21 de março de 2017

Nightshades ou Solanáceas - O que precisa de saber

Se é uma pessoa curiosa quanto à alimentação e no impacto que a mesma tem na sua vida, provavelmente já ouviu falar em alimentos nightshades. E se além disso, é portador de um problema de saúde crónico e/ou auto-imune, com toda a certeza, sabe do que falo. Mas nunca é demais relembrar e divulgar informação que pode trazer melhorias na qualidade de vida de cada um de forma a que cada um possa fazer as melhoras escolhas.

O QUE SÃO NIGHTSHADES?

Alimentos nightshades pertencem a um grupo de plantas chamadas solanáceas. Estas plantas têm em comum determinadas características, tais como o formato da flor e a forma como as sementes se distribuem dentro do fruto. Existem mais de 2000 espécies de plantas que fazem parte da família nightshade, sendo que a maioria não é comestível e muitas delas até são venenosas.  

Muitas delas são usadas na nossa alimentação e fazem parte das nossas rotinas alimentares. Mas se para uns, estes alimentos são banais e não causam qualquer tipo de transtorno, para outras pessoas com o sistema imunitário mais fragilizado, podem ressentir-se ao consumir estes alimentos com maior frequência.

QUAIS SÃO OS ALIMENTOS NIGHTSHADES?


Esta é uma lista simplificada de alimentos mais utilizados nas nossas cozinhas. Existem no entanto, tabelas mais completas (foto 1),  com alimentos aos quais recorremos menos.
  • Tomate
  • Beringela
  • Batata branca
  • Bagas goji
  • Pimentos
  • Especiarias feitas de alimentos nightshades, tais como paprika e pimenta de cayenne.

PORQUE RAZÃO NOS PREJUDICAM?

A razão pela qual estes alimentos são problemáticos para a nossa saúde é devido à solanina (daí o nome solanáceas). A solanina é um glicoalcalóide tóxico que funciona como um mecanismo de defesa da planta. Os glico-alcalóides produzem-se em quase todas as partes das respectivas plantas, tais como as raízes, tubérculos, rebentos e folhas. 

São conhecidos vários efeitos tóxicos no ser humano, devido ao consumo excessivo deste tipo de alimentos, a saber:
  • Sistema nervoso central
  • Sistema gastro-intestinal
  • Fígado
  • Efeitos teratogénicos (nocivos ao desenvolvimento fetal), assim como diminuição da fertilidade
Foto 1
Estudos feitos em alguns animais, revelaram que a solanina se acumula no baço, rins, fígado, pulmões, coração, cérebro e sangue, sendo que a maior concentração se apresenta no fígado.

A dose tóxica média é de 2 a 5 mg por quilo de peso corporal e os sintomas podem manifestar-se desde 30 minutos após a sua ingestão indo até às 12h. Alguns estudos consideram como aceitável cerca de 300g de solanáceas/dia. Se em pessoas saudáveis, estes valores não alteram em nada a sua qualidade de vida, em pessoas mais debilitadas e com patologias inflamatórias, haverá um efeito acumulativo de toxicidade, nomeadamente ao nível do fígado e de outros órgãos já de certa forma intoxicados. 

Nas batatas, a solanina encontra-se entra a casca e o miolo, logo quanto mais velhas forem as batatas, menor será a concentração de solanina. 

No tomate, este perigo de toxicidade apresenta-se mais elevado em tomates verdes. Por isso, se gosta do tomate mais verdinho, talvez seja tempo de repensar a atitude.

DEVO DEIXAR DE OS CONSUMIR?

Bem, em situação de doença crónica e/ou auto-imune, talvez seja interessante fazer um teste e deixar de os consumir durante 30 dias, no mínimo. Afinal de contas, mal não fará e talvez tenha uma surpresa com os benefícios que daí poderá obter. 

A eliminação total é uma opção, mas se descobrir que tem uma sensibilidade a este tipo de alimentos, tente reduzir o seu consumo ao mínimo possível. Pessoalmente adoro tomate, sobretudo em molho ou polpa. Já em fruto, aprecio bastante os tomates cereja, que reduzi substancialmente depois de ter tido conhecimento que o seu consumo poderia aumentar o meu quadro inflamatório. 

É possível reduzir o impacto da solanina no nosso organismo, se:
  • Descascar sempre as batatas, evitando as batatas esverdeadas
  • Evitar o tomate verde
  • Limitar o consumo de tomate cru
  • Cozinhar estes alimentos
Se é uma pessoa saudável, provavelmente não irá notar grande diferença se os reduzir ou eliminar do seu prato, mas para quem já tem problemas de saúde, não perde nada em experimentar.

Fontes:
https://paleoleap.com/nightshades/

https://www.thepaleomom.com/the-whys-behind-autoimmune-protocol/

4 comentários:

  1. Sou tua fã...cada vez mais!!
    Facilitaste-me a vida com este texto. A Ana Dimas já me havia falado nisso e pesquisei mas vi mt coisa em inglês e não mt claro mas nunca aprofundei. Tenho tanto para pesquisar...e mt tenho aprendido com vocês! Obrigada ����

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  2. Sou tua fã...cada vez mais!!
    Facilitaste-me a vida com este texto. A Ana Dimas já me havia falado nisso e pesquisei mas vi mt coisa em inglês e não mt claro mas nunca aprofundei. Tenho tanto para pesquisar...e mt tenho aprendido com vocês! Obrigada ����

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  3. Anónimo21/10/21

    Não é possível que vc tenha a coragem de escrever o termo em inglês "nightshade" e não tenha a mínima vontade de procurar a palavra em português ao que se refere. Vergonha.

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