13 de agosto de 2017

"Arroz" de couve-flor

Quem segue uma alimentação paleo, recorre várias vezes a esta alternativa para substituir o tradicional arroz. Apesar de muita gente dizer que "ah e tal, é tal e qual o arroz normal!" Não, não é, nem com muito boa vontade. Mas é bom, é saboroso e é um excelente acompanhamento para qualquer prato. 

Há dias pediram-me a receita e ocorreu-me que, apesar de ser uma coisa que faço com frequência, não tinha ainda publicado a receita. Problema resolvido, aqui está ela!



Apesar de ter Bimby e de já ter triturado na Bimby, prefiro ralar a couve-flor com o ralador manual. Manias, ok, mas eu acho que fica melhor.

INGREDIENTES:

Couve-flor já lavada, crua a gosto (só para mim, faço cerca de 200/230 g por isso é só multiplicar)
Cebola a gosto
Cenoura a gosto
Azeite
Alho
Sal

PREPARAÇÃO:

Ralei a couve-flor para dentro de uma taça.


Ralei só a parte dos floretes, deixando de parte os "pés".


Numa caçarola anti-aderente, juntei um fio de azeite, 1 dente de alho e  uma cebolinha picada.


Levei ao lume, juntando uma cenourinha finamente picada (pode ser como mais gostarem).


Quando a cebola estava murcha, juntei a couve-flor e uma pitada de sal.
Fui mexendo e fui juntando água aos poucos, o suficiente para não deixar pegar, mas que deixasse cozinhar a couve.


Fui mexendo e ao fim de 15 mins estava pronto.





Pão de alfarroba, PALEO - AIP (aprovado em Protocolo Auto-imune)

Uma amiga ontem apresentou-me umas fotos de um pão que tinha um ar delicioso e super-fofo. E claro, a pergunta sacramental, "que ingredientes leva?" E sem surpresas, tinha muita coisa que eu não poderia consumir. Estou a cumprir o protocolo paleo-auto-imune desde fim de abril e desde então, a minha saúde melhorou significativamente. Já reintroduzi alguns alimentos (paleo, claro, como ovos, tomate, nozes) e não tive nenhuma reação adversa, mas prefiro continuar com o protocolo porque deixa o meu organismo mais resistente a qualquer situação adversa que possa surgir. Mas é uma opção minha, claro.

Como já estou na fase de manutenção, há alimentos que já vou reintroduzindo, aqui a farinha de castanhas, mas para quem está na fase de eliminação, deve substituir a farinha. Prometo, assim que possível, fazer esta versão totalmente AIP.




Depois de ver a receita original, decidi adaptar com os ingredientes que eu POSSO consumir.

Fiz com os seguintes INGREDIENTES:

350g de água
200g de fubá de mandioca
40g de farinha de alfarroba
50g de farinha de coco
50g de farinha de castanhas
30g de azeite
1 c.chá de sal
1 saqueta de cremor tártaro
1/2 c.chá de bicarbonato de sódio

PREPARAÇÃO:

Liguei o forno a 200º.

Pesei as farinhas e reservei-as num recipiente com o cremor tártaro e o bicarbonato.
Coloquei a água no copo da Bimby, com o azeite e o sal e programei 2mins/ vel.2/ temp.37º.
Findo o tempo, juntei as farinhas e programei 20 segs/ vel.4.
De seguida programei 2 mins/ vel. espiga.

A massa fica com este aspecto.




Em vez de fazer em pão inteiro, resolvi fazer em bolinhas, dada as minhas desastrosas experiências anteriores nas várias tentativas de fazer pão. E em bolinhas, o desastre é menor.


A massa deu-me para 12 bolinhas pequenas. Podia ter feito maiores mas este tamanho assim para mim, está bom.


Levei ao forno, cerca de 30 minutos e deixei arrefecer cá fora.
O tempo de cozedura depende muito dos fornos. Eu fiz no forno pequeno.

Ficou esta pequena maravilha, mesmo depois de sair do forno (era preciso testar, não era?) 😆😆



 Fiz logo 2 sandochas para o pequeno-almoço com salmão fumado.


Cortado à faca, fica assim... (mas ainda estava morno)






Eu cá sou suspeita, mas ficaram deliciosos...a tal ponto que os congelei assim que arrefeceram para evitar cair em tentação 😀

11 de agosto de 2017

Pescada com leite de coco e lima

Bem, não tenho grandes fotos do prato porque quando o fiz foi mesmo para disfarçar o sabor de uns filetes de pescada que comprei e que eram secos. Nem me lembrei de tirar foto. Mas depois publiquei esta fotinha em alguns grupos como parte do meu pequeno-almoço e algumas pessoas pediram a receita. 


Estando a viver num país sem sol e sem mar, para consumir peixe é preciso recorrer ao peixe congelado porque o fresco, bem...nem sempre é "fresco". Eu até gosto de pescada mas desta vez estes filetes sairam mesmo secos.

Mas como aqui em casa nada se estraga, fiz assim:

INGREDIENTES:

Filetes de pescada
Leite de coco q.b (usei de lata porque queria fazer um molho mais espesso)
Sal
Louro
Azeite
Alho em pó
1 ou 2 limas (depende da quantidade de filetes)
Ervas frescas picadas (usei as do meu pseudo-jardim-de-varanda, salsa e coentros)

PREPARAÇÃO:

Umas 2 horas antes de os cozinhar, temperei-os com sal, alho em pó, louro e o sumo de lima.
Na hora de cozinhar, aqueci uma frigideira anti-aderente com um pouco de azeite no fundo.
Depois de quente juntei os filetes de pescada e baixei o lume.
Deixei cozinhar em lume brando para não criar crosta.
Num recipiente, misturei um pouco de leite de coco com as raspas da lima e as ervas frescas.
Juntei ao peixe e deixei apurar. Conforme ia secando um pouco, ia juntando um pouco mais de leite de coco.
Isto tudo demorou cerca de 15 minutos porque os filetes eram fininhos.
Fácil e rápido!

10 de agosto de 2017

Pataniscas de bacalhau versão paleo AIP (sem ovo, sem lactose, sem glúten)

A filha hoje pediu pataniscas de bacalhau. Fiz para ela em versão normal porque ainda se recusa a "ser saudável" (como ela diz) e para mim fiz uma versão adaptada ao protocolo paleo auto-imune. Já há tempos tinha feito uma versão de pataniscas, mas queria fazer outra coisa. Queria ver como ficariam no forno.




Foi muito fácil de fazer. Lembrem-se que como é só para mim, as quantidades nunca são muito elevadas. Aqui deu para comer e sobrou para congelar, para usar em dias em que não tenho nada a jeito.


INGREDIENTES:

1 posta de bacalhau pequena
1 cebola pequena
Uns pés de salsa
1 dente de alho
Água para cozer o bacalhau
100grs de polvilho doce
50 grs de farinha de mandioca
Curcuma em pó (para dar um pouco de cor)

PREPARAÇÃO:

Cozi o bacalhau com água e um pouco de sal.
Quando o bacalhau estava cozido, retirei-o para arrefecer e reservei a água.
Depois de frio, retirei as espinhas e as peles.
Deitei o bacalhau no copo da Bimby e programei uns segundos na vel. 3 colher inversa para desfiar.
Retirei e reservei.
Sem lavar o copo, coloquei o alho, a cebola e a salsa e triturei 5 segs/ vel.5.
Retirei e reservei.
Sem lavar o copo, coloquei as farinhas, a curcuma e 50 grs da água de cozer o bacalhau.
Programei 20 segs/ vel.4.
Depois juntei a salsa e cebola picadas e o bacalhau e programei 20 segs/ vel.2 / colher inversa (importante, senão desfaz tudo em puré).
A massa fica com esta textura.



Depende muito da quantidade de bacalhau e do tamanho da cebola.
Mas se ficar muito espessa, basta juntar um pouco mais de água do bacalhau. Se ficar líquida, junta-se um pouco de polvilho.

Dividi a massa ao meio. Metade usei para fritar em azeite.

A outra metade fiz no forno uns 25 mins a 200º.


Deitei pequenos montinhos sobre o tabuleiro coberto com papel vegetal e só retirei do papel depois de frios.



Em termos de sabor e textura, gostei das duas formas. Mas frito, pelas farinhas em si, ficam um pouco ensopados no azeite e eu prefiro mais secos, sobretudo para congelar. Mas não se inquietem que a filha entretanto, como tinham acabado as "dela", comeu das minhas sem saber e nem deu conta!


Carnes de órgãos - benefícios

Todos sabemos da importância da alimentação na nossa saúde e qualidade de vida, mas certamente que se falarmos em carnes de órgãos ou miudezas, os primeiros sentimentos nem sempre serão os mais simpáticos. Lembro-me da minha mãe fazer as iscas de cebolada com batata cozida, dos rins com natas e cogumelos e da língua de vaca estufada. Se para alguns, só a ideia de consumir estas carnes cria alguma repulsa, a mim cria-me água na boca (pancadas, eu sei!).





Nos últimos anos, os alimentos tornaram-se cada vez mais industrializados, padronizados e comercializados. Os grãos de todos os tipos são altamente processados, revestidos com açúcar e colocados em caixas. Legumes e frutas de características únicas foram eliminados e substituídos por variedades genéricas que são mais fáceis de cultivar, transportar e vender. E todas as lojas oferecem os mesmos cortes de carne - peitos de frango, lombo, bifes - e nos últimos anos, as carnes de órgãos passaram a ser tratadas como carne de segunda categoria.

Mas nem sempre foi assim. As pessoas nem sempre consumiram carne muscular. As dietas tradicionais de todo o mundo eram ricas em pratos que continham carnes de órgãos e outras opções ricas em proteína. Do fígado ao rim, as carnes de órgãos faziam parte de muitas refeições. Muitos dos povos mais saudáveis ​​do mundo, conforme estudado pelo Dr. Weston A. Price, comiam carnes de órgãos com frequência. Nas culturas mais primitivas onde predomina a caça, órgãos como coração e cérebro eram consumidos primeiro. Acreditava-se que passassem a força e a inteligência do animal para quem os comesse.

Mesmo após a introdução da agricultura moderna, as carnes de órgãos foram saboreadas como iguarias especiais. Como as miudezas eram menos abundantes do que a carne muscular, eram reservadas para ocasiões especiais, muitas vezes reservado aos ricos.


No final do século XVIII, com o aparecimento da agricultura industrializada, houve uma mudança significativa no consumo de carnes. Com a propagação de técnicas comerciais e um número crescente de matadouros, a disponibilidade de carne aumentou dramaticamente enquanto o preço diminuía. As carnes de órgãos, por serem delicadas e mais difíceis de armazenar, deixaram de ser produtivas e rentáveis para a indústria da carne. Por essa razão, passaram a ser descartadas ou moídas e vendidas em alimentos para animais de estimação.




O cultivo em fábrica permitiu a produção de grandes quantidades de carne a um bom preço, mas esse método trouxe consequências que não podem ser ignoradas. Contribuiu para uma poluição substancial, para a diminuição da biodiversidade, diminuição dos níveis de nutrientes nos solos e do tratamento desumano dos animais. Com isto, também perdemos a profunda reverência que vem com a compreensão de onde vem a nossa comida e o respeito que é mostrado ao usar todo o animal.
Em comparação com a carne de cortes mais nobres, as que costumamos comer, as carnes de órgãos são muito mais ricas em nutrientes, incluindo doses importantes de vitaminas B, como: B1, B2, B6, ácido fólico e a muito importante vitamina B12. As carnes de órgãos também são carregadas de minerais como fósforo, ferro, cobre, magnésio, iodo, cálcio, potássio, sódio, selénio, zinco e manganês e fornecem as importantes vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. As carnes de órgãos são conhecidas por Tem algumas das maiores concentrações de vitamina D natural de qualquer fonte de alimento. As carnes de órgãos também contêm grandes quantidades de ácidos graxos essenciais, incluindo ácido araquidônico e gorduras ômega-3, EPA e DHA.


Segundo o Dr. Weston A. Price, um dos papéis do fígado é neutralizar toxinas (como drogas, agentes químicos e venenos); mas o fígado não armazena toxinas. Os compostos venenosos que o corpo não pode neutralizar e eliminar são susceptíveis de se hospedar nos tecidos gordurosos e no sistema nervoso. O fígado não é um órgão de armazenamento de toxinas, mas é um órgão de armazenamento para muitos nutrientes importantes (vitaminas A, D, E, K, B12 e ácido fólico e minerais, como cobre e ferro). Esses nutrientes fornecem ao corpo algumas das ferramentas necessárias para se livrar das toxinas. O fígado é conhecido por ser uma das fontes mais concentradas de vitamina A de qualquer alimento. Além de conter dezenas de vitaminas e minerais importantes, é uma excelente fonte de Vitamina D, Vitamina B12 (e outras Vitaminas B), cobre, potássio, magnésio, fósforo, manganês e ferro, que desta forma é facilmente absorvido e usado pelo corpo.

O rim é particularmente rico em vitamina B12, selénio, ferro, cobre, fósforo e zinco. Embora o coração seja tecnicamente um músculo, ele também é um alimento de qualidade.

A língua é tecnicamente carne muscular e o perfil nutricional é semelhante ao de outras carnes musculares de carne bovina. É uma boa fonte de ferro, zinco, colina, vitamina B12, outras vitaminas B e oligoelementos. A língua é um corte de carne gorduroso, com cerca de 70% das suas calorias provenientes de gordura, tornando-se um dos mais tenros cortes de carne que pode encontrar.

O coração é uma fonte muito concentrada do supernutriente, Coenzima Q10 (CoQ10, importante para a saúde cardiovascular, rins e fígado), contém uma abundância de Vitamina A, Vitamina B12; Ácido fólico, ferro, selénio, fósforo e zinco, e é a principal fonte de cobre. O coração também contém duas vezes mais colágeneo e elastina do que a carne regular (o que significa que é rico em aminoácidos glicina e prolina), que são essenciais para a saúde do tecido conjuntivo, juntam-se à saúde e à saúde do trato digestivo (ver aqui os benefícios do caldo de ossos para a saúde).  

Recomenda-se o consumo de carnes de órgãos 2 vezes por semana, se estiver em protocolo paleo auto-imune, no mínimo 5 refeições por semana. Na verdade, quanto mais carne de órgãos na sua dieta, melhor, especialmente se for de origem de animais de pasto. 

Fontes: https://www.thepaleomom.com/why-everyone-should-be-eating-organ/
             https://wellnessmama.com/12579/organ-meats-healthy/
             https://chriskresser.com/how-to-eat-more-organ-meats/

8 de agosto de 2017

Semi-frio de amoras silvestres

Adoro cheesecake, mas como agora não consumo o "cheese", fica meio difícil fazer ou comer o "cake". Há dias uma amiga publicou um semi-frio delicioso, mas como estou em protocolo auto-imune, é preciso recorrer a outros ingredientes dentro dos permitidos.

Para quem não conhece o protocolo, parece ser muito restritivo em termos de escolhas disponíveis. Mas como em tudo na vida, há que estabelecer prioridades, e a minha é ter saúde, visto ter Fibromialgia e 2 doenças auto-imunes. E com o protocolo tenho conseguido controlar e minimizar os sintomas.

Mas vamos ao que interessa!

Há dias tinha feito uns "iogurtes" de coco e tinha ainda um para gastar. E resolvi aproveitá-lo da melhor maneira 😏


As quantidades são irrisórias porque fiz só um pequenino para mim, uma vez que aqui em casa mais ninguém me segue, mas é uma questão de multiplicar os ingredientes.


Precisei dos seguintes INGREDIENTES PARA A BASE:
2 colheres de sopa de coco ralado
1 colher de sopa de farinha de alfarroba
1 pitada boa de canela de Ceilão
Açúcar de coco q.b. (aqui só polvilhei porque as quantidades eram poucas), podem usar mel ou outro adoçante natural ao vosso gosto
2 colheres de sopa de óleo de coco (o meu estava derretido, mas se estiver sólido, basta 1 colher e derreter)




Mexi tudo bem com uma colher e forrei a base de uma forminha redonda (esta tem 8 cm de diâmetro) e levei ao frio para solidificar.




O RECHEIO:

Raspa de meia lima
1/2 saqueta de gelatina neutra em pó

Derreti a gelatina num pouco de água quente e depois de dissolvida, juntei-a ao iogurte já com as raspas de lima. Depois de tudo bem misturado, cobri a base do semi-frio e levei novamente ao frigorífico para solidificar.




PARA A COBERTURA usei:

50g de compota de amoras silvestres (receita aqui)
1/2 saqueta de gelatina neutra em pó

Aqueci a compota uns segundos no microondas e juntei a gelatina em pó e mexi até dissolver.
Depois de bem misturada, cobri o semi-frio já solidificado.
E levei de novo ao frio.


Depois de solidificado, retirei e desenformei e ...comi 😁😁.


É muito fácil de fazer e é ótimo para aproveitamentos.


2 de agosto de 2017

Quando se recebe o diagnóstico de uma doença crónica

Estão a ver aquela sensação de sentir o chão a fugir debaixo dos pés? Pois, é isso que se sente quando se recebe (ou confirma) um diagnóstico de doença crónica, seja ela visível ou não, auto-imune, degenerativa, não importa. Naquele momento, recebemos uma sentença para a vida. Depois cabe a cada um, reagir da melhor forma possível.


Pessoalmente, quando recebi o diagnóstico de Fibromialgia, foi quase um alívio. Para mim, foi uma confirmação de que eu não estava a inventar e finalmente podia dar um nome à "coisa", a todos os sintomas que eu sentia. Já quando recebi o diagnóstico de uma e depois de outra doença auto-imune, já não senti grande alívio, vá. Se com a Fibro já era dose, com mais estes dois extras, digamos que...dispensava.

Felizmente e porque sou uma optimista por natureza, consegui aos poucos dar a volta e em vez de lamentar o copo meio vazio, agradeço que ela ainda esteja meio cheio. Há dias melhores que outros, mas com calma e perseverança, a coisa vai.

Visto de fora, e para quem não sente isto na pele, acha que é drama e que estamos a exagerar e a querer chamar a atenção, e que há doenças piores, e que o mundo não acaba e tudituditudo. Amigos..."pimenta no cu dos outros é refresco!" Só quem está do lado de dentro sabe avaliar o que estou a dizer.

A verdade é que, ao receber um diagnóstico destes, é preciso deixar para trás parte de nós parte, daquilo que fomos, parte daquilo que fizemos. Claro que vamos sempre a tempo a criar novas rotinas, novas histórias, mas aquilo que éramos "antes de", acabou...irrevogavelmente. E como em todas as situações de perda, é preciso levar a coisa por fases.

1 - Negação. Qualquer mudança ou perda nas nossas vidas leva a uma fase de negação. E tomar consciência de que temos uma doença crónica, não ajuda em nada. Na fase da negação, acreditamos mesmo que não nos vai afectar em nada e que "só damos a importância à doença se quisermos." Chegamos muitas vezes a ignorar conselhos de técnicos e/ou médicos, ou a tomar medicação, achando que temos tudo sob controlo. Tretas! Muitas pessoas aproveitam esta fase para se dedicar à informação sobre a doença de que foi diagnosticada e usam-na voltando a sua atenção para a cura.

2 - Raiva. O que muitas vezes interfere com a negação é a raiva - raiva de sermos a tal "uma em cada 10 000 ou 1000" a ter a doença. A raiva muitas vezes é direccionada para dentro, levando a que nos culpemos por termos a doença. A melhor forma de minimizar a raiva é tentar encontrar saídas. Escrever um diário, participar de reuniões com pessoas na mesma situação ou aderir a grupos com temáticas semelhantes, são formas de canalizar essa raiva. A raiva pode demorar mais ou menos tempo a passar, dependendo da forma como nos posicionamos perante a vida. No entanto, e por muito que não o queiramos assumir, fica sempre uma pontinha infimazinha canininha de raiva que teima em ficar agarrada.

3 - Medo. A raiva subjacente é o medo que vem com o diagnóstico de uma doença que não pode ser curada. Pessoas com doença crónica tendem a ver a vida de uma forma mais reduzida e sem cor. Param de fazer planos com muita antecedência ou fazem mudanças profundas nas suas vidas acreditando que terão pouco tempo (de qualidade) disponível para viver. O medo muitas vezes é exacerbado pela falta de informação sobre a doença. Mas o combate a essa doença começa precisamente com a informação. Quanto mais se aprende sobre ela, mais armas teremos para a enfrentar e sentimos que temos a coisa controlada.

4 - Tristeza. Os sentimentos de sofrimento e perda são comuns em doenças crónicas pois muitas vezes implicam restrições na vida que os outros não precisam de enfrentar e nem entendem. Isso pode significar, deixar de fazer algumas actividades que nos traziam grande prazer e que agora não as podemos executar. É preciso encontrar alternativas, mas até lá chegar, é todo um processo. O sofrimento perante a incapacidade de executar tarefas que antes eram banais, podem levar em alguns casos, ao isolamento. Concentrar-se em actividades que não são afectadas pela doença podem ajudar as pessoas a superar esses sentimentos. Aqueles que se recusam a pensar em si mesmos como "doentes" terão uma perspectiva mais positiva. Participar de um grupo de suporte também pode ajudar. Os grupos permitem que as pessoas conheçam outras pessoas com a mesma doença que ainda estão activas e cumprindo objectivos.

5 - Aceitação. Embora o aparecimento de uma doença crónica possa trazer bastante transtorno emocional, também vem acompanhado de sentimentos de realização pessoal e de força que acontecem quando nos conseguimos superar. O sucesso vem de várias formas, seja controlando a doença com pensamento positivo, medicação convencional ou alternativa, seja através da alimentação e percebemos que temos algum controlo quando sentimos que vamos precisando de menos medicação (ou nenhuma) e que conseguimos de alguma forma, encontrar momentos de felicidade. Com esses pequenos momentos, vem a confiança de que somos capazes de levar uma vida plena e gratificante, embora com alguns ajustes que a doença muitas vezes obriga. É frequente ouvirmos, de quem se vê perante algo imutável na sua vida, dizer que passa a ver a vida de outra forma. E é verdade. Pessoalmente passei a valorizar-ME (está propositadamente escrito em maiúsculas) e só a dar importância às coisas e pessoas que realmente interessam. Claro que é mais fácil dizer do que fazer, mas com o tempo, havemos de lá chegar.

O tempo que levamos a processar tudo isto e a atravessar as várias fases, depende do tipo de doença, dos seus sintomas, da forma como encaramos o mundo e a vida, das pessoas que nos rodeiam...mas depende essencialmente de querermos dar a volta. nem todas as pessoas passam por estas fases pela mesma ordem e acontece frequentemente entrar e sair das várias fases à medida que a saúde melhora ou não.

A fase em que nos encontramos nem é o mais importante. Importa é que nos aceitemos como somos e como estamos e que façamos o que fizermos, a doença estará sempre presente, de forma mais ou menos notória. Por isso, o melhor mesmo é viver um dia de cada vez, sem nos deixarmos perturbar por interferências que nos possam ser nefastas, pois enquanto estivermos vivos, temos de viver cada momento em consciência.

Bolinhos de batata doce e coco

Há dias tinha feito uns bolinhos de batata doce, mas apesar de ter gostado imenso do resultado final, achei que a massa era molenga. Então resolvi mudar a farinha, sempre respeitando o protocolo paleo auto-imune. E ficaram muito bons, ligeiramente mais consistentes e mais semelhantes a biscoitos "normais"

A receita é praticamente a mesma que a anterior, com a alteração da farinha...aqui usei de coco.

INGREDIENTES:

250 g de batata doce cozida (usei da laranja)
50 g de farinha de coco
Raspa de meio limão
1 colher de café de canela de Ceilão
1 colher de sopa de óleo de coco 
1 colher de café de bicarbonato de sódio



PREPARAÇÃO:

Usei a Bimby.
Coloquei todos os ingredientes na Bimby e programei 30 segs / vel. 5.
A massa fica bastante molinha.

Para quem não tem Bimby, pode usar outro processAqui só é preciso reduzir a batata em puré, o resto, é só misturar.
O importante é que consigam misturar os ingredientes todos até fazer uma massa homogénea.


Liguei o forno a 200º.
Fiz pequenas bolas e coloquei-as num tabuleiro forrado com papel vegetal.




No tabuleiro, ao colocar as bolas, espalmei-as ligeiramente com a palma da mão.
Coloquei-as no forno durante cerca de 30 minutos.


Rendeu 18 bolinhos. A ideia é mesmo fazê-los pequenos para aqueles dias de "apetites".
E ficaram muito fofinhos.






Cumprir o protocolo não tem de ser enfadonho nem monótono. 
Como em tudo, é preciso querer!

1 de agosto de 2017

Compota de courgette

Como alguns já sabem, há dias ofereceram-me uma carrada de courgettes gigantonas. 
Das primeiras coisas que me lembrei fazer quando as recebi, foi mesmo uma boa compota. Há anos, quando ainda estava em Portugal, os meus pais tinham imensas courgettes na quinta, e na altura tinha feito compota. Por isso agora foi só adaptar aos novos requisitos alimentares e ao paladar mais apurado.


Estas foram as courgettes oferecidas. São enormes e olhem que tenho as mãos grandes!



Decidi fazer a compota mas, não sei como, deixei acabar o mel. Então usei açúcar de coco que tenho em casa desde o verão passado e já estava em bloco. Assim, já ficou despachado 😆


Mas vamos ao que interessa:

Vão precisar dos seguintes INGREDIENTES:

700 g de courgette descascada e cortada aos cubos (era o tamanho de uma delas)
50 g de açúcar de coco
1 pedacinho de gengibre fresco descascado (cerca de 1 cm quadrado)
1 colher de café de canela de Ceilão
Raspa de 1 lima



PREPARAÇÃO:

Fiz na Bimby.
Deitei os ingredientes todos no copo e programei 30 mins/ vel.1/ temp. 100º.
Depois desse tempo, espreitei a consistência, triturei uns segundos e programei mais 15 mins/ vel.1/ temp. Varoma.

Para quem não tem Bimby, prepara os ingredientes e mete ao lume baixo numa tacho anti-aderente até cozer e apurar. Calculo que demore aproximadamente o mesmo tempo.


Para alguns, o sabor do gengibre poderá ser demasiado forte, mas apesar de eu gostar de courgette, acho que tem um sabor meio enjoativo, e o gengibre "quebra" um pouco esse sabor.



Ainda não sei bem onde a vou usar, vou ter que fazer umas crakers para a gastar 😆😆

Creme de beterraba

Sopas, sopas e mais sopas! Sim, cá em casa, come-se muita sopa e a todas as refeições. Quando se está a cumprir o protocolo paleo auto-imune, os legumes têm um papel primordial na recuperação do organismo. Uma vez que convém ingerir entre 9 a 14 porções de legumes variados por dia, a sopa torna-se um excelente aliado para atingir esse objectivo diário. Nem sempre é fácil, uma vez que com o tempo, é preciso inovar sabores e alterar a confecção de forma a não se cair na rotina e pasmaceira.


Já andava para fazer este creme há algum tempo, mas como gosto tanto de beterraba, quando compro, nunca chega para fazer sopa e acabo por consumi-la num ápice. Mas desta vez, comprei já a contar com este creme.

INGREDIENTES:
1 courgette grande descascada
2 cebolas pequenas
3 dentes de alho grandes
3 floretes de couve-flor
4 cabeças pequenas de beterraba cozida
Azeite q.b.
Água e sal q.b.
Orégãos e basílico seco a gosto (ou outras ervas aromáticas)





 PREPARAÇÃO:

Fiz na Bimby.
Coloquei no copo da Bimby a couve-flor, as cebola, os alhos, a courgette e as beterrabas descascados e cortados aos pedaços. deitei também as ervas aromáticas.
Cobri os legumes com água e coloquei sal, e programei 25 mins/ 100º/ vel.1.
Findo esse tempo, programei 1 min/ vel.3-5-7.

Para quem não tem Bimby, o processo no fogão é como para qualquer sopa.
Colocar os legumes descascados e cortados numa panela ao lume com água a cobrir os legumes e sal a gosto.
Deixar cozinhar e triturar.



Não sei se é de mim, mas com as ervas, quase parece sopa de tomate. Faltava o ovinho escalfado, mas fica para outra altura.



É muito simples de fazer, e muito saborosa. É uma excelente alternativa aos tradicionais cremes de legumes. E tem a vantagem de se poder comer quente ou fria.