3 de novembro de 2022

Fadiga emocional

As incertezas e tensões dos últimos tempos causaram uma multiplicidade de perturbações nas nossas vidas. A experiência de tantas emoções fortes deixou-nos completamente exaustos. Um dia, tudo está bem. Estamos optimistas, acordamos sem dores, confiantes e motivadas. Sentimo-nos activos, estamos de bom humor e tudo parece encaixar-se. Mas no dia seguinte, as dores voltam sem razão aparente e, apetece-nos enrolar numa bola, a chorar por nós e pelo mundo. Tudo parece pesado, sem sentido. A sensação de opressão causada pelas incertezas que nos rodeiam, juntando as dores crónicas e as consequências que daí advêm, provocam uma sensação de desconforto que é difícil explicar.

A nossa vida emocional é uma montanha-russa constante, sempre em movimento. A vida que imaginámos como um rio longo e tranquilo, transforma-se por momentos num oceano em fúria. Este estado de emoções ambivalentes em que a pessoa se sente psicologicamente exausta, é a chamada “fadiga (ou cansaço) emocional”.

Sentir algum stress diário e ansiedade é normal, mas com o tempo, o stress crónico pode ter um impacto sobre o corpo. A fadiga emocional é causada por um longo período de stress de vida constante, seja de stress pessoal em casa ou de stress relacionado com o trabalho.

O que desencadeia a exaustão emocional difere de pessoa para pessoa. O que pode ser stressante para uma pessoa pode ser completamente controlável para outra pessoa:

  • empregos de alta pressão
  • escolaridade intensa
  • a trabalhar longas horas ou a trabalhar num emprego que odeia
  • ter um bebé
  • stress financeiro ou pobreza
  • sem-abrigo
  • ser um cuidador de um ente querido
  • processo de divórcio prolongado
  • morte de um membro da família ou amigo
  • viver com uma doença ou lesão crónica

Passamos tanto tempo e energia a viver situações de crise, que atingimos um estado stressante em que já não temos forças de reserva. “Fingir” que estamos bem , seja para não termos que dar mais explicações, seja para não afectar aqueles que nos rodeiam e nos amam, leva a que, a pouco e pouco, vivamos de forma mecânica. Já não sentimos nada, é como se o fio que nos ligava ao mundo e aos outros, se tivesse cortado. Nada faz sentido e questionamo-nos se viver “é isto?”.

Este cansaço é. Não é físico ou relacionado com a falta de sono (embora em tempos de agitação emocional, o sono possa ser afectado), mas manifesta-se de formas diferentes:

  • falta de motivação
  • perturbações do sono
  • irritabilidade
  • fadiga física
  • absentismo
  • apatia
  • dores de cabeça
  • alteração do apetite
  • nervosismo
  • dificuldade de concentração
  • raiva irracional
  • aumento do cinismo ou do pessimismo
  • sensação de pavor
  • depressão

                              O facto do nosso cérebro estar constantemente ocupado com pensamentos que entram e saem, pode levar a uma desconexão total, de tal forma que sentimos que a cabeça e o corpo já não conseguem funcionar juntos. Tudo requer esforço e uma das estratégias naturais para conseguir fazer face, é bloquear as emoções. Achamos que, se não sentirmos, não nos afecta.

                              Para poder dar a volta à situação, é necessário tomar medidas. Mas é mais fácil falar do que agir. Quando nos sentimos assoberbados com pensamentos pesados, não é fácil reagir. A recuperação começa sempre por reconhecer a condição em que nos encontramos, aceitar que não estamos bem. Negar ou minimizar a situação, só nos vai prejudicar. Verbalizar o que o faz pesar, não para esmagar ainda mais, mas para começar a libertar as emoções. De nada adianta fingir que está tudo bem. Se alguém perguntar como está, não negue, e dependendo de quem tem  à sua frente, fale abertamente do que sente. Não temos de contar tudo a todos à nossa volta, mas encontrar um ouvido simpático no nosso círculo próximo que nos ouvirá sem julgar.

                              Se falar se torna por vezes um pouco difícil, outra solução passa por escrever. Escrever sobre o que lhe pesa, o que lhe causa preocupação, o que o prejudica, mas também sobre o que lhe dá prazer e lhe provoca um sorriso mesmo estando só. Este exercício mais pessoal permite frequentemente ir mais fundo, porque não nos censuramos a nós próprios. Mesmo que tenha amigos sinceros com quem falar, pode sentir-se embaraçado ou desconfortável ao aborrecê-los com as suas preocupações. Ao escrever e exteriorizar o que está a sentir, será capaz de identificar o verdadeiro cerne do problema.

                              Em princípio, ao analisar melhor o que está a acontecer (ou já aconteceu), será capaz de resolver as coisas. Nada é preto e branco. Aprenderá com o que aconteceu. O caminho é difícil, talvez, mas este grande desconforto também lhe revelará o que é realmente importante. Esta tempestade emocional terá exposto desconfortos que o empurrarão de novo para a acção. Alguns terão de aprender a perdoar-se a si próprios, outros terão de reparar uma acção anterior e outros ainda, terão de abrir a discussão com os entes queridos envolvidos. É possível que se sigam alguns exames de consciência e provavelmente até algumas mudanças. Não se apresse a nada, mas mantenha uma mente aberta sobre as possibilidades.

                              Naturalmente, isto exigirá também que se trate com amabilidade e que se dê tempo para se divertir. É importante traçar um plano de actividades onde se coloca, por uma
                              vez, em primeiro lugar. Reserve tempo todos os dias para recarregar as suas baterias e faça disso o seu dever. No início pode não se sentir à vontade para as fazer, mas lentamente verá os efeitos positivos. Construir para continuar.

                              Lembre-se de ser paciente consigo mesmo e de perdoar também. Ao longo dos seus esforços para melhorar, poderá ser útil recorrer a um profissional (terapeuta, psicólogo, médico, etc.) para o ajudar a ultrapassar esta situação. E não se sinta culpado por não o poder fazer sozinho. Só porque acredita que os outros têm mais problemas, ou que há pessoas que estão a passar por coisas piores, não significa que os seus não existam ou não sejam válidos.

                              Fonte: 

                              23 de outubro de 2022

                              Renascer

                              Como mencionei no meu artigo anterior, uma das razões do meu afastamento foi ter deixado o Covid entrar na minha vida. Não que o tivesse convidado, mas apareceu de mansinho e fez questão de ficar. A maior parte das pessoas não soube como fiquei nem como afectou a minha vida durante mais de um ano. Não pretendo fazer deste texto uma lamúria para apelar ao sentimento, mas é para mim a exteriorização de todos os medos que senti, de todas as angústias pelas quais passei e outras que ficaram. Se por um lado quero esquecer o que passei, por outro não posso deixar de lembrar, porque se na minha vida tive uma vivência antes e depois do diagnóstico de fibromialgia, posso afirmar claramente que tive uma vida antes do Covid e tenho outra depois. Cada um é livre de pensar como quer em relação a esta pandemia, mas não posso aceitar que venham com mais uma teoria da conspiração e que digam que isto é tudo uma lavagem cerebral e que não passa de uma simples gripe. Não é! 

                              O primeiro grande confinamento começou em março 2020. Estávamos todos em casa, mas eu era a única que estava em teletrabalho. Foram meses de incertezas, de dúvidas e de algum medo porque não sabíamos nada sobre esta doença, nem que repercussões teria no dia a dia das pessoas. Sempre tivemos muito cuidado com o distanciamento, com o porte de máscaras, com a desinfecção de tudo o que entrava em casa. Mas em dezembro, fomos infectados. Nada de alarmante em relação aos sintomas: o primeiro sintoma foi a perda total de olfacto e paladar, fora isso, um pouco de mau estar, tosse, cansaço mas nada demais. Ao fim de 4 semanas, já estava negativa e a família  já tinha toda recuperado mas eu ainda não. Pensei, "ok como tenho a fibro, o meu corpo está um pouco mais debilitado, demora um pouco mais a recuperar." Só que em vez de recuperar, os meus sintomas foram agravando. Dificuldade em respirar, tosse seca, um cansaço que se foi instalando cada vez mais e dores em todo o corpo. Até que tive que ir às urgências porque já não conseguia falar. Não escondo que estava em pânico por ter de ir ao hospital, pois nas notícias víamos cada vez mais pessoas que davam entrada nos hospitais e já não saiam. Mas não tive opção. No hospital perguntaram se tinha feito teste, eu disse que não estava positiva pois tinha feito um teste 2 semanas antes e já estava negativa. Surpresa: estava de novo positiva e foi a descida aos infernos. Saí do hospital com diagnóstico de fibrose pulmonar e bronquite, uma dose de medicamentos e recomendações de repouso absoluto, e com a indicação de ao mínimo agravamento, para regressar ao hospital.

                              Foram semanas que se tornaram meses. Sem força, sem ânimo, a minha única preocupação era respirar e não me cansar.  Se com a fibro já sabia o que era sentir cansaço sem motivo aparente, aqui a situação era bem mais grave. Não conseguia andar 10 m, sem ficar extenuada, não censeguia falar ao telefone, tomar banho exigia de mim um esforcço hercúleo. A minha médica renovava a baixa de mês a mês e cada vez que eu saía de lá, tinha uma crise de choro pois se por um lado eu queria voltar a trabalhar e sentir-me útil, por outro tinha de me render à evidência que não estava capaz e que ainda não era desta. Os dias passaram a ser todos iguais: levantava-me, tomava o pequeno-almoço, saía com a cadela à rua só até descer as escadas do primeiro andar e tinha que voltar para casa exausta. Voltava a dormir até meio da tarde até que chegava o namorido ou filha e eu fazia um esforço para estar mais animada. O cansaço, o desânimo, as dores não me largavam. E como se não bastasse, ainda não tinha recuperado o paladar nem o olfacto. Os meus dias eram literalmente vazios. Vazios de cheiros, de sabores, de emoções, de vida...

                              As pessoas não têm noção do que isto é nem de como isto limita ao nosso dia-a-dia. Na tv ouvia de um lado as notícias negras relacionadas com isto e depois ouvia os negacionistas, apologistas das teorias da cosnpiração! 

                              Com o tempo fui desenvolvendo outros sintomas, desta vez neurológicos. Sentia as palmas das mãos e as solas dos pés a queimar tanto que tinha que ficar parada com dores nos pés. A juntar a isto, tinha vertigens, tonturas e perdi a noção de profundidade. Por exemplo, não conseguia descer escadas sem ficar em pânico por não perceber em que degrau estava. E ainda hoje, quase dois anos passados, consigo subir escadas sem me afectar, mas para descer, preciso que vá alguém à minha frente ou tenho de me agarrar ao corrimão e descer um degrau de cada vez para não me desequilibrar. Fiz ressonância magnética e electromiografia que detectaram morte de algumas células cerebrais e uma hidrocefalia que devia ser vigiada. Quando perguntava se era tratável, a resposta era a mesma "pode ser do Covid, vamos aguardar". 

                              Durante semanas senti-me afundar dia a dia. Todos à minha volta diziam que era uma fase, que ia passar. Eu sei que as intenções eram boas mas, para mim, que não via melhoras nenhumas, estava num buraco sem fundo. Houve dias e dias em que não tinha sequer ânimo para tomar banho, lavar os dentes ou comer. Nem sequer via motivos que o justificasse, pois para mim, a energia despendida não iria compensar o benefício. Nunca tive ideias sombrias, mas foi muito difícil convencer-me que havia vida além de tudo o que eu estava a passar. Dei por mim a viver uma vida de faz de conta: ao pé dos meus, brincava e mantinha-me animada, mas quando estava sozinha, deixava-me entregar aos meus medos e angústias.

                              Tive a sorte de ter um núcleo familiar que sempre me deu apoio e uma psicóloga fantástica que respeitou sempre os meus ritmos. Ouvia-me não me julgava. Antes pelo contrário... quando eu dizia que não me reconhecia, que eu não era nada disto e que sempre consegui resolver tudo na minha vida, ela dizia-me que eu sempre consegui dar a volta por cima, mas que há momento na vida em que temos que parar e "aceitar". Foi quando ela me disse, entre outras coisas que, para eu conseguir superar emocionalmente esta fase, teria de fazer o luto da pessoa que eu fui antes do Covid e aceitar esta nova pessoa. Doeu bastante mas foi um dos momentos marcantes para a minha cura, pelo menos a nível emocional.

                              Entretanto fui obrigada a recomeçar a trabalhar pois, num controlo da segurança social, a excelentíssima senhora doutora disse que "Covid não é doença e que não era razão para estar parada sem fazer nada". Retomei, mas sempre em teletrabalho. Felizmente os meus responsáveis aperceberam-se bem do estado em que eu estava e eu fazia o mínimo possível de forma a não me esforçar, pois muitos dos dias não podia sequer falar ao telefone. Apercebi-me com o tempo que a minha memória também tinha ficado muito afectada. Não conseguia pensar em duas coisas ao mesmo tempo e gerir situações de stress era impensável. A minha psicóloga aconselhou-me a fazer testes neuro-psicológicos para afastar qualquer tipo de doença degenerativa, do tipo Alzheimer. Felizmente essa hipótese foi afastada, o meu problema era mesmo o cansaço mental devido à situação em que me encontrava e a ansiedade que daí advinha.

                              Nessa altura a minha médica começou a dizer-me que algumas pessoas que foram infectadas com o vírus, por razões desconhecidas, mantinham alguma da sintomatologia e até desenvolviam outros sintomas ao longo dos meses, o chamado Covid longo. Por ser um novo vírus, não havia estudos suficientes sobre as repercussões que esse vírus viria a produzir nos casos de Covid longo. Tudo era uma incógnita.

                              Com o aparecimento da vacina, a minha médica recomendou tomá-la, uma vez que começavam a aparecer estudos que demonstravam que a vacina poderia ter efeitos benéficos em situações de Covid longo. Estava tão optimista que não via a hora. Depois de levar a vacina, arrependi-me ao fim de algumas horas, pois as dores no corpo estavam no limite do suportável. Mas ao fim de 48h, os sintomas aligeiraram e comecei a sentir-me melhor.

                              O tempo foi passando e fui conseguindo levar uma vida normal. Sempre em teletrabalho e minimizando o esforço físico para não me cansar demasiado. Ao fim de 8 meses, ainda não tinha recuperado o olfacto nem o paladar, continuava com as perturbações neurológicas mas conseguia ter uma atitude mais positiva em relação ao futuro.

                              Renascer

                              Em Agosto, o governo lançou um projecto de tratamento para os doentes de Covid longo. Havia três unidades que se ocupavam destes casos, uma exclusiva para recuperação física, outra para recuperação de problemas do foro psicológico e outra multidisciplinar que englobava tudo isso mas incluindo terapia para recuperação do olfacto e paladar. Depois da primeira entrevista e dos testes físicos feitos, fui indicada para a unidade multidisciplinar.

                              O tratamento era de 3 semanas intensivo (todos os dias), que consistia em aulas de recuperação física (sessões de desporto personalizadas, vigiando todos os sinais vitais), aulas de hidroginástica intensas, sessões de reflexologia plantar, fisioterapia personalizada e adaptada, sessões de psicoterapia individual e de grupo, sessões de nutrição e ateliers para treinar o cérebro a reconhecer os cheiros. Foram 3 semanas muito intensas, pois os tratamentos eram de manhã e quando chegava a casa, mal comia e tinha que me deitar, exausta. Mas ao fim das 3 semanas, comecei a recuperar. Fui mantendo os exercícios aprendidos e fui melhorando.

                              Ao fim de algumas semanas, nem parecia a mesma. Já conseguia fazer caminhadas, já fazia desporto e já conseguia aguentar um dia inteiro no escritório, com toda a logística que isso implica (levantar cedo, preparar para sair, aguentar as horas no trânsito).

                              Ter tido a oportunidade de fazer este tratamento foi tão marcante para mim, que queria fazer qualquer coisa que vincasse esse momento da minha vida. Foi quando decidi fazer uma tatuagem, a minha primeira tatuagem. Com tudo o que tinha passado, a tatuagem a fazer era para mim mais que óbvia pois foi para mim um renascer das cinzas.

                              Hoje carrego comigo a minha fénix. Todos os dias olho para ela e me faz sentir grata por ter conseguido ultrapassar um marco que muitos infelizmente não tiveram a mesma sorte. Saí desta experiência mais forte mas paradoxalmente mais frágil porque me apercebi que a linha entre a vida e a morte é tão ténue e que tudo pode virar e acabar sem darmos conta.

                              Tal como dizia Nietzsche, "um homem precisa se queimar nas suas próprias chamas para poder renascer das cinzas."

                              2 de outubro de 2022

                              Tempo

                              Há mais de 4 anos que eu não escrevo nada neste blog.

                              Muitas coisas aconteceram desde então, umas boas, outras nem por isso.

                              O bichinho da escrita volta e meia aparecia à superfície, mas a vida e as rotinas foram tomando o seu espaço e o blog foi ficando para trás. Até hoje...

                              Mas vamos contextualizar:

                              Estava desempregada e tinha tempo para me dedicar de corpo e alma ao blog e ao prazer que a escrita e a pesquisa me davam. Estar parada, para quem tem uma doença crónica, é abrir portas aos pensamentos mais escuros e mais pesados que se vão instalando sem nos darmos conta. Decidi então fazer uma formação específica na minha área. Sou secretária e fiz uma formação de secretariado jurídico. Fiz um estágio numa das maiores multinacionais no país e acabei por ficar. Já lá vão quase 4 anos.

                              Têm sido 4 anos intensos mas muito satisfatórios pois sinto-me realizada com o que faço, com as condições de que disponho, mas sobretudo com a minha equipa directa de trabalho, pois sabendo das minhas limitações, sempre tive total apoio e absoluta compreensão.

                              Paralelamente iniciei uma nova relação, que é tudo aquilo que eu sempre quis. Sempre me disseram (anteriores companheiros) que aquilo que eu idealizava numa relação, era utópico. Afinal não é, há quase 5 anos que estamos juntos e sentimos o mesmo amor e cumplicidade desde o primeiro dia.

                              Logo nas nossas conversas iniciais, coloquei os pontos nos "i's" em relação à fibromialgia e à síndrome de Sjögren e todas as contrariedades que vêm junto. Nunca se assustou e hoje posso dizer que me conhece muito bem, para não dizer....melhor do que eu mesma. Apercebe-se, mesmo até antes de mim, quando estou no limite e quando tenho que parar. Acho que acontece o mesmo que a todos os doentes crónicos: ignoramos a dor, achamos que, se pensarmos que não sentimos dor, que a dor vai embora. Só que não! Contrariada, sou "obrigada" a dar-lhe ouvidos e a parar uns minutos até arrebitar. Mas isso já todos sabemos.

                              Estas foram as partes boas. A parte menos boa começou em Dezembro 2020. Covid, pandemia e toda a gente em casa com mil cuidados para não ficarmos infectados sobretudo com receio de como o meu corpo reagiria a todos os problemas, se lhe juntasse uma infecção sobre a qual não se sabia nada. Na altura começava-se a falar de vacinas e as contra-indicações e disse tantas vezes que nunca me deixaria vacinar, que para ter os mesmos sintomas, mais valia ter o vírus e ficar imunizada. É! É nestas alturas que eu fazia bem em estar calada!

                              Os primeiros sintomas apareceram em Dezembro, os "normais" esperados, ou seja, perda total de olfacto e de paladar, cansaço e ao fim de alguns dias, um pouco de tosse. À parte a perda de olfacto e paladar, que já de si era bastante perturbador, os sintomas foram até bastante ligeiros. Ficamos todos infectados. Família unida é assim, pelo menos ficávamos todos despachados...pensava eu. Todos recuperaram ao fim de algumas semanas e eu, só piorava. O cansaço era devastador, absolutamente incapacitante. Durante um longo período, a minha única ocupação dos meus dias, era respirar. Não conseguia fazer nada sem ficar extenuada, nem o mais básico que era falar. Tive muitos momentos em que tinha que parar porque tinha de escolher entre falar ou respirar, as duas funções não eram compatíveis. Foram longos meses, sem perspectiva, sem respostas, sem esperança. Estive à beira da depressão, tive a sorte de ter um núcleo familiar de grande suporte e apoio psicológico que considero que foi essencial para eu conseguir sair do buraco negro e sem fundo no qual me encontrava.

                              Durante meses não vi qualquer melhoria, antes pelo contrário, os sintomas iam aparecendo uns atrás dos outros e eu não sabia como me livrar deles. As respostas médicas baseavam-se no "é uma doença nova, não sabemos ainda o que acarreta, tem de ter calma e aproveitar para descansar". O problema é que passaram semanas, meses e nada mudava. Não vou desenvolver muito este capítulo da minha vida, fica para outra altura. 3 doses de vacina e uma cura específicamente virada para doentes com Covid longo, fizeram com que recuperasse a vida que tinha antes do Covid.

                              A terceira grande razão para ter deixado o blog para trás, foi que em menos de um ano fizemos duas grandes mudanças de casa, com toda a logística que vem atrás, pois mudamos de um país para outro e por fim voltamos ao país anterior.

                              Olhando para trás, apercebo-me que aconteceu muita coisa em muito pouco tempo e se por um lado acho que poderia ter feito mais e melhor, por outro estou orgulhosa porque não me posso esquecer que tenho algumas limitações e que o tempo e disposição que tinha, não é o mesmo agora.

                              Custou-me bastante a aceitar esta nova vida mais como disse a minha psicóloga, o maior passo para a cura é fazer o luto da pessoa que fomos e aceitar a nova pessoa em que nos transformamos.

                              Isto tudo para dizer que finalmente estou em paz comigo mesma e com a pessoa que sou: uns dias cheia de energia e boa disposição, outros cheia de dores e limitações. E por essa razão voltei "às origens" e à vontade de escrever, pois verbalizar o que sinto, também faz parte do processo de recuperação. Escrevo essencialmente porque me faz bem, porque sentia saudades mas sobretudo porque me pediam para voltar à escrita. Assim sendo....I'm back!

                              7 de outubro de 2018

                              Banoffee

                              Há bastante tempo que queria ter feito esta tarte, ou algo semelhante, mas raramente me sobram muitas bananas maduras ao mesmo tempo. E desta vez não falhou.

                              As receitas encontradas na net levam todas leite condensado e era preciso adaptar às nossas necessidades.

                              Adoro bananas mas não sou fã de bolos confeccionados com banana mas este... este... encheu-me as medidas!

                              Mas vamos ao que interessa... à receita!

                              Usei a Bimby mas também podem usar outro robot ou fazer à mão.

                              Ingredientes para a Base:

                              150g de farinha de aveia sem glúten
                              100g  de óleo de coco
                              50 g de ameixa seca (não tinha tâmaras em casa)

                              Preparação da Base:

                              Triturar as ameixas com o óleo de coco na vel. 6/ 5 segs. Juntar a farinha de aveia e programar 10 segs/ vel. 5.

                              Untar uma forma de base amovível com óleo de coco e forrar o fundo com a mistura triturada.
                              Pressionar bem a massa de forma a que fique uma camada homogénea.


                              Reservar no frigorífico.

                              Ingredientes para o creme de caramelo salgado:

                              100g de xarope de tâmaras (ou outro adoçante a gosto)
                              1 lata de leite de coco (400 ml)
                              1/2 colher de sopa de óleo de coco
                              1/4 colher de sopa de sal marinho

                              150 ml de bebida vegetal à escolha (usei de caju que tinha em casa - receita aqui)
                              80g de fubá de mandioca
                              1 pacote de gelatina neutra em pó (opcional)

                              Preparação do creme de caramelo salgado:

                              Levar ao lume num tacho anti-aderente o leite de coco, o xarope de tâmaras, o sal e o óleo de coco.
                              Deixar ferver e manter o lume brando de modo a que ferva sempre mas sem deixar pegar.
                              Este processo demora bastante tempo, para que o leite de coco caramelize (cerca de 45 mins).

                              Quando a mistura tive uma cor já acastanhada e estiver mais espessa, juntar o fubá de mandioca e a bebida vegetal. Mexer bem para ficar bem dissolvido. Se depois de ferver, continuar muito líquido, juntar fubá aos poucos para engrossar. Se ficar muito espesso, juntar mais bebida vegetal. Para ter a certeza que o creme se mantém sólido no forno, juntar a gelatina em pó e mexer bem para dissolver.

                              Retirar do lume, deitar para a forma e cobrir a base com o creme.


                              Colocar no frigorífico e reservar.

                              Ingredientes para o recheio:

                              4 bananas maduras
                              1 colher de sopa de óleo de coco

                              Preparação do recheio:

                              Cortar as bananas e levá-las ao lume numa frigideira anti-aderente com o óleo de coco.


                              Deixar caramelizar.



                              Retirar a forma do frigorífico e cobrir o creme com as bananas caramelizadas.


                              Levar a forma novamente ao frio e reservar cerca de 2 a 3 horas.

                              Ingredientes para a cobertura:

                              2 pacotes de nata para bater
                              Adoçante a gosto (usei o xarope de tâmaras)

                              Preparação da cobertura:

                              Bater as natas até solidificar e adoçar a gosto.
                              Retirar a forma do frigorífico e cobrir o preparado com as natas.


                              Levar ao frio até à hora de servir.




                              Dá um pouco de trabalho, mas garanto que vale muuuuuito a pena!

                              10 de maio de 2018

                              Waffles de espinafre com topping de bolonhesa


                              Feriadinho aqui por estas bandas.
                              Acordar mais tarde e tal e...apertam as fomes...
                              Como não há horários a cumprir, hoje saiu um pequeno-almoço diferente.



                              INGREDIENTES:

                              1 ovo
                              1 punhado de espinafres
                              2 colheres de sopa de farinha de sementes de girassol (ou outra a gosto)
                              2 colheres de sopa de bebida vegetal a gosto (usei de noz de caju)
                              1/2 colher de café de fermento em pó sem gluten
                              Sal e temperos a gosto (usei alho e cebola em pó)

                              PREPARAÇÃO:

                              Ligar a máquina dos waffles e untar as placas com óleo de coco.

                              Colocar todos os ingredientes  no processador e reduzir a um creme líquido.

                              Quando a máquina estiver quente, deita-se a mistura e vira-se a máquina ao contrário para que a massa cubra as placas de cima, aguardam-se uns segundos e volta-se a virar para a posição inicial.

                              Depois de cozinhadas, retiram-se e cobrem-se com topping à escolha. Eu como tinha um restinho de bolonhesa, foi o que saiu.

                              Bom apetite!

                              7 de maio de 2018

                              Torta de laranja

                              Ontem fiz mais uma dose de bebida vegetal de noz de caju  e desta vez quis aproveitar logo os resíduos que sobraram depois de o ter coado. Também tinha umas laranjas a começar a secar e como aqui em casa, nada se desperdiça, resolvi aproveitar tudo junto.


                              Para esta receita vão precisar de:

                              INGREDIENTES:

                              150 g de resíduos de noz de caju (o que sobrou depois de ter coado a bebida vegetal)
                              50 g de farinha de amêndoa
                              3 ovos inteiros
                              Raspa de 1 laranja
                              3 laranjas inteiras sem casca e sem as peles brancas (cerca de 300 g)
                              1 c café de fermento para bolos sem glúten


                              PREPARAÇÃO:

                              Ligar o forno a 180º.

                              Colocam-se todos os ingredientes no copo da Bimby e programa-se 3 mins/ Vel. 3.
                              Para quem não tem Bimby, pode usar outro processador ou usar a varinha da sopa.

                              Coloca-se uma folha de papel vegetal sobre o tabuleiro do forno.
                              Deita-se a mistura e leva-se
                              ao forno cerca de 20/25 mins.

                              Entretanto estica-se uma folha de papel vegetal sobre a mesa e cobre-se com farinha de amêndoa ou amêndoa ralada grosseiramente.

                              Quando a massa estiver cozida, deita-se rapidamente sobre o papel com a amêndoa e enrola-se rapidamente com a ajuda do próprio papel. Convém deixar arrefecer um pouco antes de poder puxar o papel debaixo da torta.

                              Serve-se fria.

                              Bon appétit!

                              29 de abril de 2018

                              Sintomas de Fibromialgia menos conhecidos

                              A fibromialgia manifesta-se tipicamente por dores e desconforto ao nível do aparelho musculo-esquelético, fadiga, perturbações do sono, perturbações ao nível da memoria, etc. O problema é que o "etc." engloba uma lista quase infindável de sintomas e perturbações que variam muito de pessoa para pessoa, dependendo do estado emocional, do tempo, do stress, das rotinas, e arrisco-me a dizer também do "barulho da luz", dos signos, dos cheiros...porque a verdade é que os sintomas aparecem do nada, sem aviso e sem qualquer interacção da nossa parte. Confuso para quem está de fora? Calculo! Mas acreditem que para nós, é muito mais.

                              Muitas vezes sentimos um novo sintoma e não o associamos à Fibro. Atenção que deve haver o cuidado de não atribuir todas as culpas à Fibro e descurar alguns sintomas que podem ser indício de outras situações. Mas a verdade é que só quando lemos ou falamos com alguém na mesma situação, é que nos damos conta que afinal, aquela coisa chata que sentimos, também faz parte da Fibro.

                              Problemas de ouvido, nariz e garganta



                              - Alergias aumentadas - do nada começamos a tossir e a espirrar e do nada também passa
                              - Muco espesso / catarro
                              - Mucosas da boca e nariz secas, mais acentuadas durante a noite, impedindo o descanso. Por vezes esta secura é tão acentuada que temos dificuldade em engolir a comida.
                              - Sensibilidade a determinados sons

                              Aparecimento de hematomas




                              É frequente aparecerem hematomas em zonas do corpo onde não batemos em lado nenhum. Pessoalmente, passo a vida a tropeçar e a bater com os pés ou ombros nas portas, como se o meu cérebro me estivesse constantemente a pregar partidas e a obrigar-me a bater contras as portas e paredes. Muitas vezes, os hematomas não aparecem no sítio onde bati, mas "ao lado". Isto para não dizer que muitas vezes bato e a dor vem atrasada, ou seja, bato e não sinto dor e quando penso que já passou, ela aparece como para me lembrar que eu não mando nadica no meu corpo e que ela aparece quando e como quer!

                              Dor/ sensibilidade do couro cabeludo




                              Estranho, né? Pois, mas acontece. Há dias em que até a passar com os dedos elo cabelo, se sente como se tivéssemos apanhado um escaldão no couro cabeludo. Agora imaginem como nos sentimos ao pentear ou lavar a cabeça. A parte boa disto (insisto em ver pontos positivos) é que, assim como este sintoma aparece, também desaparece....até nos esquecermos dele e ele se sentir sozinho e voltar.

                              Transpiração excessiva


                              Podemos passar de uma fase de não-transpiração para uma fase de transpiração em bica, de um momento para o outro sem estar envolvido qualquer esforço físico. Muitas mulheres, pela idade podem até pensar que são os típicos afrontamentos da Menopausa, só que não. Além da intensidade da transpiração poder mudar, também o cheiro muda. A minha filha diz-me frequentemente que cheiro a bebé (não sei se será uma coisa boa, mas percebo que mesmo para ela, o meu cheiro muda!)

                              Enxaquecas




                              Grande parte dos fibromiálgicos queixa-se de dores de cabeça fortes e/ou de enxaquecas ou cefaleias. As dores de cabeça podem ser desencadeadas por cheiros intensos, por sons, por stress, ou até por nada. E as crises estão estreitamente ligadas, não sabendo se são as enxaquecas que desencadeiam as crises ou se são as crises que provocam enxaquecas. A verdade é que estas dores são profundamente limitativas no desempenho das rotinas diárias, até das mais simples.

                              Sensação febril e/ ou rubor facial




                              Muitos doentes de Fibro relatam sentir todos os sintomas de febre, até mesmo o típico rubor facial mas não apresentam temperatura. É só mesmo o corpo a pregar mais uma partida.

                              Ansiedade e depressão


                              Aqui falamos da depressão e ansiedade causada pela incompreensão de quem nos rodeia. Como "os outros" não nos entendem, acabamos por preferir isolar-nos. É preciso contrariar este sentimento e aceitar que o que temos NÃO É CULPA NOSSA e que não podemos obrigar ninguém a entender o que temos. O mínimo que se exige, repito, EXIGE, é que nos respeitem. Se não nos entendem, não dêem palpites, porque ninguém os pediu, tá?

                              Irritações / perturbações cutâneas


                              Já vos aconteceu de um momento para o outro, uma peça de roupa já usada, provocar irritação? Ou uma peça de bijuteria que usam há anos? Pois o problema não é da bijuteria, é mesmo nosso.

                              Também acontece aparecerem irritações do nada, como se fosse alergia ou picada de insecto. E tentamos perceber o que está na origem dessa irritação e comichão e não chegamos a conclusão nenhuma.

                              Mas o mais irritante para mim, é aquela sensação de cabelo agarrado à pele a picar, só que não há cabelo nenhum. Aqui em casa, quando peço à filha para ver se tenho um cabelo a picar, e se de facto É MESMO UM CABELO, é uma festa! Por alguns breves momentos, a minha sanidade mental está a salvo.

                              Inchaço


                              Outro sintoma também muitas vezes referido mas ao qual não se dá grande importância: o inchaço ou edema. Pode aparecer de manhã ao acordar ou durante o dia, sem aviso prévio. Pode aparecer ao nível da pele e tecidos intersticiais ou ao nível das articulações. Pode aparecer no corpo todo ou em zonas mais limitadas. E como se isto não fosse suficiente, por vezes também vem acompanhado de dor.

                              Sensibilidade à luz

                              Sim vão dizer que muitas pessoas são naturalmente sensíveis à luz. Certo! Mas aqui estamos a falar duma sensibilidade extrema. Do tipo de, não se conseguir sequer suportar a luz do dia...mesmo em dias de chuva. O segredo é nunca perder a classe. Ao contrário e muita gente que, ao entrar numa loja ou supermercado tira os óculos escuros, eu mantenho os meus..."like a Lady"! Ao princípio incomodavam-me os olhares de lado, mas agora calculo que me olhem na esperança de um autógrafo!



                              Perturbações cardíacas

                              Um grande número de pessoas que vivem com a fibromialgia, vivem com uma condição cardíaca geralmente assintomática, denominada de “Prolapso da válvula mitral”. O lado esquerdo do coração é constituído por uma parte superior e uma câmara inferior. O sangue flui através de ambas as câmaras através de uma válvula chamada válvula mitral. O prolapso da válvula mitral, ocorre quando esta não fecha correctamente. Sabe-se que as pessoas com fibromialgia são mais propensas ​​do que a população em geral, de sofrer do Prolapso Válvula Mitral , mas até agora, a relação entre as duas condições não é conhecida.

                              Muitos portadores também se queixam de arritmias e palpitações sem que haja razões clínicas para isso.

                              Muitos sintomas haveria ainda a mencionar, mas não adianta panicar. Cada um tem a sua forma de encarar a doença e a sua forma de a gerir. Mas duma coisa temos certeza, é primordial não perder o espírito positivo e ver sempre o lado bom da vida, porque ele existe sempre, mesmo com uma doença crónica!

                              💗

                              Fonte: https://themighty.com/2018/04/fibromyalgia-symptoms-photos-less-known/?utm_source=newsletter_fibromyalgia&utm_medium=email&utm_campaign=newsletter_fibromyalgia_2018-04-25

                              21 de janeiro de 2018

                              Glúten e doença auto-imune


                              Qualquer pessoa que sofre de doença auto-imune tem um interesse genuíno em reverter a progressão da sua doença, seja ela degenerativa ou não. E um dos primeiros passos nesse sentido, reside na eliminação do glúten da sua alimentação.

                              A Gluten Free Society mostrou a conexão entre doença hepática induzida pelo glúten (hepatite auto-imune) :

                              "Um total de 111 pacientes (40%) foram diagnosticados com doenças auto-imunes adicionais ... a tireoidite auto-imune foi a doença concomitante mais comum (28 pacientes, 10%). Outras doenças autoimunes concorrentes incluíram vitiligo (5 pacientes), artrite reumatóide (5 pacientes), Síndroma de Sjogren (4 pacientes), colite ulcerosa (2 pacientes), diabetes tipo I (2 pacientes), esclerose múltipla (2 pacientes), polimialgia reumática (2 pacientes) e urticária (2 pacientes). E ainda um paciente foi diagnosticado com doença de Crohn, um com gastrite auto-imune, um com colite colagenosa, hipofisite e sarcoidose ".

                              Felizmente, cada vez mais médicos, principalmente os de medicina funcional, recomendam que se adote um estilo de vida mais clean, isento de glúten, sobretudo na presença de condição auto-imune. Claro que inicialmente, se instala a confusão pois toda a vida ouvimos dizer que os cereais são benéficos e ainda mais com o aparecimento dos cereais integrais, "mais saudáveis", dizem eles. Coloca-se a questão se efectivamente se deve eliminar o glúten, quando não se tem sintomas ao nível digestivo ou se os resultados para sensibilidade ao glúten, deram negativos.

                              O glúten pode ser sorrateiro e nem sempre causa sintomas imediatos e eliminá-lo nem sempre faz com que se sinta melhor imediatamente. No entanto, a maioria das pessoas com uma condição auto-imune deve aderir a um estilo de vida sem glúten.

                              O glúten desencadeia mecanismos que levam à doença - mesmo se os testes deram negativo para a sensibilidade ao glúten. Aqui estão os principais motivos pelos quais o glúten e a doença auto-imune não se entendem.

                              Glúten desencadeia a inflamação

                              A inflamação crónica tem sido implicada em quase todas as doenças crónicas - incluindo doenças auto-imunes. Por outras palavras, se você tem um problema de saúde crónico, você provavelmente teve ou tem inflamação no seu corpo há muitos anos. A inflamação a longo prazo pode desencadear a doença auto-imune devido ao dano que causa às células.

                              Situações como stress, as escolhas de alimentos e estilo de vida, a toxicidade no nosso ambiente e as infecções crónicas contribuem para a inflamação crónica,são estudadas como as causas profundas da doença auto-imune. A inflamação piora os sintomas e a progressão das condições auto-imunes. É preciso reduzir a inflamação geral e induzir mecanismos anti-inflamatórios para ajudar a reverter o processo auto-imune. E uma das decisões a tomar, é deixar de consumir glúten.

                              Como uma nota lateral, é muito importante que tenha em mente que os alimentos rotulados sem glúten - como "pão sem glúten" e "biscoitos sem glúten" - podem continuar a ser muito inflamatórios. Isso ocorre porque as alternativas ao glúten utilizadas nesses produtos - como o tofu e o amido de batata - podem ser ainda mais inflamatórias do que o glúten, já para não falar de todos os aditivos presentes.

                              O glúten altera a microbiota intestinal 

                              A microbiota intestinal é composta por todos os microorganismos - as bactérias boas e más - que vivem no aparelho digestivo. As pesquisas continuam a revelar que o nosso microbioma intestinal desempenha um papel crítico no desenvolvimento da doença. Estudos até sugeriram que a auto-imunidade pode ser desenvolvida a partir de um desequilíbrio no nosso microbioma intestinal - também conhecido como disbiose.

                              É por isso que melhorar a saúde intestinal se torna primordial, se tiver uma condição de saúde auto-imune ou crónica (mesmo que não tenha sintomas digestivos). E, a comida é uma das formas mais rápidas de alterar o microbioma. Estudos sugerem que a composição bacteriana do intestino pode mudar rapidamente somente depois de horas de comer determinados alimentos.

                              Na íntegra, quando come alimentos de forma consistente para alimentar as bactérias boas no seu intestino, estará a regenerar a sua microbiota. O glúten influencia negativamente o seu microbioma intestinal e pode influenciar diretamente o desenvolvimento e progressão da doença auto-imune.

                              O glúten certamente não é o único que influencia os micróbios no seu intestino. Outros tipos de alimentos, stress, medicamentos e infecções crónicas também podem influenciar que tipo de bactérias proliferam no aparelho digestivo. No entanto, o glúten altera negativamente o microbioma e estas mudanças nas bactérias já alteradas podem estar a influenciar a sua condição auto-imune.

                              O glúten promove o intestino permeável

                              Outra das razões pela qual se deve eliminar o glúten, é porque o seu consumo contribui para o o intestino permeável. Esta situação ocorre quando o revestimento do  aparelho digestivo fica danificado e perde sua capacidade de funcionar correctamente, criando "buracos" no revestimento dos intestinos que não deveriam estar lá.

                              Se sofre de intestino permeável , as partículas que não devem entrar na corrente sanguínea e circulam por todo o corpo que atravessam o revestimento intestinal. Quando isso acontece, o sistema imunológico visa essas moléculas gerando uma resposta inflamatória. Acredita-se que este seja um dos mecanismos para o desenvolvimento de doenças auto-imunes.

                              No seu estudo histórico de 2009, o dr. Alessio Fasano, sugeriu que três situações devem estar presentes para uma condição auto-imune a desenvolver: uma predisposição genética, um gatilho e um intestino permeável. E ainda sugeriu que o glúten desencadeia directamente a libertação de zonulina, a molécula que quebra as junções apertadas (ou a cola) que retém nosso revestimento intestinal.

                              Por outras palavras, o glúten causa um intestino permeável. E um intestino permeável cria a oportunidade para o "gatilho" entrar na corrente sanguínea, facilitando o desenvolvimento de doenças auto-imunes. Quando remove o glúten da sua dieta e implementa abordagens saudáveis e anti-inflamatórias, como adoptar o Protocolo Auto-imune,  pode curar e regenerar o seu corpo.

                              Mimetismo molecular

                              O mimetismo molecular basicamente significa que duas moléculas ou substâncias se parecem - uma simula a outra. Acredita-se que este seja um mecanismo fundamental para desencadear a auto-imunidade no corpo. Algo estranho ao nosso corpo - como um vírus, bactérias ou partículas de alimentos - compartilha uma estrutura molecular semelhante a uma parte do nosso corpo - como o tecido da tiróide.

                              Quando partículas estranhas entram na corrente sanguínea (muitas vezes por causa do intestino permeável), o corpo cria anticorpos contra essa partícula. Ele diz ao sistema imunológico para "destruir" ou livrar-se dele. O problema ocorre quando seu próprio tecido corporal se assemelha à mesma estrutura molecular que a partícula estranha.

                              O corpo fica confuso e pode criar anticorpos para o seu próprio tecido corporal. E os anticorpos para o seu próprio corpo conduzem a doenças auto-imunes. O glúten e a auto-imunidade não se misturam devido a essa interacção potencial.

                              Estudos demonstram  que os anticorpos contra a gliadina (uma proteína no glúten) reagem com vários tecidos corporais diferentes. Também é conhecido como "reatividade auto-imune da comida" e foi visto quando os anticorpos contra o glúten reagem com os tecidos da tiróide, do cérebro, do sistema nervoso e das articulações.

                              Por outras palavras, se seu corpo é sensível ao glúten, você está criando anticorpos contra partes da molécula de glúten, como a gliadina. Estes mesmos anticorpos anti-gliadina podem juntar-se aos tecidos no seu corpo, indicando-os para serem destruídos.


                              Ao remover o glúten da sua rotina alimentar, não criará mais esses anticorpos anti-gliadina e terá menos chances de criar esse tipo de resposta.

                               “O médico do futuro não dará remédios, mas interessará os pacientes nos cuidados com o corpo humano, a nutrição, e nas causas e prevenções de doenças”.

                              Fontes:
                              https://www.huffingtonpost.com/entry/4-reasons-gluten-and-autoimmune-disease-dont-mix_us_599c7abfe4b0521e90cfb5a3
                              https://www.glutenfreesociety.org/gluten-and-the-autoimmune-disease-spectrum/
                              https://drjulianopimentel.com.br/dores/intestino-permeavel-gluten/
                              http://asagadotrigo.blogspot.lu/2014/07/gliadina-proteina-do-gluten.html

                              14 de novembro de 2017

                              Diagnóstico de doença crónica - não é o fim, é o princípio

                              Oiço e leio com muita frequência que, ao receber um diagnóstico de doença crónica, o sentimento é de desalento e de resignação. Como se se tratasse de uma sentença de um drama com fim anunciado. Confesso que sempre me fez muita impressão o negativismo e a vitimização. E alguns poderão dizer, "ah e tal, dizes isso porque nunca tiveste dores a sério!"... Really?! Acreditem que não é por não andar pelos cantos a queixar-me da vida e da minha "sorte", que não tenho dores, ou que não sofro.

                              Os que me conhecem, sabem que recuperei grande parte da minha qualidade de vida (e quando digo grande, refiro-me a mais de 90%). Não estou a vender nada, nem a impingir uma cura milagrosa. Mas todos sabem que, as mudanças para melhor aconteceram depois de eu ter aderido à alimentação paleo (ver aqui). Claro que depois também oiço o "ah, isso comigo não resulta, comigo já não vale a pena!" E a minha resposta é sempre a mesma..."se não quer arriscar a mudar, é porque ainda não bateu lá no fundo dos fundos do poço!"

                              Para se querer e conseguir mudar, é preciso estar à beira do abismo. Seja em que área for. Tanto pode ser a nível de saúde, adoptando novas abordagens terapêuticas, alimentares, comportamentais. Ou pode ser a nível emocional, decidindo acabar com relações tóxicas ou vazias. Ou até a nível profissional, procurando uma profissão ou ocupação que nos deixe feliz e com a sensação de dever cumprido.



                              O mesmo acontece perante um diagnóstico de doença crónica, seja ela ou não degenerativa. Temos sempre duas opções:
                              - A mais fácil, que é a de seguir a via do "coitadinhismo". É muito mais cómodo deixarmo-nos levar pelo que os médicos dizem e deixarmo-nos entupir de medicação que, além de não nos aliviar, com o tempo acaba por nos tirar qualquer centelha de vida. É tão mais fácil encolher os ombros e tomar mais um comprimidinho quando as dores apertam. E quando um não resolve, tomam-se dois...ou três...

                              - E temos a via mais espinhosa. Que é ser pro-activa na nossa saúde e consequentemente na nossa vida. Ah pois, decidir mudar é fácil. O difícil é QUERER mudar. É preciso lutar contra hábitos enraizados, é preciso sair do conformismo e da apatia a que nos habituamos, mas sobretudo a que nos habituaram a viver.



                              A chave não está nos outros, está bem dentro de nós. É primordial querer quebrar com o nosso antigo "EU" e abraçar um novo. O diagnóstico de doença crónica, nunca é o fim da linha. É sim uma nova oportunidade que a vida nos dá, para abrirmos os olhos e aprendermos a olhar para ela de forma diferente. 

                              É a vida a dizer-nos que apesar da doença, e por causa dela, temos o dever de nos valorizarmos cada vez mais. Todos os dias devemos estar gratos por estarmos vivos e fazer de cada dia, um dia único, ou no mínimo dar-mos o nosso melhor para que isso aconteça. 

                              Parece tão básico, mas já pararam no meio da rua para apreciar uma flor no jardim a caminho de casa? Já tiraram 10 minutos do vosso dia para olharem bem para os vossos filhos e perceberem que à vossa frente têm o vosso verdadeiro amor? Já pensaram que, mesmo com todos os vossos nhanhanhãs, ainda se conseguem mexer e que há tanta gente em lares e hospitais que passam meses sem ver a luz do dia? Que tal tirarem uma tarde por mês para fazer um pouco de voluntariado?

                              A vida é para ser vivida em pleno e ser sentida sem remorsos. Não há nada mais triste do que chegar a velho e lamentar aquilo que não se fez. Porque se perdeu demasiado tempo com "se's" e mas". A vida é hoje, é agora!

                              E antes que pensem que estou a falar de boca cheia, acreditem que além da Fibro, tenho Sindroma de Sjogren (já num estado avançado) e artrite reumatóide. Se tenho dores? Tenho! Se me canso? Canso? Se me queixo? Pouco! Não porque queira ser mais forte do que os outros, mas porque escolhi ver o lado bom que a vida me dá. 

                              Hoje e sempre 💖

                              9 de novembro de 2017

                              As piores coisas a dizer a um doente com Fibromialgia

                              Sabemos bem que, além da dor física, da fadiga e do nevoeiro mental (brainfog), muitos de nós também sofremos com o estigma associado à doença crónica. Felizmente nunca tive razões de queixa nem de familiares nem de amigos, e muito menos de profissionais de saúde, mas a realidade, infelizmente não é bem assim.

                              Um site pediu aos seus leitores alguns comentários mais odiosos de que são alvo. E alguns comentários doem até à alma. Mas é importante que isso seja partilhado. Ninguém escolhe estar doente, ninguém decidiu que queria ter esta treta de doença. Acreditem que se é para chamar a atenção, há formas muito mais interessantes e menos dolorosas de o fazer.

                              A ideia deste partilha é precisamente alertar os "outros" para a falta de respeito que muitos de nós sentimos no dia a dia. Já não bastavam todos os sintomas, ainda temos que levar com a ignorância e o azedume dos outros.

                              "Pessoas com fibromialgia são apenas preguiçosas"

                              "Dói-me a alma quando me dizem, não tens doença nenhuma, não queres é fazer nada!"

                              "O meu filho diz-me que sou preguiçosa. Que tudo está na minha cabeça e se não faço as coisas é porque não quero!"

                              "Todos temos dores. Você precisa é de fazer exercício, você precisa andar. Blá blá blá...."

                              "Os serviços de proteção infantil tiraram os meus 5 filhos. Nos registos judiciais, juiz, médicos e peritos disseram que eu não tinha doença nenhuma e que era apenas preguiçosa!" 

                              "O meu marido disse-me que eu era preguiçosa por não conseguir contribuir financeiramente com as despesas da casa, no fim de contas descobri que me andava a trair e a gastar o dinheiro todo fora!"

                              "Fibromialgia não existe"

                              Um clássico que todos já ouvimos, e talvez seja o comentário mais odioso que ouvimos. Este é o maior estigma contra pessoas com fibromialgia.

                              "Eu consultei um médico para uma condição médica diferente. Assim que ele viu que Fibromialgia fazia parte do rol das minhas doenças, fez questão de salientar que Fibromialgia não existe e que os médicos que o afirmam, deveriam ter as suas licenças revogadas!"

                              "É uma doença horrível. Coloco a minha capa de corajosa 24 horas sobre 7. Ninguém pode ver a nossa dor e sofrimento, por isso questionam se é real ou se estamos apenas a chamar a atenção. É muito mais fácil fingir que estou bem, do que explicar por que não estou."

                              "Está tudo na sua cabeça"

                              Isso está intimamente relacionado com o "não existe", mas é uma maneira muito mais explícita de maltratar pessoas portadoras de Fibromialgia.

                              "Tu não estás doente, está tudo na tua cabeça" ou "não parece que estejas com dor" provoca uma dor maior na alma do que a própria dor física."

                              "Diziam-me que apenas era preguiçosa, que se me quisesse mesmo levantar e mexer, que o faria. Era tudo da minha cabeça e se encontrasse forma de me ocupar, estaria bem e sem dores."

                              "Não tens ar de doente"

                              Por ser uma doença invisível, as pessoas que muitas vezes não "parecem" doentes, e por essa razão, também acaba por ser uma das maiores frustrações de quem sofre de fibro.

                              "Não pareces nada doente. Se estivesses mesmo doente, não sairias da cama."

                              "Eu fui a uma junta médica para ser informada que eu não pareço desabilitado e que a fibromialgia é apenas fruto da minha imaginação para enganar os contribuintes."

                              "Deus está a castigar-te pelos teus pecados"

                              Essas pessoas levam a culpa ao nível mais desumano, mais ignóbil possível. Como se não bastassem todas as dores e sintomas, ainda têm que lidar com a crueldade de terceiros, pondo até em causa o seu carácter moral.

                              "O meu tio, que é pastor numa igreja, disse-me que eu estava a ser castigada por Deus por todos os erros que cometi e a minha família acredita no que ele diz."

                              "A coisa mais rude que me disseram, foi que, Deus estava a castigar-me. Assim como todos os doentes oncológicos estavam a pagar pelos seus pecados."

                              "Só precisas de te mexer mais e de perder peso."

                              Isso é semelhante ao "És preguiçosa" e "está tudo na tua cabeça" com o bónus adicional de perda de peso. É desprezível. Aqui está o que os nossos leitores compartilharam:

                              "Faça exercícios e perca peso e vai sentir-se melhor."

                              "A senhora parece feliz por ter esse diagnóstico, está apenas á procura de desculpas para não perder peso."

                              "Um médico uma vez disse-me, Bem, talvez se perdesse peso e se se exercitasse, acabaria por se sentir melhor ... OBRIGADINHA, como se ele não soubesse que os mais de 20 comprimidos que tomo durante o dia me fazem inchar e engordar.!

                              "Uma médica revirou-me os olhos enquanto me dizia 'oh, eu não acredito nessa porcaria! Se fizesse exercícios e dieta, já se sentiria melhor! Eu também teria dores se passasse o dia todo deitada!" 

                              "Você precisa se mover e se exercitar". Foi-me dito isso muitas vezes.

                              "Um membro da família disse-me simplesmente 'tu não precisas de Lyrica. Não estás doente, estás é com excesso de peso!'"

                              "Só queres atenção!"

                              "Estava no hospital com dores horríveis, fiz imensos testes e todos estavam normais! ... O médico perguntou ao meu pai, 'a sua filha gosta de estar no hospital?' ... devia pensar que a cortina azul na minha cama era à prova de som."

                              "Só queres atenção. És mas é hipocondríaca!"

                              "Eu não consigo falar sobre como me sinto ... recebo sempre os mesmos comentários ... 'estás sempre a dizer que não te sentes bem, ninguém tem dores o tempo todo' ... como se fosse a culpa fosse minha. Cada dia é diferente e pode ser uma luta ... É difícil quando as pessoas à sua volta, não entendem o que sentes, e nem querem saber."

                              "Não pode ser assim tão grave, ainda agora estavas a rir e conversar!"

                              *****

                              Este texto não pretende ser uma dramatização da doença ou do que sente um doente com Fibromialgia ou outra doença crónica invisível. São relatos verídicos de doentes que ouvem este tipo de comentários com demasiada frequência e é preciso acabar com esta falta de respeito.

                              O facto das pessoas lutarem diariamente para levar e mostrar levar uma vida normal, per si ainda merecem mais respeito, pois ninguém (dos outros) faz uma pequena noção do nosso dia a dia. Ninguém escolheu ficar doente. Ninguém escolheu ser maltratada pelos outros. Ninguém escolheu levantar-se e deitar-se com dores.

                              Por isso da próxima vez que abrir a boca para criticar seja quem for, pense um pouco pois um dia também pode acordar e a dor que sente, nunca mais desaparecer!

                              Fonte: aqui

                              6 de novembro de 2017

                              "Iogurtes" de caju com kiwi...e caju com morango


                              Ressalvo que não são iogurtes porque não têm probiótico. Podia ter colocado mas como já consumo probióticos várias vezes ao dia pela kombucha (aqui, aqui e aqui), achei que não era necessário. 


                              Como estou a cumprir o protocolo, tenho uma lista de ingredientes mais restrita. Mas como já consegui que todos os sintomas regredissem, já há algum tempo que iniciei a fase da reintrodução, daí ter começado a consumir outros alimentos fora do protocolo, mas sempre dentro da paleo. 

                              E apetecia-me mudar um pouco do coco. E como ontem fiz bebida vegetal de caju, aproveitei a dita para fazer uns iogurtes.

                              E estes são muito fáceis de fazer.


                              INGREDIENTES:

                              800g de bebida vegetal de caju




                              Compota caseira (sem açúcar) de kiwi e de morango, ou de outra fruta qualquer (era as que tinha em casa e tinha que gastar)






                              2 saquetas (de 6g)  de gelatina neutra em pó

                              PREPARAÇÃO:

                              Aquecer a bebida vegetal até 50º para derreter a gelatina.

                              Enquanto aquece, dispõe-se a compota, cerca de 2 colheres de sobremesa, em cada copo de iogurte.

                              Depois da gelatina estar dissolvida, deita-se sobre a compota e reserva-se no frio.

                              Cerca de 2 horas depois, é preciso mexer o iogurte porque o soro começa a separar e mexendo tudo, fica um creme mais homogéneo.








                              Ao fim de 4 ou 5 horas está pronto a consumir.

                              Hoje só abri o de kiwi mas amanhã, quando abrir o de morango, coloco a foto.



                              Bom apetite!!

                              Crumble de maçã com caramelo salgado


                              Há dias uma amiga, sabendo que estou em protocolo e que tenho muitas restrições ao nível dos ingredientes, mandou-me esta receita "diabólica"! E que receita!...Tinha que a fazer na primeira oportunidade. É altamente gulosa e decadente lol. Recomendo que façam pouca quantidade porque senão vai tudo duma virada 😆😆!


                              E sem mais delongas, aqui vai...


                              INGREDIENTES

                              Crumble de coco

                              120g de coco ralado
                              2 colheres de sopa de mel
                              2 colheres de sopa de canela
                              1/2 colher de sopa de sal marinho

                              Recheio de maçã

                              3 maçãs
                              1 pera (não pus porque não tinha)
                              2 colheres de sopa de canela
                              1 colher de sopa de óleo de coco

                              Caramelo salgado

                              85g de mel
                              180ml de leite de coco (lata)
                              1/2 colher de sopa de óleo de coco
                              1/4 colher de sopa de sal marinho

                              INSTRUÇÕES

                              Comecei pelo crumble de coco.

                              Pre-aqueci o forno e forrei um tabuleiro com papel vegetal.
                              Misturei todos os ingredientes e coloquei no tabuleiro.


                              Levei ao forno até ficar tostado.



                              Reservei.

                              Recheio de maçã

                              Aqueci o óleo de coco numa frigideira anti-aderente e juntei a maçã cortada aos quadradinhos com a canela.


                               Fui mexendo, em lume baixo, enquanto foi cozendo e caramelizando. Reservei.



                              Caramelo salgado

                              Num tachinho anti-aderente, aqueci o mel em lume baixo por cerca de 5 minutos, mexendo sempre. Retirei do lume e juntei os restantes ingredientes. Voltei a colocar o tacho ao lume e deixei por 10 minutos, mexendo sempre. Retirei e deixei arrefecer. Reservei.






                              Depois de tudo feito é só montar. Para isso basta colocar num frasco ou tigela um pouco do recheio de maçã, por cima um pouco do crumble e por fim o caramelo salgado.





                              Na receita original sugere juntar frutos secos (não aprovados em AIP) ou chantilly de coco.
                              Mas para mim, já estava bom assim!

                              Receita original: aqui