20 de julho de 2017

Fibromialgia - o impacto da dor invisível

Segundo um inquérito levado a cabo no final do ano passado, pela National Fibromyalgia & Chronic Pain Association (EUA), mais de 70% dos doentes crónicos sentem que os outros não acreditam nas suas dores e 77% desses doentes vivem num medo permanente de não conseguirem aprender a viver com a dor crónica. 85% destes doentes sente que quem está do lado de fora, não reconhece o quanto as suas vidas estão limitadas pela dor constante e permanente.


Quem está de fora, não sabe sequer avaliar como é viver com dor todo o dia...todos os dias. Não que a opinião dos outros deva afectar-nos, mas é frequente, mesmo vindo de familiares chegados e que nos amam, recebermos olhares condescendentes, do género "ok, tens dores, mas ninguém tem dores todos os dias, 24h por dia!" Pois ninguém devia ter, mas tem...infelizmente! Começa a ser cliché e quase piada interna entre doentes de dor crónica, o célebre comentário "mas eu também tenho dores e tenho que aguentar!" (ou outros comentários engraçados assim...) E ao contrário do que os outros pensam, não somos fracos por sentirmos dores constantemente, somos sim, muito fortes porque tentamos levar uma vida minimamente normal (reforço aqui o "minimamente")!

Segundo o presidente da NFCPA, o impacto na vida destes doentes é real e é uma verdadeira crise de saúde pública. A dor crónica não pode ser ignorada e neste momento torna-se crucial o reconhecimento desta condição e encontrar soluções de alívio tornam-se vitalmente necessárias. E é uma pena que estes doentes ainda sejam tão mal-tratados pelos seus próximos, mas mais chocante se torna ainda, quando além de não serem reconhecidos, ainda são menosprezados pela classe médica. Aqueles que fizeram o juramento de Hipócrates, são os primeiros a virar as costas a estas pessoas fragilizadas. Claro que, na perspectiva dos familiares destes doentes, se os próprios médicos não reconhecem esta condição clínica, é porque não é real, e rapidamente se enquadram estas situações em quadros psiquiátricos mal resolvidos. 

A NFCPA, uma comunidade mundial que apoia pessoas que sofrem de Fibromialgia e de outras patologias em que a dor crónica está muito presente, concentra os seus esforços na erradicação da estigmatização que estes doentes sofrem, assim como de lutar contra os entraves a tratamentos a que estes estão sujeitos. É pena que este tipo de associações ainda sejam quase inexistentes, o que reflecte bem a importância que estes doentes têm na sociedade real. Apesar de toda a evolução da raça humana e em pleno séc. XXI, onde a informação circula a velocidades vertiginosas, ainda exista tanto preconceito para com algo que não se vê. Lamentável que este tipo de doentes seja catalogado de preguiçoso, sem ambição, ou pior ainda, que gosta de chamar a atenção quando aquilo que mais querem é tão só serem reconhecidos como doentes mas sobretudo que respeitem a sua dor.


Os custos sociais provocados pela dor crónica, afectam não só a pessoa em questão, mas também familiares e amigos próximos. Viver com dor constante faz com que tudo tenha outra perspectiva e os reflexos no seu dia a dia são irreversíveis. Familiares chegados de doentes com dor crónica sentem frequentemente que a sua relação mudou drasticamente com os seus entes queridos, uma vez que este situação tem um efeito de bola de neve: a dor sentida pelo doente faz com que a sua qualidade de vida seja seriamente comprometida, o que se vai reflectir na sua relação com os outros, tanto física como emocional. Por seu lado, os níveis de tolerância de ambas as partes acabam por diminuir pouco a pouco e a situação torna-se difícil de gerir e muitas vezes, desvia para situações dramáticas e irreversíveis.

Não é preciso sentir pena de um doente com dor crónica, mas talvez fosse um bom exercício colocar-se no lugar do outro, nem que seja por umas horas. Basta imaginar o que seria da sua vida, levantar e deitar todos os dias (para o resto da sua vida) com uma sensação de gripe atroz, junte também um calor e sensibilidade cutânea como se tivesse um escaldão por todo o corpo, e já agora, acrescente também um vazio constante a nível cerebral. Um doente com dor crónica não deseja mal a ninguém, apenas quer reconhecimento e respeito pelo seu estado de saúde.

"Todos podemos controlar a dor excepto aquele que a sente." - William Shakespeare

Fonte

17 de julho de 2017

Ignorar é uma arte

"Certo dia, um homem aproximou-se de Buda e, sem sequer lhe dirigir a palavra, cuspiu-lhe na cara, provocando a ira dos seus discípulos. Ananda, o seu mais fervoroso discípulo, pediu a Buda:
- Permita-me dar a este homem o que ele merece!"
- Não, eu vou falar com ele!
E juntando as mãos, em sinal de respeito, disse ao homem:
- Obrigado. Com o seu gesto, pude verificar que a ira me abandonou. Sou-vos extremamente grato. O seu gesto mostrou-me igualmente que Ananda e os outros discípulos ainda se deixam levar pela ira. Muito obrigado.
O homem nem queria acreditar no que estava a acontecer e ficou incrédulo e comovido.

Esta parábola mostra-nos que o significado exacto da palavra "ignorar" muitas vezes tem um significado negativo e nos pode fazer sentir mal por ignorar o outro. "Ignorar" é simplesmente não permitir que as palavras, atitudes e comportamentos prejudiciais dos outros possam alterar o nosso equilíbrio interior. Não é necessário o uso de uma violência velada ou fazer o mal, basta criar uma camada protectora à nossa volta. É aprender a ignorar certas pessoas em certos momentos.  Ignorar não é uma forma de vingança ou uma maneira de incutir na outra um sentido menor, é apenas uma maneira de se proteger.


O que os outros pensam de nós, assim como as relações interpessoais, são uma grande fonte de satisfação e felicidade. Mas também podem ser motivo de insatisfação e descontentamento. Não nos deveria surpreender, uma vez que todos os fenómenos com os quais lidamos, têm geralmente duas faces, e geralmente são antagónicas. Só depende de nós, que lado nos deixamos que nos afecte.
Por isso, uma das chaves para a felicidade é aprender a ignorar o comportamento das palavras, atitudes e de muitas pessoas.

Aprender a ignorar é um processo que requer alguma prática o e uma profunda mudança de atitude. Embora possa parecer contra-intuitivo ignorar, na verdade, não é necessário para bloquear, mas sim o oposto: completamente aberto para o mundo. Uma técnica simples e muito poderosa é conseguir a "aceitação radical".

Esta técnica é parte da terapia comportamental dialéctica, desenvolvida pela psicóloga da Universidade de Washington Marsha Linehan, e centra-se na melhoria das competências de regulação emocional como a tolerância à ansiedade e atenção, encontrada nos fundamentos da filosofia budista.

Aceitação radical significa aceitar algo completamente sem julgar. Na prática, muitas coisas que os outros dizem, irrita-nos e desequilibra-nos porque não correspondem às nossas expectativas, porque de alguma forma nos recusamos a aceitar essas palavras, atitudes ou comportamentos. A negação é a chama que alimenta a frustração, ressentimento, ódio ou tristeza. Quando se pratica a aceitação radical, simplesmente assume-se que aconteceu, sem entrar em juízos de valor. Supondo uma distância psicológica, criamos um escudo à nossa volta que nos dá a oportunidade de responder às situações da melhor forma possível e sem nos deixar qualquer marca emocional.

14 de julho de 2017

Protocolo Auto-imune - os erros mais comuns

Quando iniciamos uma mudança nas nossas vidas, é frequente cometermos alguns erros e com isso atrasamos os nossos objectivos. No protocolo auto-imune as coisas não são diferentes e é comum deixarmo-nos levar por rotinas ou hábitos, que involuntariamente acabam por não nos ser benéficas.
Deixamos aqui os erros mais comuns de quem inicia o protocolo paleo auto-imune

Começar a pouco e pouco


Todos conhecemos a dificuldade de uma dieta restritiva. Mesmo que já conheça e pratique a paleo há algum tempo, a transição para o protocolo pode ser uma passagem um tanto ou quanto assustadora. Quando falamos de protocolo, estamos a falar de reverter ou curar doenças auto-imunes, ou no mínimo, devolver a qualidade de vida de forma a que consiga levar uma vida "normal". Em paleo, recomenda-se com alguma regularidade, fazer uma transição gradual. Mas com o protocolo, para obter os melhores resultados, uma transição gradual talvez não seja a melhor solução. Isto porque ao fazê-lo, vai demorar mais tempo a largar velhos hábitos e nunca mais se livra do "só hoje!" O ideal é estudar bem o protocolo e escolher um dia para começar com os dois pés. 

Deixar toda a medicação

Quando se começa a ler sobre o protocolo, vemos muitos relatos de pessoas que deixaram toda a medicação. Não nos podemos esquecer que, o protocolo promove efeitos mais ou menos rápidos dependendo de diversos factores: da condição da inflamação, do estado da doença, do tipo de alimentação que praticava, dos restantes hábitos de saúde, etc. Mas, e apesar de ser uma abordagem perfeitamente natural para combater situações crónicas, se estiver a tomar medicação para a sua condição de saúde, não deve retirá-la por sua iniciativa. Imponha-se a mudança alimentar e os resultados aparecerão. Confie no processo e discuta sempre as mudanças de medicação com o seu médico assistente.

Não levar o protocolo a 100%

Quando se adere à paleo, fala-se muito sobre o perfeccionismo paleo. Uns encaram a mudança de hábitos alimentares de forma radical, mas é frequente ler ou ouvir que, ao seguir a regra 80/20, já estará a fazer mudanças significativas na sua vida, sem entrar em extremismos. O que significa a regra 80/20? Significa que, se estiver a cumprir durante 80% do tempo, pode quebrá-las quando necessário. Claro que, havendo saúde e se o objectivo for o de perder peso, isto até pode resultar. Mas se houver doença auto-imune, o caso muda de figura. Nestes casos, TEMOS MESMO que a seguir a 100%. É preciso que entendam que estamos a tratar de reverter condições de saúde, e na maior parte dos casos, é possível eliminar toda a medicação química. Estamos literalmente a transformar os nossos genes. Imagine um casamento com apenas 80% de compromisso. Não resulta, pois não? Então, é preciso investir a 100% na nossa saúde, pois só assim obteremos os resultados pretendidos.

Focar-se demais nos alimentos eliminados

Uma das expressões que mais se ouve quando se fala no protocolo, é logo o: "mas se não posso comer isto ou aquilo, não como nada!"Esta é uma regra geral em todas as dietas de eliminação. Quando se abstém de comer certos alimentos ou grupos de alimentos, considere que pode substituí-los. Neste caso, elimina alimentos que lhe são nocivos e substitui-os por alimentos bons para si. 
Nesta mudança, convém focar-se em alimentos nutricionalmente mais ricos, como miudezas, carne e peixe de boas origens, vegetais e frutas de qualidade. Embora estas opções já fizessem parte das suas escolhas diárias (ao praticar paleo), estes critérios são para serem levados ainda mais a sério. As miudezas podem ser consumidas diariamente com óptimos resultados de saúde, e a maioria das pessoas pode dar-se ao luxo de adicionar diariamente algumas doses extra de vegetais não amiláceos. Pense nisso desta forma: se retira os alimentos inflamatórios, é preciso adicionar alimentos anti-inflamatórios. Dentro das escolhas alimentares, é tão importante o que não comer, como o que DEVE comer. A cura não acontecerá enquanto o corpo estiver com falta de nutrientes - o que é uma das maiores causas de auto-imunidade - e apenas evitar alimentos inflamatórios não está a dar ao corpo mais nutrientes. O protocolo é realmente sobre concentrar-se em comer muitos alimentos ricos em nutrientes e em diversas qualidades.

Focar-se no aporte calórico


Muitas pessoas que adoptam o estilo de vida paleo como uma forma de perder peso. Mas se tiver que optar pelo protocolo, é melhor relegar esse objectivo para segundo plano. Durante o seu processo de cura ou recuperação, o seu corpo não será tão eficiente como poderia ser, se você não estiver com os níveis de energia adequados. Preste mais atenção aos macronutrientes - proteínas, gorduras e hidratos de carbono - e certifique-se de que não estará a exigir demais de si e do seu corpo. Saltar refeições, não ingerir proteína suficiente e exercitar-se demasiado, resultam num déficit calórico. O que nesta situação nem sempre é o mais adequado pois o seu corpo nesta fase, precisa de toda a energia possível. Muitas pessoas relatam perda de peso inesperada e/ou involuntária, ou lutam para recuperar o peso que perderam durante o processo. Não apresentará nenhum problema se, enquanto durar a perda de peso e se sentir bem. Mas se com isso sentir dores de cabeça, náuseas ou tonturas, pode significar que esteja a consumir menos do que aquilo que o seu corpo necessita.

Ignorar a importância da saúde intestinal

De certeza que já ouviu falar que "toda as doenças começam no intestino". Ao seguir o protocolo auto-imune, esta expressão ainda faz mais sentido. Uma alimentação paleo é geralmente uma boa forma de começar, mas a sua alimentação no protocolo deve incluir abundantes alimentos curativos intestinais. Os alimentos probióticos, como kefir, chucrute, iogurte de leite de coco e suplementos probióticos, devem compor diariamente os seus pratos. A remoção de alimentos que contribuem para problemas intestinais e a adição de alimentos que melhorem as suas condições, acabará por levar a um sistema imunológico regulado e equilibrado. Todos podem dar-se ao luxo de melhorar a sua flora intestinal usando fontes de alimentos de verdade. 

O nosso sistema imunológico permanecerá hiperactivo se for continuamente estimulado por intolerâncias alimentares. No entanto, há outro lado dessa equação, e esse é o poder de cura de alimentos nutritivos. Precisamos de uma nutrição rica e diversificada para que nossos corpos se reconstruam ao nível celular. Existem alimentos específicos que ajudam neste processo: carnes de órgãos, frutos do mar, caldo de osso, gorduras saudáveis e muitos legumes frescos e fruta. Com uma dieta de peito de frango e sobremesas modificadas não vai chegar lá. 

Não programar as refeições


Se em paleo normal, é fácil e rápido "montar" uma refeição, o mesmo não acontece em protocolo. A preparação é a chave para o sucesso enquanto segue qualquer mudança alimentar, mas é de extrema importância quando existem novas limitações. É preciso programar as refeições e ter sempre algo pronto, sobretudo para os dias em que há menos vontade ou tempo de cozinhar. Há coisas que deve ter sempre no frigorífico ou congelador, tais como sopa, carne, caldo de ossos, refeições já preparadas de peixe e carne. Se precisar de dicas, pode ver aqui.

Negligenciar o sabor da comida

Um dos aspectos mais restritivos do protocolo auto-imune é restrição no consumo das especiarias. É preciso recorrer à criatividade, usando gengibre, açafrão, canela ou outras ervas que encontrar. O segredo é mesmo a informação. Quanto mais informado estiver, maior liberdade sentirá ao confeccionar as suas refeições. Adoptar uma atitude negativa quanto à comida e aos temperos que não pode usar, não lhe vai adiantar de nada. Porque não aproveitar a mudança, e tentar novas receitas? De certeza que terá agradáveis surpresas, se estiver disposto a isso.

Descurar outros aspectos da vida quotidiana

A dieta é um componente crucial na cura, mas não é a única. Por exemplo, sabia que a privação do sono influencia os genes inflamatórios no seu corpo, perturba o seu sistema imunológico e desregula o seu sistema hormonal? 8 horas por noite é o mínimo que precisamos, mas o ideal seria entre 9 a 10 horas. O sono precisa ser consistente, para que o seu corpo possa regenerar-se. 


No caminho de uma mudança de estilo de vida séria e permanente, o stress é outro factor que simplesmente não pode ser descurado. Pense nas situações que lhe provocam stress e na forma como se sente com isso. Nós tendemos a pensar que as áreas stressantes na nossa vida estão fora de controle, mas muitas vezes temos mais poder do que estamos dispostos a admitir. A negatividade pode-se cultivar tanto nas reações emocionais como físicas, o que pode levar a retrocessos no seu processo de cura. Exercícios de yoga, apanhar luz solar, praticar exercícios de baixo impacto como andar e meditação são formas fáceis de incorporar mais relaxamento no seu dia a dia para a cura mais efectiva.

Embora a sua dieta possa ser perfeita, as pequenas coisas da vida quotidiana podem prejudicar ou atrasar os seus esforços. 

Pressa na reintrodução dos alimentos eliminados

O protocolo auto-imune não é fácil de fazer. É restritivo e demorado. A coisa mais importante a lembrar, é ser paciente durante o processo de cicatrização. O protocolo auto-imune não pode ser acelerado. Um dos erros mais comuns que as pessoas cometem é reintroduzirem os alimentos demasiado cedo, simplesmente porque se sentem melhor. O que pode acontecer nesses casos é que apesar de se sentir bem, podia sentir-se ainda melhor e estará a abrir caminho para um novo surto mais cedo. Muitas pessoas caem no erro de, ao reintroduzirem um determinado alimento e não terem tido reações adversas no primeiro momento, significa que o seu corpo o aceita. Pode não ser assim. O facto de ter adoptado uma alimentação limpa nos últimos tempos, deixa o seu corpo mais preparado para alguma reação mais adversa que determinado alimento possa provocar. Mas não significa que ao fim de algum tempo, que o seu corpo não dê sinal e volte o mal-estar e o desconforto. 

Fala-se numa reintrodução ao fim de 30 dias. Ela pode acontecer após 30 dias! Ainda assim, só porque funciona para algumas pessoas, não significa que funcione consigo. Leve as coisas com calma e leve a reintrodução muito a sério. Se não sabe como proceder, veja aqui.

Isolar-se

Alguns de nós têm a sorte de ter pessoas nas nossas vidas que apoiam completamente a nossa jornada de cura. O mesmo vale para os amigos. Não inicie este processo sozinho. Apesar de poder ter o apoio da família e amigos, é essencial ter um grupo de suporte com pessoas que têm os mesmos sintomas e sentem as mesmas limitações. Cada vez existe mais literatura sobre o protocolo e mais grupos de apoio nas redes sociais. A maioria é estrangeira, mas também existem em português. Se quiser saber mais sobre o grupos de protocolo auto-imune, veja aqui.

Se quiser saber mais sobre o protocolo, consulte os artigos do blog.



13 de julho de 2017

Pão de banana verde

Já andava desolada porque nenhum pão apropriado para consumir em protocolo me corria bem, e já
perdi a conta à quantidade de farinhas que deitei fora. Por outro lado, as receitas que encontro (maioritariamente estrangeiras) nunca me correm bem, mas esta andava de lado precisamente por causa dos ingredientes. Mas há dias encontrei a banana verde e o cremor de tártaro, e já não havia desculpas. E mesmo com as piadinhas da filha que tem acompanhado os fracassos consecutivos em fazer pão, ficou surpreendida pelos resultados.

Então é assim:

INGREDIENTES:

1 banana verde (plantain) (depois de descascada e cortada dá cerca de 3/4 de chávena)


1, 5 chávena de polvilho doce
2 colheres de sopa de farinha de coco
1/2 colher de café de bicarbonato de sódio
1/2 colher de café de levedura de cremor de tártaro


1/2 colher de café de sal marinho
1 chávena de leite de coco (usei caseiro - receita aqui)
2 colheres de sopa de azeite
Opção - juntar alho triturado a gosto (não o fiz)

PREPARAÇÃO:

Liguei o forno a 200º.
Descasquei a banana com uma faca afiada. É preciso cortar de um lado e do outro e retirar a casca. 
Cortei aos pedaços e coloquei na Bimby, juntamente com o azeite e o leite de coco, vel. 5/ 1 min.
Numa tigela, juntei as farinhas, o bicarbonato, o sal e o cremor de tártaro para as misturar bem.
Com a Bimby em movimento na vel. 3, adicionei a mistura das farinhas pelo bocal até ficar uma massa homogénea.
Na receita original indica para o caso da massa ficar muito líquida, juntar um pouco de polvilho. Se a massa ficar mito seca, juntar um pouco de leite de coco. Eu tive q juntar mais leite, daí ter já adicionado a quantidade real de leite de coco nos ingredientes.
A massa deve ter a consistência para moldar pequenas bolas. A receita menciona que dá para 8 e confirmo.



Coloquei as bolinhas num tabuleiro coberto com papel vegetal e levei ao forno cerca de 20 minutos, até a parte exterior estar ligeiramente dourada.
Retirei do forno assim que ficou pronto e deixei arrefecer.


Só abri depois de completamente frios (e estava em ânsias).






Eu gostei bastante do sabor e da próxima vez vou mesmo colocar ervas secas ou alho.
Comi 3 bolinhas o que me valeu saltar o jantar e só voltar a comer ao pequeno-almoço do dia seguinte 😆
Espero que gostem, eu adorei e de certeza que vou voltar a repetir!

24 de julho de 2017

Hoje ficaram assim:





12 de julho de 2017

Receitas para fazer e guardar

Quando se está a cumprir o protocolo auto-imune, um dos principais obstáculos é mesmo a organização de refeições. Seja para comer em casa ou fora. Por termos uma alimentação mais restrita, temos alguma dificuldade em encontrar fora de casa, refeições equilibradas e nutritivas.

Além disso, muitas pessoas se queixam de falta de tempo para cozinhar. Vai parecer controverso mas também não gosto de passar muito tempo na cozinha, sobretudo por rotina. Dá-me jeito confeccionar pratos que não sejam muito complicados de fazer, e que também possa congelar ou guardar e gastar mais tarde.


Assim, decidi fazer uma compilação de receitas aprovadas em protocolo auto-imune, que podemos fazer ao fim de semana para deixar os dias de semana mais libertos para outras actividades.

Como já devem ter reparado, tenho a Bimby e uso-a sempre que posso. Já a tenho há mais de 7 anos e é uma excelente ajuda cá em casa. (Não, não sou vendedora, lol!) Há receitas que consigo "traduzir" para o método normal, mas sem sempre isso é possível. 

SOPAS

Eu gosto de fazer logo grandes quantidades, uma vez que tenho por hábito consumir sopa nas 3 refeições diárias. Gosto de fazer purés mais espessos e se necessário, acrescento água, sempre rende mais um pouco.

PEIXE
SNACKS e outros

Há muitas mais sugestões no blog, e se tiverem curiosidade em seguir a página Saber viver com Fibromialgia estejam à vontade.
Se houver por aí alguma doença ou suspeita de doença auto-imune, também podem aderir ao Grupo Protocolo Auto-imune

Compota de pêssego



Verão é sinónimo de sol, calor e ...compotas!

Bem, pode-se fazer em qualquer época do ano, mas eu ainda sou do tempo em que se passavam os dias de verão a fazer compotas e conservas de fruta para o ano inteiro.
Aqui, não tenho frutas directamente da árvore, mas assim que vejo as frutas de verão, desperta em mim aquela coisa de fazer compotas. E quando apanho frutas em promoção, nada me trava 😆

Desta vez foi de pêssego.
É muito fácil. Costumo fazer compotas sem qualquer adição de açúcar porque faço para uso imediato. Mas desta vez quis fazer para guardar e espero que resulte.

INGREDIENTES:

500 g de pêssego descascado e cortado aos pedaços
100 g de mel (usei mel biológico local)
1 colher de chá de canela de Ceilão

PREPARAÇÃO:

Usei a Bimby.
Coloquei o pêssego e a canela e programei 20 mins/ vel.1/temp. 100º.
Depois juntei o mel e programei mais 20 mins/ vel.1/ temp. varoma.

Se fizerem ao lume, o tempo e processo é o mesmo.

Depois de cozinhado, coloquei em frascos limpos e esterilizados.
Depois de cheios, tapei e voltei-os ao contrário para criar vácuo.







Este processo é válido para qualquer fruta.

7 de julho de 2017

Alodínia e Fibromialgia

Quem sofre de Fibromialgia ou dor crónica, depara-se muitas vezes (mesmo muitas vezes) com o problema da dor. Quem nunca sentiu dor ao ser tocada pelos lençóis da cama? Sabe o que é sentir dor, ao sentir uma rajada de vento a passar pelo corpo? E desconforto horrível sentido com qualquer peça de roupa, mesmo tendo sido usada vezes sem conta? Para quem está de fora, parece exagero. Mas, caríssimo leigo, de exagerado não tem nada. Esta sensação de dor exacerbada é real, e tem um nome...ALODÍNIA! E é mais um sintoma da Fibromialgia.

A melhor forma de explicar a alguém de forma a que perceba, é pedir para que pense nas zonas mais sensíveis do seu corpo. Tanto pode ser nos lábios, dedos, língua, não importa. Agora imagine a totalidade do seu corpo, incluindo os músculos, serem compostos pelos mesmos tecidos e nervos dessa sua zona mais sensível. Agora imagine essa zona ser constantemente estimulada, o dia inteiro, e com "sorte", também durante a noite. É isso que sente um fibromiálgico quando o vento passa por ele, ou quando a roupa magoa.



Então, o que é alodínia?

Pesquisadores da Universidade de Cardiff, com sede no Reino Unido, explicam que "a dor neuropática é causada por dano ou disfunção do sistema nervoso central e periférico em vez de estimulação de receptores de dor". Se tem ou já leu sobre Fibromialgia, estas conclusões devem ser-lhe tremendamente familiares. Na verdade, eles acrescentam que "a dor neuropática geralmente resulta em dores" espontâneas ". Algumas dessas sensações parecem ter "vida própria" e são bizarras. Sensações, dores estranhas e espontâneas? Ou seja, no da a dia de um doente com Fibromialgia essas dores estranhas e espontâneas têm o nome de alodínia.

Alodinia, vem do grego allo (outro) e odyne (dor), envolve uma mudança no sentido da dor, da qualidade de uma sensação, seja de que tipo for. Estímulos sensoriais que em situações normais não provocam dor. 

Trata-se de uma disfunção da actividade cerebral que se manifesta como uma sensação de dor quando, normalmente, o estímulo não é doloroso. Quando uma pessoa tem uma sensação e os impulsos que chegam ao cérebro são interpretados como uma sensação desagradável, produz-se dor. Isto pode acontecer porque o impulso é realmente doloroso ou porque a mensagem das fibras nervosas está alterada. Pode-se estar a estimular determinadas áreas do corpo sem implicar dor, mas o cérebro pode interpretá-las como uma sensação dolorosa. Por essa razão, quando tocamos a pele, há uma sensação de desconforto, como se a parte tocada tivesse sofrido uma queimadura, por mais leve que seja o atrito no local afetado.


Porque é que isto acontece?

Esta forma de dor vem de um mau funcionamento de nervos chamados nociceptores. O trabalho dos nociceptores é detectar informações específicas no seu ambiente, como temperatura e coisas que podem causar danos, sobretudo no nível da pele.

Sabe como às vezes a sua mão se encolhe junto de um objecto quente antes mesmo de perceber que está prestes a queimar-se? Isso é devido à ação única dos nociceptores, que realmente funcionam por conta própria, sem ter que enviar sinais para o cérebro e obter uma resposta de volta.

Na fibromialgia, por algum motivo, os  nociceptores começam a perceber que todos os tipos de sensações são dolorosas. Os pesquisadores acreditam que faz parte da sensibilização central associada à fibromialgia, síndrome de fadiga crónica e algumas outras condições.

Tipos de alodínia

Existem três formas de alodínia:
- Primeiro é o toque ou o tátil, ou seja, a dor que vem do toque de, por exemplo, roupas contra a pele. - A segunda é a alodínia mecânica que é causada pelo movimento em toda a pele de coisas como toalhas usadas para secar, escovar lençóis e sim, mesmo o vento. 
- Por último, é a alodínia térmica ou relacionada à temperatura. Acontece quando temperaturas quentes ou frias que não são extremas o suficiente para danificar seus tecidos. Mas com alodínia, essa sensação intensifica-se, então podemos referir uma sensibilidade à temperatura.

A mesma pessoa pode sentir apenas uma das formas de alodínia, mas também pode sentir as três. O que parece inequívoco é que alodínia e fibromialgia, andam quase sempre, de mãos dadas.

6 de julho de 2017

Bolinhos de batata doce e canela, Paleo, AIP


Podia deixar aqui várias razões para ter feito os bolinhos, mas a razão de verdade era mesmo porque me apetecia. E a receita é a seguinte:

INGREDIENTES:

250 g de batata doce cozida (usei da laranja)
50 g de farinha de mandioca
Raspa e sumo de meio limão
1 colher de café de canela de Ceilão
100 g de leite de coco
2 colheres de sopa de óleo de coco (estava líquido)
1 colher de café de bicarbonato de sódio


PREPARAÇÃO:

Usei a Bimby.
Coloquei todos os ingredientes na Bimby e programei 30 segs / vel. 5.
A massa fica molinha.

Liguei o forno a 200º.
Fiz pequenas bolas e coloquei-as num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Umas envolvi em canela.



No tabuleiro, ao colocar as bolas, espalmei-as ligeiramente com a palma da mão.
Coloquei-as no forno durante cerca de 30 minutos.
A parte boa, é que enquanto estavam no forno, emanava um cheirinho a natal.



Espero que gostem!

Probióticos - os vários tipos

LEITES FERMENTADOS

  •  “IOGURTES”

Todos são leite fermentado e quando utilizamos a palavra IOGURTE é ao Búlgaro que devemos esse nome.
Lactose: Apesar da fermentação metabolizar parte da lactose em glucose e galactose, não o faz por completo. Se não se dá com os iogurtes de compra, provavelmente com estes também não. O problema reside na intolerância à caseína, pois esta continua sempre presente em todos os produtos lácteos. Mas se não tem intolerância à lactose nem à caseína, não custa experimentar. As bactérias em acção são diferentes.
Temperatura: O Búlgaro é o único que precisa do leite aquecido para ser feito. Os outros são, supostamente, para fazer em temperatura ambiente, mas isso funciona no inverno ou em temperaturas de preferência nos 25ºC ou abaixo. No verão, convém usar uma “estufa de frio”.
Tempo útil de vida: Duram geralmente entre 5 a 7 dias no frigorífico. Depois disso começam a ganhar soro e vão-se deteriorando até se tornarem irrecuperáveis.
Nota: Com o Cáspio já foram relatados períodos de conservação no frigorífico superiores a 15 dias.
Ao contrário dos iogurtes que fazíamos em iogurteira usando um iogurte comprado, que ao fim de algumas gerações perdia qualidade e era necessário comprar outro, estes duram por tempo indefinido.
Conservação: Os iogurtes podem ser congelados ou desidratados caso queira fazer uma pausa mais prolongada no seu consumo.

BÚLGARO


Originário da zona da Bulgária. Este é o original do iogurte que compramos no supermercado ou fazemos na iogurteira. O mais ácido de todos. Menos sólido que o de compra e não tão homogéneo.





CÁSPIO 



(Matsoni ou CSY: Caspian Sea Yoghurt) Originário da zona do mar Cáspio. Tão sólido (ou mais) que o Búlgaro e mais homogéneo, no sentido de ser mais parecido com os iogurtes de compra. Menos ácido.






FIL MJÖLK 
Atribui-se a sua origem à Suécia ou Finlândia. O Fil Mjölk é parecido com o Cáspio e muitos
consideram-no menos denso e menos homogéneo que o Cáspio.


VIILI 

Originário da Finlândia. Existem duas versões: uma viscosa (Viili longo). Denso e homogéneo, com uma consistência bem diferente dos outros 3 ou dos que se compram. Forma uma “capa” (casquinha) à superfície (sobretudo após 48h no frigorífico) resultado da acção de um fungo inofensivo. O Viili forma o que se chamam de “cordas” e a sua viscosidade característica desagrada a muitas pessoas. A outra versão é menos viscosa (Viili curto) e mais parecida com os outros iogurtes.



  • KEFIR

(também conhecido em Portugal por flor do iogurte)

O kefir é um SCOBY (do inglês: Colónia simbiótica de bactérias e leveduras), o que significa que os microrganismos que compõem essa colónia vivem em simbiose, numa relação de mútua dependência.
Os grãos têm cor branca leitosa ou amarelada. São parecidos com pequenos pedaços de couve-flor,
embora existam variantes de aspecto muito diferente. Tal como os iogurtes, o kefir produz um leite fermentado.
Leite: Dá-se bem com qualquer tipo de leite: cru, UHT, pasteurizado ou em pó. Gordo, ½ gordo ou magro. Vaca, cabra, ovelha...
Lactose: A colónia alimenta-se principalmente da lactose, o açúcar do leite. Esta é toda metabolizada em dois açúcares simples, glucose e galactose, desde que a fermentação se prolongue por tempo
suficiente ou aumentando a quantidade de grãos em relação ao leite. Tornar o leite fermentado “livre” de lactose, deixa-o demasiado ácido para o paladar de muitas pessoas.
Leites/Bebidas vegetais: Pode ainda utilizar bebidas vegetais, mediante a combinação com
leite ou a alternância entre os dois se não quiser consumir leite. Os resultados são diferentes dos conseguidos com o leite e a variação resultante de várias marcas de leites vegetais também. E convém
não confundir uma fermentação mal sucedida (pouco comum) com uma
da qual não goste do sabor (muito comum). Nota: Nem todos os microrganismos que habitualmente compõem as colónias de kefir se alimentam de lactose ou apenas desse açúcar. Por isso é possível efectuar fermentações bem sucedidas em bebidas vegetais. No entanto, a capacidade de uma determinada colónia em funcionar bem sem lactose e manter a sua capacidade de crescimento ao retornar à lactose, varia conforme a sua microflora específica. Evite menos de um mês sem lactose. Há quem os alimente com lactose 1x por semana.
Temperatura: Para fazer em temperatura ambiente, mas evite acima dos 30ºC e abaixo dos 5ºC.
Tempo útil de vida: Teoricamente, os grãos duram “para sempre” se bem cuidados. Vão-se
reproduzindo.

KEFIR / KEFIILI

Kefiili é uma expressão que, se não erro, foi cunhada por Dominic Anfiteatro, uma referência mundial no mundo do Kefir, o mesmo que, creio, batizou o kefiran e a kefiraride. O Kefiili obtêm-se expondo grãos de kefir ao “iogurte” Viili. O resultado é um fermentado tipo iogurte Viili produzido pelos grãos do kefir. Mas esqueça o coar facilmente. A densidade do fermentado, apesar de não ser tão intensa quanto a do “iogurte” Viili, torna esse processo mais difícil. O Kefiili funciona muito bem em unidose, podendo usar grãos
 grandes para fazer “iogurtes” de “Kefiili”. Tem um sabor menos ácido e parecido com o “iogurte” Viili”. Se tem kefir a funcionar em paralelo com o kefiili, tenha cuidado para não contaminar. Os cuidados referentes a esta pequena variação do Kefir são os mesmos que o “original”.
Nota: Estes resultados foram obtidos com leite pasteurizado gordo.



  • FERMENTO PARA PÃO

(Conhecido por: Massa …Azeda ou …Lêveda ou …Madre. Ou por Isco ou Sourdough)
A massa lêveda é uma pequena quantidade de farinha e água que se deixa fermentar num local morno, sem adição de fermentos ou de leveduras, para depois misturar com uma maior quantidade de
farinha com o objectivo de preparar massa para pão. Algumas fontes usam a expressão “massa lêveda” para referir uma massa a que foram adicionadas leveduras, para a confecção de pão ou bolos. Também se utiliza a mesma expressão para uma massa que é feita em duas etapas: na primeira faz-se um Isco ou “começo” (starter), misturando uma pequena quantidade de farinha com fermento, deixa-se levedar e depois junta-se esse Isco ao resto da farinha.


  • (LACTO) FERMENTAÇÃO DE VEGETAIS 


Muito provavelmente já comeu: pickles, chucrute, couve roxa, cornichons, Kimchi, kvass...
Não são difíceis de fazer e depois de ganhar o jeito, ficará com legumes fermentados para meses. Com a vantagem de saber o que está a comer. Sobretudo se tiver horta. Os vegetais podem ser fermentados usando starters específicos, como o soro do Kefir o líquido da Kombucha / Tibicos ou até mesmo vinagre de cidra. Muitas pessoas recomendam, no entanto, que sejam usados apenas água, sal e as bactérias que estão naturalmente presentes nos vegetais e nas nossas mãos e utensílios depois de bem lavados.
Em relação aos outros fermentados partilhados no grupo, existem algumas diferenças:
a) Não é necessária a partilha de organismos fermentadores tal como é para o kefir ou os Tibicos;
b) Os tempos médios de fermentação são mais longos, recomendando-se entre 2 a 4 semanas. Nota: Embora haja quem faça fermentações de poucos dias, crê-se que os efeitos probióticos são reduzidos (ou nulos) já que não há tempo para que os microrganismos fermentadores atingirem uma contagem microbiana suficiente;
c) As fermentações são mais fáceis de fazer sem ar, hermeticamente fechado e de preferência (mas não obrigatório) com borbulhador (airlock) para prevenir o surgimento de bolor.
Receita aqui: https://sabervivercomfibromialgia.blogspot.lu/2017/05/couve-fermentada.html


  • TIBICOS (também conhecidos por Kefir de água ou Tibi, entre muitos outros nomes) 


Os Tibicos são um SCOBY. Os grãos são translúcidos e gelatinosos. Podem ser mais claros ou mais escuros, conforme o tipo de açúcar utilizado. Na sua forma mais simples de preparar, fermentam água com açúcar. Também podem ser usados para fermentar, por exemplo, leite, infusões, sumos e bebidas vegetais (com ou sem açúcar). O resultado final é uma bebida entre o doce e o ácido, conforme o tempo deixado a fermentar. Pode ser aromatizada de várias maneiras, sobretudo usando-se frutas e sumos e, dependendo da forma como se elabora, pode ser, ou não, gaseificada.
Açúcar: A fermentação degrada a sacarose em frutose e glicose. Estes açúcares não desaparecem (mas são melhor absorvidos pelo nosso organismo), sendo “disfarçados” pela acidez progressiva. Temperatura: Para fazer em temperatura ambiente, mas evite acima dos 30ºC e abaixo dos 5ºC. Tempo útil de vida: Teoricamente, os grãos duram “para sempre” se bem cuidados. Vão-se reproduzindo.


  • JUN 

O Jun é um biofilme e, tal como o Kefir e os Tibicos, um SCOBY. (idealmente puro) como fonte de energia. Os procedimentos e modos de utilização / consumo do Jun são iguais aos da Kombucha e se já usa este fermentado, não terá dificuldade em adaptar-se à produção do Jun.
Apesar de menos conhecido e mais raro, é como uma Kombucha que em substituição do açúcar, usa o mel
Açúcar: O mel de abelha é uma mistura de dois monosacarídeos (dextrose e frutose). Tal como para a Kombucha, não disponho de informação concreta quanto a esta questão. Suponho que uma parte dos açúcares será consumida, outra será disfarçada pela acidez. Existem alguns estudos sobre a Kombucha mas não conheço um único sobre o Jun. Em termos de cuidados com as bolachas, desde a temperatura a questões de higiene é em tudo semelhante à Kombucha.


  • KOMBUCHA 

A Kombucha é um biofilme e um SCOBY. A colónia é uma “bolacha” de cor acastanhada que
fermenta, geralmente, chá preto ou verde, açucarados.
Açúcar: Não disponho de informação concreta quanto a esta questão. Mas muito provavelmente acontece o mesmo que aos Tibicos. A sacarose desaparece e a frutose e glicose aumentam. A Kombucha também é usada para fazer vinagre se deixada vários meses no mesmo chá ou usando muitas bolachas no mesmo recipiente.
Temperatura: A cultura de Kombucha beneficia de um lugar morno (mas não abafado ou húmido). Recomenda-se que a temperatura do chá não caia abaixo dos 10ºC nem se eleve acima dos 30ºC. A temperatura ideal anda ao redor dos 22ºC. No entanto, passaram já vários anos de uso e nunca me preocupei em controlar a temperatura ambiente e até agora tem corrido bem. Até porque a Kombucha aguenta temperaturas dentro do frigorífico.
Tempo útil de vida: As bolachas têm tempo de vida limitado, podendo durar anos. Como se reproduzem se bem cuidadas, o seu tempo de vida é “ilimitado”.

Fonte: Grupo "Probioticamente"