6 de julho de 2017

Bolinhos de batata doce e canela, Paleo, AIP


Podia deixar aqui várias razões para ter feito os bolinhos, mas a razão de verdade era mesmo porque me apetecia. E a receita é a seguinte:

INGREDIENTES:

250 g de batata doce cozida (usei da laranja)
50 g de farinha de mandioca
Raspa e sumo de meio limão
1 colher de café de canela de Ceilão
100 g de leite de coco
2 colheres de sopa de óleo de coco (estava líquido)
1 colher de café de bicarbonato de sódio


PREPARAÇÃO:

Usei a Bimby.
Coloquei todos os ingredientes na Bimby e programei 30 segs / vel. 5.
A massa fica molinha.

Liguei o forno a 200º.
Fiz pequenas bolas e coloquei-as num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Umas envolvi em canela.



No tabuleiro, ao colocar as bolas, espalmei-as ligeiramente com a palma da mão.
Coloquei-as no forno durante cerca de 30 minutos.
A parte boa, é que enquanto estavam no forno, emanava um cheirinho a natal.



Espero que gostem!

Probióticos - os vários tipos

LEITES FERMENTADOS

  •  “IOGURTES”

Todos são leite fermentado e quando utilizamos a palavra IOGURTE é ao Búlgaro que devemos esse nome.
Lactose: Apesar da fermentação metabolizar parte da lactose em glucose e galactose, não o faz por completo. Se não se dá com os iogurtes de compra, provavelmente com estes também não. O problema reside na intolerância à caseína, pois esta continua sempre presente em todos os produtos lácteos. Mas se não tem intolerância à lactose nem à caseína, não custa experimentar. As bactérias em acção são diferentes.
Temperatura: O Búlgaro é o único que precisa do leite aquecido para ser feito. Os outros são, supostamente, para fazer em temperatura ambiente, mas isso funciona no inverno ou em temperaturas de preferência nos 25ºC ou abaixo. No verão, convém usar uma “estufa de frio”.
Tempo útil de vida: Duram geralmente entre 5 a 7 dias no frigorífico. Depois disso começam a ganhar soro e vão-se deteriorando até se tornarem irrecuperáveis.
Nota: Com o Cáspio já foram relatados períodos de conservação no frigorífico superiores a 15 dias.
Ao contrário dos iogurtes que fazíamos em iogurteira usando um iogurte comprado, que ao fim de algumas gerações perdia qualidade e era necessário comprar outro, estes duram por tempo indefinido.
Conservação: Os iogurtes podem ser congelados ou desidratados caso queira fazer uma pausa mais prolongada no seu consumo.

BÚLGARO


Originário da zona da Bulgária. Este é o original do iogurte que compramos no supermercado ou fazemos na iogurteira. O mais ácido de todos. Menos sólido que o de compra e não tão homogéneo.





CÁSPIO 



(Matsoni ou CSY: Caspian Sea Yoghurt) Originário da zona do mar Cáspio. Tão sólido (ou mais) que o Búlgaro e mais homogéneo, no sentido de ser mais parecido com os iogurtes de compra. Menos ácido.






FIL MJÖLK 
Atribui-se a sua origem à Suécia ou Finlândia. O Fil Mjölk é parecido com o Cáspio e muitos
consideram-no menos denso e menos homogéneo que o Cáspio.


VIILI 

Originário da Finlândia. Existem duas versões: uma viscosa (Viili longo). Denso e homogéneo, com uma consistência bem diferente dos outros 3 ou dos que se compram. Forma uma “capa” (casquinha) à superfície (sobretudo após 48h no frigorífico) resultado da acção de um fungo inofensivo. O Viili forma o que se chamam de “cordas” e a sua viscosidade característica desagrada a muitas pessoas. A outra versão é menos viscosa (Viili curto) e mais parecida com os outros iogurtes.



  • KEFIR

(também conhecido em Portugal por flor do iogurte)

O kefir é um SCOBY (do inglês: Colónia simbiótica de bactérias e leveduras), o que significa que os microrganismos que compõem essa colónia vivem em simbiose, numa relação de mútua dependência.
Os grãos têm cor branca leitosa ou amarelada. São parecidos com pequenos pedaços de couve-flor,
embora existam variantes de aspecto muito diferente. Tal como os iogurtes, o kefir produz um leite fermentado.
Leite: Dá-se bem com qualquer tipo de leite: cru, UHT, pasteurizado ou em pó. Gordo, ½ gordo ou magro. Vaca, cabra, ovelha...
Lactose: A colónia alimenta-se principalmente da lactose, o açúcar do leite. Esta é toda metabolizada em dois açúcares simples, glucose e galactose, desde que a fermentação se prolongue por tempo
suficiente ou aumentando a quantidade de grãos em relação ao leite. Tornar o leite fermentado “livre” de lactose, deixa-o demasiado ácido para o paladar de muitas pessoas.
Leites/Bebidas vegetais: Pode ainda utilizar bebidas vegetais, mediante a combinação com
leite ou a alternância entre os dois se não quiser consumir leite. Os resultados são diferentes dos conseguidos com o leite e a variação resultante de várias marcas de leites vegetais também. E convém
não confundir uma fermentação mal sucedida (pouco comum) com uma
da qual não goste do sabor (muito comum). Nota: Nem todos os microrganismos que habitualmente compõem as colónias de kefir se alimentam de lactose ou apenas desse açúcar. Por isso é possível efectuar fermentações bem sucedidas em bebidas vegetais. No entanto, a capacidade de uma determinada colónia em funcionar bem sem lactose e manter a sua capacidade de crescimento ao retornar à lactose, varia conforme a sua microflora específica. Evite menos de um mês sem lactose. Há quem os alimente com lactose 1x por semana.
Temperatura: Para fazer em temperatura ambiente, mas evite acima dos 30ºC e abaixo dos 5ºC.
Tempo útil de vida: Teoricamente, os grãos duram “para sempre” se bem cuidados. Vão-se
reproduzindo.

KEFIR / KEFIILI

Kefiili é uma expressão que, se não erro, foi cunhada por Dominic Anfiteatro, uma referência mundial no mundo do Kefir, o mesmo que, creio, batizou o kefiran e a kefiraride. O Kefiili obtêm-se expondo grãos de kefir ao “iogurte” Viili. O resultado é um fermentado tipo iogurte Viili produzido pelos grãos do kefir. Mas esqueça o coar facilmente. A densidade do fermentado, apesar de não ser tão intensa quanto a do “iogurte” Viili, torna esse processo mais difícil. O Kefiili funciona muito bem em unidose, podendo usar grãos
 grandes para fazer “iogurtes” de “Kefiili”. Tem um sabor menos ácido e parecido com o “iogurte” Viili”. Se tem kefir a funcionar em paralelo com o kefiili, tenha cuidado para não contaminar. Os cuidados referentes a esta pequena variação do Kefir são os mesmos que o “original”.
Nota: Estes resultados foram obtidos com leite pasteurizado gordo.



  • FERMENTO PARA PÃO

(Conhecido por: Massa …Azeda ou …Lêveda ou …Madre. Ou por Isco ou Sourdough)
A massa lêveda é uma pequena quantidade de farinha e água que se deixa fermentar num local morno, sem adição de fermentos ou de leveduras, para depois misturar com uma maior quantidade de
farinha com o objectivo de preparar massa para pão. Algumas fontes usam a expressão “massa lêveda” para referir uma massa a que foram adicionadas leveduras, para a confecção de pão ou bolos. Também se utiliza a mesma expressão para uma massa que é feita em duas etapas: na primeira faz-se um Isco ou “começo” (starter), misturando uma pequena quantidade de farinha com fermento, deixa-se levedar e depois junta-se esse Isco ao resto da farinha.


  • (LACTO) FERMENTAÇÃO DE VEGETAIS 


Muito provavelmente já comeu: pickles, chucrute, couve roxa, cornichons, Kimchi, kvass...
Não são difíceis de fazer e depois de ganhar o jeito, ficará com legumes fermentados para meses. Com a vantagem de saber o que está a comer. Sobretudo se tiver horta. Os vegetais podem ser fermentados usando starters específicos, como o soro do Kefir o líquido da Kombucha / Tibicos ou até mesmo vinagre de cidra. Muitas pessoas recomendam, no entanto, que sejam usados apenas água, sal e as bactérias que estão naturalmente presentes nos vegetais e nas nossas mãos e utensílios depois de bem lavados.
Em relação aos outros fermentados partilhados no grupo, existem algumas diferenças:
a) Não é necessária a partilha de organismos fermentadores tal como é para o kefir ou os Tibicos;
b) Os tempos médios de fermentação são mais longos, recomendando-se entre 2 a 4 semanas. Nota: Embora haja quem faça fermentações de poucos dias, crê-se que os efeitos probióticos são reduzidos (ou nulos) já que não há tempo para que os microrganismos fermentadores atingirem uma contagem microbiana suficiente;
c) As fermentações são mais fáceis de fazer sem ar, hermeticamente fechado e de preferência (mas não obrigatório) com borbulhador (airlock) para prevenir o surgimento de bolor.
Receita aqui: https://sabervivercomfibromialgia.blogspot.lu/2017/05/couve-fermentada.html


  • TIBICOS (também conhecidos por Kefir de água ou Tibi, entre muitos outros nomes) 


Os Tibicos são um SCOBY. Os grãos são translúcidos e gelatinosos. Podem ser mais claros ou mais escuros, conforme o tipo de açúcar utilizado. Na sua forma mais simples de preparar, fermentam água com açúcar. Também podem ser usados para fermentar, por exemplo, leite, infusões, sumos e bebidas vegetais (com ou sem açúcar). O resultado final é uma bebida entre o doce e o ácido, conforme o tempo deixado a fermentar. Pode ser aromatizada de várias maneiras, sobretudo usando-se frutas e sumos e, dependendo da forma como se elabora, pode ser, ou não, gaseificada.
Açúcar: A fermentação degrada a sacarose em frutose e glicose. Estes açúcares não desaparecem (mas são melhor absorvidos pelo nosso organismo), sendo “disfarçados” pela acidez progressiva. Temperatura: Para fazer em temperatura ambiente, mas evite acima dos 30ºC e abaixo dos 5ºC. Tempo útil de vida: Teoricamente, os grãos duram “para sempre” se bem cuidados. Vão-se reproduzindo.


  • JUN 

O Jun é um biofilme e, tal como o Kefir e os Tibicos, um SCOBY. (idealmente puro) como fonte de energia. Os procedimentos e modos de utilização / consumo do Jun são iguais aos da Kombucha e se já usa este fermentado, não terá dificuldade em adaptar-se à produção do Jun.
Apesar de menos conhecido e mais raro, é como uma Kombucha que em substituição do açúcar, usa o mel
Açúcar: O mel de abelha é uma mistura de dois monosacarídeos (dextrose e frutose). Tal como para a Kombucha, não disponho de informação concreta quanto a esta questão. Suponho que uma parte dos açúcares será consumida, outra será disfarçada pela acidez. Existem alguns estudos sobre a Kombucha mas não conheço um único sobre o Jun. Em termos de cuidados com as bolachas, desde a temperatura a questões de higiene é em tudo semelhante à Kombucha.


  • KOMBUCHA 

A Kombucha é um biofilme e um SCOBY. A colónia é uma “bolacha” de cor acastanhada que
fermenta, geralmente, chá preto ou verde, açucarados.
Açúcar: Não disponho de informação concreta quanto a esta questão. Mas muito provavelmente acontece o mesmo que aos Tibicos. A sacarose desaparece e a frutose e glicose aumentam. A Kombucha também é usada para fazer vinagre se deixada vários meses no mesmo chá ou usando muitas bolachas no mesmo recipiente.
Temperatura: A cultura de Kombucha beneficia de um lugar morno (mas não abafado ou húmido). Recomenda-se que a temperatura do chá não caia abaixo dos 10ºC nem se eleve acima dos 30ºC. A temperatura ideal anda ao redor dos 22ºC. No entanto, passaram já vários anos de uso e nunca me preocupei em controlar a temperatura ambiente e até agora tem corrido bem. Até porque a Kombucha aguenta temperaturas dentro do frigorífico.
Tempo útil de vida: As bolachas têm tempo de vida limitado, podendo durar anos. Como se reproduzem se bem cuidadas, o seu tempo de vida é “ilimitado”.

Fonte: Grupo "Probioticamente"

28 de junho de 2017

Wraps AIP, Paleo

Ando sempre a pensar em como aliar os apetites que tenho e a alimentação que faço. Se há coisa que detesto, é rotinas seja onde for, mas na cozinha então odeio...


A filha hoje pediu wraps. Fiz-lhe a vontade, mas eu não podia comer a mesma massa. Ora se me apetecia também um wrap, eu tinha que os fazer. E assim foi. Peguei na receita que tinha das crakers, e adaptei-a de modo a que ficassem minimamente moldáveis depois de frios. E saiu isto:

INGREDIENTES:

100 g de polvilho doce
120 g de farinha de mandioca
1 colher de chá de flor de sal
60 g de azeite extra-virgem
220 g de água quente
Temperos a gosto (usei só sal e alho em pó)

PREPARAÇÃO:

Colocar as farinhas e os temperos no copo da Bimby e programar 5 segs/ vel.4.
Juntar o azeite e a água quente e programar 2 min/ vel. espiga.


Depois de pronta, estica-se a massa com o rolo da massa, sobre um tapete de silicone com marcas (eu precisei disto para me orientar a esticar a massa em forma de círculo).


Esticar bem a massa e recortar as pontas com um cortador de forma a deixar um circulo apresentável.
Deu para 4 wraps.
Colocar uma frigideira larga anti-aderente ao lume.
Quando a frigideira estiver quente, colocar a massa a cozinhar, sem gordura.
Deixar cozinhar dos 2 lados.



Conforme os vamos cozinhando, convém tapar com uma folha de alumínio, para que não sequem.



Depois de prontos, rechear a gosto. Eu recheei com o que tinha (canónigos, azeitonas, carne bolonhesa, pepino) e enrolei em forma de wrap.


Os restantes, separei com papel vegetal, meti-os num saco de congelação e congelei para uso futuro.


Espero que gostem!

27 de junho de 2017

Gelatina de kombucha

Se há coisa da qual estou fã, é da minha kombucha. Além de sentir que me faz muito bem, sobretudo  a nível do trânsito intestinal, adoro o sabor. A de morango ou frutos vermelhos então, é a loucura 😆.



Então se pudermos aliar o benefícios dos probióticos, à gulodice de uma sobremesa, é a cereja no topo do bolo.

E esta é tão fácil de fazer!

INGREDIENTES:

700 ml de kombucha de segunda fermentação com sabor a gosto
2 saquetas de gelatina neutra em pó
50 ml de água a ferver



PREPARAÇÃO:


Deitar a gelatina em pó numa taça e adicionar a água acabada de ferver.
Mexer sempre até dissolver a gelatina.
Juntar aos poucos a kombucha, mexendo sempre.
Depois da kombucha estar toda misturada com a gelatina, colocar em taças e levar ao frio de um dia para o outro.



Bom apetite!

Caseína

38% da matéria sólida do leite é composta de proteína. E dessa proteína, 80% é composta por caseína e o restante pelo soro de leite.  A diferença entre soro e caseína reside na forma como são digeridos e como reagem no nosso corpo. A proteína do soro é digerida e absorvida rapidamente pela corrente sanguínea, o que provoca um rápido aumento da insulina. Este processo estimula o IGF-1 (factor de crescimento da insulina), presente na criação e proliferação de novas células cancerígenas. 


Como a caseína é digerida de forma muito lenta, as substâncias naturais de tipo morfina na caseína conhecidas como casomorfinas, actuam como opiáceos no corpo, à medida que entram na corrente sanguínea. Poucos minutos depois de ingerir um alimento à base de leite, a caseína leva à produção de casomorfinas, que se ligam aos receptores de opiáceos no cérebro e causam dependência aos produtos lácteos (daí o motivo pelo qual se torna muito difícil deixar de os ingerir). As casomorfinas desencadeiam uma resposta tão viciante que foram comparadas com heroína em termos de força para causar dependências alimentares e distúrbios do humor.


Os sintomas comuns de sensibilidade láctea devido à caseína são: produção excessiva de muco, problemas respiratórios e problemas digestivos como obstipação, flatulência, inchaço, diarreia., mas também problemas de pele como acne, erupções cutâneas e vermelhidão ou irritação, fadiga e insónia. Também intensifica o chamado "brain fog" e aumenta a intensidade de estados de depressão.


Os sintomas começam a revelar-se logo na infância. Crianças alimentadas a leite e produtos lácteos, desenvolvem com muito mais facilidade, doenças do foro respiratório e começam desde cedo a ser tratadas com antibióticos. O uso recorrente de antibióticos, leva a uma irritação mais significativa do intestino levando à inflamação. Se a isto juntarmos uma sensibilidade ou intolerância a lacticínios, criam-se as condições ideais para levar a uma maior permeabilidade intestinal. O intestino permeável permite que as proteínas lácteas passem no sangue e sistema linfático, o que ativa o sistema imunológico.


Para uma pessoa saudável, sem intolerância ou alergia a produtos lácteos, sem doenças auto-imunes e sem outras condições em que um intestino permeável possa ser um potencial contribuidor, os produtos lácteos podem ser perfeitamente consumidos e até benéficos (especialmente produtos lácteos fermentados e com mais elevado teor de gordura). Mas para os restantes, faz mais sentido eliminar este tipo de produtos pelo período mínimo de 1 mês, e voltar a reintroduzi-los, com intuito de determinar se provoca ou não alguma sintomatologia.

Pataniscas de bacalhau com abóbora


Sim, uma pessoa em protocolo também sente desejos, vontades. Apesar do palato mudar bastante quando aderimos à dieta paleo, a vontade de consumir doces quase desaparece, mas fica "aquela" vontade de qualquer coisa...ou então é mesmo de mim 😆!


Hoje apetecia-me bacalhau, e na impossibilidade de comer bacalhau cozido com grão e ovo cozido (oh céus!), e tendo feito bacalhau à brás versão AIP (receita aqui), decidi-me pelas pataniscas...

Mas há sempre aquele impasse dos ingredientes, por isso a improvisação impunha-se.

Fiz assim...


INGREDIENTES:

200 g de abóbora descascada e cortada aos cubos

Eu gosto desta abóbora. Segundo os meus profundos conhecimentos sobre legumes (atentem aqui ao sarcasmo!), esta é a abóbora manteiga, que eu chamo de abóbora de garrafa, e que é a única abóbora que adoro e consumo.



Bacalhau cozido e desfiado (a minha posta deu 100g de bacalhau desfiado)


1 cebola pequena
Salsa fresca a gosto
1 dente de alho
1 colher de sopa de farinha de mandioca
1 colher de sopa de polvilho azedo (também dá para fazer com polvilho doce, mas não queria abrir um pacote!)
Sal q.b.

PREPARAÇÃO:

Cozi a abóbora com água e sal a gosto.
Cozi o bacalhau, limpei-o de peles e espinhas e desfiei-o. Guardei a água de cozer.
Na Bimby, piquei a salsa, a cebola e o alho e reservei.
Coloquei a abóbora e reduzi a puré.
Juntei a salsa e cebola picados, o bacalhau desfiado e as farinhas.
Como ficou um pouco espesso, juntei um pouco de água de cozer o bacalhau.
A textura da massa deve ficar um pouco líquida e cremosa de forma a espalhar bem ao fritar.
Rectifiquei os temperos.


Aqueci uma frigideira anti-aderente com um pouco de azeite e fui colocando colheradas da massa.



Deixei cozinhar de um lado e do outro e deixei escorrer a gordura em papel absorvente.

Deixei arrefecer e já está!




 A receita dá para uma refeição para duas pessoas!

23 de junho de 2017

Não sou eu, és tu!


Carta aberta às pessoas saudáveis

Sou portadora de algumas doenças crónicas, auto-imunes, degenerativas e também invisíveis. Já deves ter ouvido falar de Fibromialgia. Pois bem, essa é uma das minhas amigas invisíveis e é precisamente essa que me traz aqui. De certo que, se já ouviste falar desta doença, que pode ser altamente incapacitante, rapidamente fizeste juízos de valor. É uma doença que não se vê, não se diagnostica, não se mede, mas sente-se e muito. E se não acreditas em mim, o problema não sou eu, és tu!



Imagina não te sentires bem, mas não sabes explicar porquê, nem onde te dói, nem o que sentes, nem quando sentes ou porque sentes, só sabes que algo não está bem. Imagina que queres ir ao médico explicar isto e não tens palavras para descrever o teu estado de espírito. Imagina que no meio das tuas tentativas de explicação ao médico, aquele que é suposto zelar pela tua saúde e pelo teu bem-estar, olha para ti e diz: "Isso é da sua cabeça!" Consegues sequer imaginar como me sinto? Consegues sentir a dimensão da minha desilusão e desespero? Se não consegues, o problema não sou eu, és tu!

Claro que depois disto, o que mais desejas é chegar a casa e seres abraçada por quem te acompanha no dia a dia, seja marido, mulher, filhos, não importa. Só que não. Em vez do calor de um abraço, de um beijo, de um carinho, encontras uma frieza no acolhimento, uma distância na empatia, um desrespeito total pelo que sentes. A preocupação em casa, continua a ser o que é o jantar, quando é o jantar, ou se a roupa está passada a ferro. Consegues imaginar que sinto que não tenho valor para ninguém e que sou uma mera executante das tarefas rotineiras? Se não consegues, o problema não sou eu, és tu!

Imagina sentir 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem parar, sem descanso, dores constantes que te impossibilitam de levar uma vida normal sem pensar se vais conseguir executar esta ou aquela tarefa, sem que se repercuta mais tarde no teu corpo. Imagina como seria levantares-te cansado e deitares-te extenuado. Imagina estares desejoso de acabar o dia porque já não aguentas mais, mas sabendo que o dia seguinte vai ser e-x-a-c-t-a-m-e-n-t-e igual. Imagina estares tão exausto que não consegues conciliar o sono. Imagina que vês as horas a passar e não tens posição na cama. Imagina levantares-te no dia seguinte e ouvires um: "Acordaste mal disposta!" Imagina-te preso a um "time loop" em que este cenário se repete por dias indeterminados. Consegues imaginar um pouco como me sinto? Consegues sentir ao menos um pouco de como me sinto enclausurada no meu corpo? Se não o consegues, o problema não sou eu, és tu!

Agora pensa como seria a tua vida se, de repente acordasses com uma gripe descomunal e que mesmo assim, terias que desempenhar todas a tarefas que esperam de ti: trabalho, casa, filhos, amigos, vida social, etc...Imagina-te preso a este cenário se repete por dias indeterminados. E se ainda achas pouco, imagina que além da gripe, sentes um ardor na pele, nos músculos, nas articulações, como se tivesses adormecido ao sol do meio dia. Sentes também uma comichão e um formigueiro inexplicável por todo o corpo, que te leva quase à insanidade, porque sentes, mas não vês nada. Consegues colocar-te um pouco no meu lugar? Um pouquinho apenas? Se não o consegues, lamento, mas não sou eu, és tu!

Imagina agora, que estás em qualquer lado a falar com alguém, e de repente te esqueces da palavra seguinte que vais utilizar no teu discurso, ou sequer do que estavas a falar, ou pior, esqueces o nome da pessoa que está à tua frente. Imagina ires ao multibanco e estás a marcar o código e de repente, te falham os 2 últimos números e por mais que queiras, não te consegues lembrar. Imagina que, em casa, trocas os lugares às coisas sem dares conta, e ficas doido à procura delas e encontras, por exemplo a tesoura no frigorífico, ou a sopa na dispensa. Imaginas como me sinto, quando me apercebo que não me reconheço como pessoa? Consegues imaginar como me sinto inútil quando ainda por cima, gozas com a situação? Se não consegues, não sou eu, és tu!

Se pensas que era "só" isto, enganas-te. Imagina que vais na rua e encontras uma pessoa amiga, que depois de lhe explicares tudo pelo que tens passado, olha para ti e diz: "mas tens tão bom ar?" Apercebes-te em fracções de segundos, que não acredita em ti, que no fundo, no fundo, julga estares a mentir. E pensas que, se as pessoas que vivem contigo e partilham os mesmos espaços que tu, não acreditam em ti e não te respeitam, não admira que quem está do lado de fora, ainda menos acredita. Imaginas agora que me sinto ainda mais sozinha, isolada, incompreendida mas sobretudo, desrespeitada. 

Imagina tu que, depois de meses a fio, incapaz de funcionar como ser humano, quando tudo está a desmoronar-se à tua volta e tens que decidir entre passar os teus últimos dias com alguma qualidade de vida, a que tens pleno direito ou a continuar a morrer aos bocadinhos, vais a uma junta médica, com esperança de que, finalmente possas ter um reconhecimento e confirmação por quem tem obrigação de o fazer, e te dizem que não estás doente e que tens obrigação de continuar a definhar mais um pouco dia a dia, todos os dias. Consegues agora colocar-te um pouco no meu lugar? Consegues perceber o meu sentimento de asfixia permanente provocado pela incompreensão constante e desrespeito por mim? Se não consegues, o problema não sou eu, és tu!

Muito, mas muito mais haveria por dizer, mas porque eu consigo colocar-me no teu lugar, não te quero sobrecarregar com tanta informação. Mas se com isto tudo pensas que, sou eu que me vou adaptar aos outros, que me vou anular de modo a que os outros me aceitem, ah acredita que o problema não sou eu, és mesmo tu!

Todos os doentes, independentemente das patologias, merecem ser respeitados e não é porque a doença não se vê, não se apalpa, não se diagnostica, que não sejam dignos disso mesmo. Não preciso que tenhas pena de mim, o que eu preciso é que acredites em mim. E até que consigas fazer isso, não sou eu que tenho que mudar, és tu!

20 de junho de 2017

Gelatina de morango

Dias de calor pedem coisinhas frescas! Hoje saiu uma gelatina de morango. E nada mais fácil de fazer...

INGREDIENTES:

200 g de morangos
150 g de água
1 saqueta de gelatina neutra em pó
4 folhas de menta

PREPARAÇÃO:

Lavar e cortar os morangos.
Da água necessária, retira-se um pouco e aquece-se para derreter a gelatina em pó.
Depois da gelatina desfeita, junta-se o resto da água.
Num copo misturador, coloca-se a água, os morangos, a gelatina e as folhas de menta e tritura-se tudo até ficar uma mistura homogénea.
Eu coloquei tudo na Bimby e programei 30 segs /vel.5.
Verti a mistura para umas tacinhas e levei ao frio.


Eu cá sou suspeita, mas achei mesmo bom 😏