bolinhas que se colocam num tapete de silicone ou papel vegetal. Ao dispor a massa sobre o tapete, espalmei com a espátula de forma a ficar com formato de bolachinhas (também deve ficar bom em forma de bolinho, mas da próxima vez, eu confirmo!)



Vão ao forno cerca de 15 minutos.




Espero que gostem!

Probióticos


O consumo de probióticos tornou-se uma prática cada vez mais comum nas rotinas de cada um. Mas afinal, o que são probióticos? O consumo de probióticos, seja como suplemento ou sob a forma de alimentos fermentados não pasteurizados, pode ajudar a regular o sistema imunológico. Uma grande quantidade de estudos científicos e clínicos avaliou os vários efeitos deste tipo de bactérias  no intestino (aquelas bactérias intestinais saudáveis) e / ou suplemento probiótico de cepas bacterianas específicas em vários aspectos do sistema imunológico. 

Principais benefícios dos probióticos:

- Facilitam o processo digestivo, ajudando a produzir enzimas essenciais para degradar os nutrientes mais complexos, aumentando a assimilação dos mesmos;
- Diminuem as diarreias, os gases intestinais e a obstipação;
- Previnem as infecções causadas por fungos, leveduras e bactérias nocivas, normalizando o PH intestinal;
- Produzem antibióticos naturais que, ao serem absorvidos pela corrente sanguínea, combatem infecções existentes em todo o corpo e não só nos intestinos;
- Diminuem a absorção do colesterol;
- Ajudam a remover vários tipos de toxinas, minimizando os seus efeitos nefastos;
- Melhoram a saúde da pele;
- Estimulam o sistema imunitário;
- Normalizam a produção de vitamina K e vitaminas do complexo B, nomeadamente a vitamina B12, no intestino.

O uso de probióticos em várias aplicações proliferou nas últimas duas décadas, já que alguns médicos acreditam que um desequilíbrio microbiano no intestino possa ser responsável por uma série de doenças. Sobretudo em distúrbios gastrointestinais, mas também pode ter um papel importante em muitas outras condições. 


Ainda não se sabe muito bem quais os mecanismos que desencadeiam os benefícios dos probióticos no nosso organismo, mas sabe-se que diferentes estirpes de bactérias desencadeiam diferentes respostas no corpo e interagem de forma diferente como o nosso sistema imunológico. Por exemplo, algumas cepas probióticas estimulam a produção de citocinas (mensageiros químicos da inflamação) que promovem o desenvolvimento de células Th1 (o que pode estimular o sistema imunológico para ajudar a combater a infecção e prevenir o cancro). Outras estirpes probióticas estimulam a produção de citoquinas que promovem o desenvolvimento de células T reguladoras, proporcionando assim toda a modulação do sistema imunológico necessária na doença auto-imune. No entanto, outras estirpes probióticas, incluindo várias cepas de lactobacilos, são benéficas em doenças de sistemas imunológicos comprometidos ou excessivamente reactivos.

Embora ainda não tenham sido aprovados pela FDA para o tratamento de doenças auto-imunes, muitos pacientes e clínicos acreditam que os suplementos probióticos podem ser úteis na mitigação dos sinais e sintomas da doença, restaurando o equilíbrio e a função dos micróbios no intestino (onde se acredita que um desequilíbrio causa ou contribui para a desordem). Isto ocorre porque a pesquisa e a experiência clínica mostraram que alguns pacientes com doença auto-imune têm ambientes intestinais significativamente alterados (especialmente aqueles com condições auto-imunes envolvendo o intestino, como doença inflamatória intestinal) e que a adição de probióticos pode realmente ajudar a reduzir ou eliminar a doença Indicadores. Na verdade, a suplementação de probióticos mostrou ser benéfica numa variedade de condições auto-imunes, incluindo: miastenia gravis auto-imune, doenças intestinais inflamatórias, artrite reumatóide, esclerose múltipla e doença da tiróide auto-imune (Hashimoto).

Embora os mecanismos definitivos sejam desconhecidos, existem várias teorias sobre como exactamente os probióticos ajudam a reduzir o impacto de condições auto-imunes. A maioria destes mecanismos envolve a transformação da flora intestinal de disfuncional a normal, o que promove uma vida mais saudável, incluindo uma redução nos distúrbios imunológicos. Esta alteração pode desempenhar um papel na doença, assim como as mudanças que ocorrem localmente dentro do intestino. E também se pensa que o equilíbrio da flora intestinal afecta certos aspectos do funcionamento neurológico. Além disso, a hipótese de higiene é uma hipótese a considerar, embora pouco conclusiva, que sugere que os seres humanos podem ter-se tornado demasiado higienizados para o seu próprio bem ao longo dos séculos, eliminando muitos alvos naturais do sistema imunológicos. Independentemente dos mecanismos, parece que os probióticos muitas vezes têm utilidade para combater os sintomas da doença, o que é, naturalmente, do ponto de vista do paciente, a parte mais importante.

Acredita-se que a suplementação de probióticos e o consumo de alimentos fermentados não pasteurizados proporcionavam benefícios para a saúde ao re-inocular o intestino com estirpes benéficas de bactérias e leveduras. Ter uma variedade e tipos mais saudáveis de microrganismos intestinais seria então responsável pelos benefícios positivos da suplementação probiótica. No entanto, pesquisas científicas recentes colocam essa explicação em dúvida - pelo menos em alguns casos. Um estudo recente sobre a síndrome do intestino irritável predominantemente de diarreia, demonstrou que a administração de suplementos probióticos não alterou a composição da microflora intestinal. Ainda assim é importante salientar que a suplementação de probióticos mesmo nestes casos, continua a ser benéfica. 

Na maior parte das situações, os suplementos probióticos têm efeitos profundos na microflora intestinal. Por exemplo, estudos mostraram diferenças na composição da microflora intestinal após a administração de antibióticos em pessoas que suplementaram com probióticos em comparação com aqueles que não o fizeram. Também pode haver efeitos mais incisivos sobre aqueles com sobrecrescências bacterianas. Os microorganismos probióticos têm a capacidade de afectar a microflora intestinal através de uma variedade de mecanismos, incluindo: reduzir a acidez no lúmen intestinal (a área no meio do "tubo" que forma o intestino), competição por nutrientes, secreção de compostos anti-microbianos pelos próprios probióticos, estimulando a produção de compostos anti-microbianos pelas células e evitando a adesão e a interação de outras bactérias com células epiteliais intestinais. Desta forma, os probióticos podem ajudar a "corrigir" a disbiose intestinal.

O que comemos, tem um efeito profundo nos tipos, quantidades relativas e localização de diferentes bactérias que crescem no intestino - esse efeito é independente dos benefícios de consumir alimentos fermentados ou tomar suplementos probióticos. No entanto, o consumo de probióticos tem o grande potencial para acelerar a cura e modular o sistema imunológico e não deve ser subestimado na gestão de doenças auto-imunes.

Então, quais são as boas fontes de alimento dos probióticos?

- Chucrute cru não pasteurizado
- Vegetais lactofermentados crus não pasteurizados (kimchi, beterrabas, cenouras, pickles)
- Frutos lactofermentados crus não pasteurizados (papaia verde, chutneys)
- Condimentos lactofermentados crus não pasteurizados (ervas e temperos)
- Kefir de água
- Kefir de leite cultivado em leite de coco
- Kombucha
Mais sobre os vários tipos de probióticos aqui

Algumas formas de probióticos devem ser consumidas todos os dias. Normalmente, entende-se que uma pequena quantidade várias vezes por dia é mais benéfica do que uma grande quantidade numa única toma. Quando começar a consumir alimentos probióticos, comece por consumir quantidade muito pequena (apenas 1 colher de chá) e observe como se sente. Algumas pessoas com disbiose intestinal grave podem ter sintomas gastrointestinais mais agudos provocados pelos probióticos. Se vir que não se dá bem com um tipo de probiótico, tente outro. Se mesmo assim, não sentir melhoras com nenhum tipo de probiótico, talvez seja boa ideia dar um pouco mais de tempo ao seu intestino para se regenerar antes de voltar a tentar.

Fontes: 
http://www.autoimmunemom.com/diet/probiotics-gut-bacteria-autoimmune.html
https://www.intechopen.com/books/probiotics/probiotics-applications-in-autoimmune-diseases
http://jn.nutrition.org/content/137/3/798S.full
https://www.thepaleomom.com/the-benefits-of-probiotics-teaser-excerpt-from-the-paleo-approach/
https://www.enetural.com/pt/artigos/aparelho-digestivo-e-flora-intestinal/probioticos-os-melhores-amigos-do-intestino_349art/

18 de junho de 2017

Sopa fria de pepino e coentros

Em dias de calor, o que sabe bem? Uma sopa fria pois claro...e esta é muito simples de fazer e fica super fresca.

INGREDIENTES: 
(só para 1 refeição para uma pessoa)

100 g de pepino descascado
50 g de leite de coco caseiro (receita aqui)
50 g de água gelada
3 folhas de menta fresca
Folhas de coentros a gosto
Sal e alho em pó a gosto

PREPARAÇÃO:

Para quem tem Bimby, é só colocar tudo no copo e programar 1 min/ vel. 3-5-7.

Para quem não tem Bimby, pode fazer o mesmo com a varinha da sopa até ficar um creme homogéneo.

Nota: como tinha feito leite de coco nesta manhã, não estava ainda muito fresco, juntei umas pedras de gelo e dei uns toques de turbo. Ficou uma sopa granizada 😆

16 de junho de 2017

Bacalhau à brás, versão AIP


É das comidas das quais sinto mais saudades, pois desde pequena sempre foi uma das minhas favoritas. Enquanto paleo, ainda cheguei a fazer com mandioca ou batata doce, mas agora a cumprir o protocolo, ficava difícil substituir o ovo de forma a manter a mesma textura cremosa.


Mas nada é impossível quando se tem vontade para.

Mais uma vez é bem fácil de fazer e rápido.

INGREDIENTES:

Bacalhau cozido e desfiado
1 cebola grande
Azeite q.b.
2 dentes de alho
1 folha de louro
Mandioca descascada e cortada aos palitos
Leite de coco
Curcuma em pó a gosto

PREPARAÇÃO:

Descasca-se e corta-se a cebola às rodelas.
Deita-se a cebola num tacho anti-aderente e vai a lume com um fio de azeite, o alho picado e as folhas de louro.
Quando a cebola estiver loirinha, junta-se o bacalhau e vai-se mexendo.

Entretanto, numa frigideira anti-aderente e com um fio de azeite no fundo, frita-se a mandioca aos palitos. Tem de ser em lume baixo, senão queima por fora e fica crua por dentro.
Depois da mandioca frita, junta-se ao preparado com o bacalhau e a cebola e mexe-se de forma a ficar tudo uniforme.
À parte, numa taça mistura-se um pouco de leite de coco (hoje usei de compra para ser mais espesso) com curcuma em pó.
Depois de bem misturado, junta-se ao preparado anterior e mexe-se com cuidado para envolver tudo.

Observação -  Não coloquei quantidades porque fiz só para mim para uma refeição e não pesi nem medi nada. Eu (sou suspeita, eu sei) adorei! 😆

Pectina caseira

Quem tem por hábito fazer compotas, sabe que há frutas que ficam com maior consistência do que outras. Quando fazemos compotas de morango, kiwi ou ananás, não se consegue que fique com a mesma textura que outras frutas. E como também não uso açúcar para conservar as compotas, também têm tendência a ficar mais líquidas. 

Nestes casos eu usava pectina. Mas depois de aderir à paleo, acabei por deitar fora a que tinha cá porque estava carregadinha de aditivos e -oses. E lembrava-me de há anos ter ouvido falar em pectina caseira. Fui à procura de receitas e encontrei...e fiz!

É muito simples de fazer, só com a parte branca da casca da laranja. Como ainda demora algum tempo a arranjar quantidade suficiente, fui congelando até ter os 100 g.

Para quem nunca ouviu falar em pectina, deixo aqui uma pequena explicação:

"A pectina é um tipo de fibra solúvel encontrada nas frutas e vegetais, sendo um componente natural desses alimentos. Tem alta capacidade de formar um tipo de gel viscoso, característico das geleias de frutas. Entre os alimentos que apresentam maior teor de pectina estão as frutas cítricas, beterraba, maçã, tomate e batata.

Benefícios da pectina

Por ser uma fibra solúvel, a pectina não é digerida por enzimas humanas, mas tem ação benéfica para a microbiota intestinal e acaba formando uma espécie de gel no intestino, o que melhora o transito intestinal e a absorção de água. Apesar de promover pouco efeito laxativo, a pectina tem ação prebiótica, pois estimula o desenvolvimento da flora intestinal sadia. Outros benefícios dessa fibra são:

Efeito protector contra a aterosclerose por diminuir os níveis do LDL, considerado o colesterol ruim quando em excesso.
Redução do colesterol total, pois diminui a absorção do colesterol proveniente da dieta.
Diminuição da absorção de glicose da alimentação.
Impede a absorção de substâncias tóxicas pelo organismo, como metais pesados e microrganismos tóxicos, diminuindo o risco do desenvolvimento de câncer, entre outras doenças.
Auxílio na perda de peso, pois aumenta a sensação de saciedade."
https://www.natue.com.br/natuelife/o-que-e-pectina.html

Ainda não a experimentei, mas de amanhã não escapa.

Vão precisar dos seguintes INGREDIENTES:

100 g de casca branca da laranja
570 g e água
Sumo de meio limão

PREPARAÇÃO:

Coloquei a pele branca no copo da Bimby e dei uns golpes de turbo para triturar.
Com a espátula baixei o que ficou agarrado nas paredes do copo.


Juntei a água e o sumo do limão e programei 7 minutos/ temp 100º/ vel. 2.
Programei mais 20 minutos/ temp 100º/ vel 2.

Para quem não tem Bimby, pica a parte branca da casca da laranjas com a picadora ou 1, 2, 3.
Num tacho, junte todos os ingredientes e deixe ferver cerca de 30 mintos em lume baixo e mexendo sempre.

Escorri o preparado para um passador e uma taça funda para escoar.
Quando deixou de correr, passei o preparado para um pano dentro do mesmo passador e apertei bem para deixar escorrer o resto da goma.


Deitei a goma num frasco devidamente esterilizado e fechei ainda quente.
Depois de frio,guardei no frigorífico, onde deve aguentar cerca de 4 meses.


Nota - Para cada 500g de fruta para compotas ou geleias, deve usar entre 60 a 120 ml de pectina.

Fonte: http://receitasdapatanisca.blogspot.lu/2010/04/desafio-cozinhar-com-laranja-pectina.html

14 de junho de 2017

Moranguitos

Hoje foi dia de miminho para mim. Tinha uns morangos a querer dar a volta e antes que isso acontecesse, tinha que os gastar.

Assim fiz uns Moranguitos, baseada na receita que tinha feito há tempos (ver aqui).

É simples, mas mesmo muuuito simples de fazer.

INGREDIENTES:

200 g de morangos (era os que eu tinha)
1 saqueta de gelatina neutra em pó
1 pitada de gengibre em pó
Coco ralado para envolver

PREPARAÇÃO:

Limpei os morangos e reduzi-os a puré junto com o gengibre.
Fiz na Bimby, uns segundos vel. 5.
Deixei levantar fervura programando 4 mins/ vel. 1/ temp. 100º.
Juntei a saqueta de gelatina em pó e programei uns segundos vel. 4.

Para quem não tiver Bimby, basta triturar os morangos e o gengibre em pó com a varinha mágica e levar ao lume num tachinho pequeno. 
Quando começar a ferver retira-se do lume e junta-se a gelatina em pó, mexendo sempre para não criar grumos.



Deixei arrefecer a mistura num pirex de forma a que ficasse bem espalhado. (Eu queria era que endurecesse rápido...mas isso agora não interessa nada 😆!)

Depois de bem solidificada, retirei a gelatina para um prato.


Juntei coco ralado a gosto e misturei na gelatina.


Formei bolinhas e envolvi-as no coco.


Deixei arrefecer mais um pouco no frio e estavam no ponto. 





OBS. Provei só mesmo para a foto!