27 de junho de 2017

Caseína

38% da matéria sólida do leite é composta de proteína. E dessa proteína, 80% é composta por caseína e o restante pelo soro de leite.  A diferença entre soro e caseína reside na forma como são digeridos e como reagem no nosso corpo. A proteína do soro é digerida e absorvida rapidamente pela corrente sanguínea, o que provoca um rápido aumento da insulina. Este processo estimula o IGF-1 (factor de crescimento da insulina), presente na criação e proliferação de novas células cancerígenas. 


Como a caseína é digerida de forma muito lenta, as substâncias naturais de tipo morfina na caseína conhecidas como casomorfinas, actuam como opiáceos no corpo, à medida que entram na corrente sanguínea. Poucos minutos depois de ingerir um alimento à base de leite, a caseína leva à produção de casomorfinas, que se ligam aos receptores de opiáceos no cérebro e causam dependência aos produtos lácteos (daí o motivo pelo qual se torna muito difícil deixar de os ingerir). As casomorfinas desencadeiam uma resposta tão viciante que foram comparadas com heroína em termos de força para causar dependências alimentares e distúrbios do humor.


Os sintomas comuns de sensibilidade láctea devido à caseína são: produção excessiva de muco, problemas respiratórios e problemas digestivos como obstipação, flatulência, inchaço, diarreia., mas também problemas de pele como acne, erupções cutâneas e vermelhidão ou irritação, fadiga e insónia. Também intensifica o chamado "brain fog" e aumenta a intensidade de estados de depressão.


Os sintomas começam a revelar-se logo na infância. Crianças alimentadas a leite e produtos lácteos, desenvolvem com muito mais facilidade, doenças do foro respiratório e começam desde cedo a ser tratadas com antibióticos. O uso recorrente de antibióticos, leva a uma irritação mais significativa do intestino levando à inflamação. Se a isto juntarmos uma sensibilidade ou intolerância a lacticínios, criam-se as condições ideais para levar a uma maior permeabilidade intestinal. O intestino permeável permite que as proteínas lácteas passem no sangue e sistema linfático, o que ativa o sistema imunológico.


Para uma pessoa saudável, sem intolerância ou alergia a produtos lácteos, sem doenças auto-imunes e sem outras condições em que um intestino permeável possa ser um potencial contribuidor, os produtos lácteos podem ser perfeitamente consumidos e até benéficos (especialmente produtos lácteos fermentados e com mais elevado teor de gordura). Mas para os restantes, faz mais sentido eliminar este tipo de produtos pelo período mínimo de 1 mês, e voltar a reintroduzi-los, com intuito de determinar se provoca ou não alguma sintomatologia.

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