Quando estava tirar o curso de Recuperação Física tive o meu primeiro contacto com a aromaterapia, uma vez que estava inserida num ambiente em que privilegiava as terapias naturais. Mas como na altura eu ainda nem sequer sonhava que pudesse vir a ter Fibro ou outra coisa engraçada qualquer, nunca me interessei muito sobre o assunto. E confesso que, tudo o que não fosse visível ou fisicamente comprovado, eu rejeitava... educada mas tendencialmente.
Aos poucos comecei a perceber que a medicina dita convencional também não tinha todas as respostas. E bem vistas as coisas, a origem de toda a medicação química teve uma origem natural...porque não regressar às origens?
Existem muitas terapias alternativas, mas hoje vou só falar da aromaterapia e de como ela nos pode ajudar. Pessoalmente tenho recorrido aos óleos essenciais e têm-me ajudado bastante. A minha fisioterapeuta começou a utilizar óleo essencial de lavanda nas sessões de massagem e apercebi-me que me ajudava bastante.
AROMATERAPIA... É O QUÊ?
A palavra aromaterapia vem dos termos gregos "aroma"= odor agradável + "therapeia"= tratamento. Significa literalmente, tratamento através de odores agradáveis. É uma terapia utilizada há mito tempo, aplicada em rituais e cerimónias religiosas, mas também como medicamentos, unguentos, perfumes e cosméticos.
A aromaterapia é a prática de recorrer a óleos essenciais, naturais, extraídos das flores, caules, cascas, folhas, raízes ou outras partes da planta para melhorar a nossa qualidade de vida, actuando tanto a nível físico como psicológico e emocional.
Leva em conta os vários aspectos de cada indivíduo e é uma excelente aliada nos tratamentos convencionais e/ou alternativos. Quando inalado, o aroma desses óleos estimula o cérebro pela acção nas áreas do sistema límbico (unidade responsável pelas emoções e comportamentos sociais). Estando cada vez a ganhar mais terreno no dia a dia de cada um, esta terapia ajuda no alívio da dor, do mal-estar e desconforto geral, melhora o humor assim como as funções cognitivas.
Indicações
- Insónia
- Stress
- Ansiedade
- Alívio da dor
- Depressão
- Reforça o sistema imunológico
- Problemas gástricos
- Problemas respiratórios
- Tosse e dores de garganta
Por serem óleos essenciais, são altamente concentrados e não se recomenda que sejam usados directamente sobre a pele. Obteremos melhores resultados se os utilizarmos em pequenas quantidades diluídas em óleos vegetais, óleo de amêndoas doces, cremes neutros, sabonetes líquidos neutros, álcool de cereais ou mel (não para ingerir mas para massajar).
Massagem
Esta é a forma mais popular para a aplicação da aromaterapia. Algumas gostas do óleo essencial seleccionado, diluído ou misturado numa base neutra (óleo de amêndoas doces ou outro) podem trazer resultados, tanto físicos como psicológicos. Isto porque o sentido do olfacto é accionado quando o óleo é aplicado e também porque ao ser absorvido pela pele, chega à circulação sanguínea.
No meu caso, a minha terapeuta utiliza muito o óleo essencial de lavanda. Diminui bastante a sensação da pressão da massagem e ao mesmo tempo sinto que me diminui consideravelmente a tensão muscular. Isto também porque no final de cada sessão, eu fico envolta em toalhas quentes e a ouvir uma musica muito relaxante durante cerca de meia hora.
Também sinto muito alívio na tensão muscular quando uso óleo de arnica com sementes de girassol na massagem. Depois dum duche, peço a quem está comigo para me massajar suavemente com esse óleo e alivia-me bastante, sobretudo naqueles dias em que nada parece aliviar.
Banhos
Colocar umas gotas de óleo essencial no seu banho de imersão pode ser muito relaxante. Encha a banheira com água à temperatura desejada (sempre superior a 37º) e deite algumas gotas do óleo escolhido previamente diluído numa base neutra. Para uma colher de sopa de óleo neutro, utilize cerca de 25 gotas de óleo essencial. Fique na banheira durante pelo menos 20 minutos mantendo uma respiração lenta e relaxante. Ao fim desse tempo saia, e aqueça-se rapidamente.
Atenção que os banhos de imersão com água muito quente podem não ser bem tolerados por pessoas com tensão arterial baixa. Pessoalmente não me dou com água muito quente. No duche e muito menos no banho. Causa-me mais dor e aumenta-me consideravelmente a sensação de fadiga.
Inalação
É a base da aromaterapia, a técnica da inalação directa e sem dúvida a forma mais segura de a pôr em prática. O óleo essencial inalado estimula o olfacto, estimulando o sistema límbico e também porque ao entrar pelos pulmões, entra rapidamente na corrente sanguínea. São muito utilizados para ajudar em problemas respiratórios, nomeadamente quando diluídos em água quente (cerca de 5 gotas numa bacia com água quente) ou deitando 3 ou 4 gotas num lenço e respirar directamente.
Outra forma de utilizar, é deitar algumas gotas de óleo essencial relaxante na almofada e dormir sobre ela.
Eu recorro muito ao óleo essencial de lavanda antes de ir dormir. Deito umas gotinhas num lenço de papel e enquanto estou a ler ou ao pc, já na cama, inalo várias vezes. Sinto que me dá noites mais tranquilas e sem sonhos ou pesadelos. Nem sempre resulta mas ajuda bastante.
Também recorro ao óleo essencial de limão, sobretudo na manhã para contrariar um pouco a fadiga e sentir um pouco mais de energia.
Compressas
Compressas quentes de óleos essenciais aliviam bastante as cólicas menstruais e dores musculares e/ou articulares. Já as compressas frias são mais utilizadas para traumatismos na fase mais crítica, diminuindo a dor muscular e facilitando o movimento articular.
Numa bacia com água quente ou fria (conforme a finalidade pretendida) deite algumas gotas do óleo essencial diluídos num pouco de álcool de cereais. Usando o pano como compressa, aplique na área do corpo a ser tratada
Spray ou vaporizador
Utilize 2 ou 3 gotas de óleo essencial diluído em álcool de cereais dentro dum vaporizador de carteira e utilize-o mesmo em casa.
Escalda-pés
Esta também é uma forma muito utilizada. Numa bacia de água quente, deitam-se 15 gotas de óleo essencial diluídas em óleo neutro. Deixam-se os pés mergulhados nesta solução cerca de 20 minutos.
QUE ÓLEOS ESSENCIAIS UTILIZAR
A aromaterapia não é uma ciência exacta e aplicam-se vários óleos para a mesma situação. Recomenda-se que fale com um técnico e que dentro do que pretende (para relaxamento por exemplo) experimente vários óleos e escolha o que mais lhe agradar. No meu caso, para relaxamento, dentro dos que a técnica me apresentou, o que eu mais gostei foi o de lavanda. E para controlar a fadiga, escolhi o de limão. Cada um escolherá a essência que mais lhe agradar.
Óleos que promovem o relaxamento
- Baunilha
- Lavanda
- Rosa
- Camomila,
- Sândalo
- Ylang-ylang
- Palmarosa
- Manjerona
- Manjericão
- Jasmim
- Abeto ou pinheiro
Óleos que promovem a revitalização
- Hortelã- pimenta
- Cítricos
- Gengibre
- Alecrim
- Canela
- Cravo
- Mirra
- Melaleuca (Tea tree)
estes são apenas alguns dos óleos essenciais mais utilizados, mas a lista é muito mais extensa.
CONTRA-INDICAÇÕES
Apesar de ser uma terapia natural e segura, quando indicada por um terapeuta qualificado, é importante tomar alguns cuidados.
Fototoxicidade - alguns óleos essenciais causam queimaduras na pela quando em contacto com a luz solar, tal como acontece com os óleos de bergamota e os cítricos.
Gravidez - Absolutamente contra-indicados
Hipertensão arterial - Evitar alecrim, canela, cravo hortelã-pimenta e gengibre
Epilepsia - Devem ser evitados óleos essenciais de alecrim, canela, cravo, erva-doce, hortelã-pimenta e sálvia
Bebés e crianças - Deve-se aumentar a diluição no uso em bebés ou crianças, utilizando óleos essenciais seguros
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